O ex-deputado Milton Sander foi prefeito de Chapecó entre 1977 e 1983. Nascido em Chapecó, em 30 de abril de 1943, Sander continua sendo um político influente em Santa Catarina. Recentemente aceitou o convite para ser chefe de gabinete para a Região Oeste catarinense do deputado federal João Rodrigues. “A experiência dele só vem engrandecer o meu mandato parlamentar”, destacou. Entre as principais obras do mandato de Sander em Chapecó está o Hospital Regional do Oeste (HRO), o Aeroporto Serafin Enoss Bertaso e o Terminal Rodoviário.
De acordo com Milton Sander, ele teve o privilégio de contar com dois vice-prefeitos excelentes em ambos os mandatos, que o ajudaram bastante, assim como toda a equipe de governo. “Naquela época o pessoal trabalhava mais pelo espírito público do que pelo salário”, destaca o ex-prefeito ao recordar também da boa relação com a Câmara de Vereadores.
No primeiro mandato, Sander destaca que houve “o milagre brasileiro”. De acordo com ele, tratou-se de uma série de investimentos, especialmente na área de saneamento e infraestrutura. “Fizemos muitos projetos nesta época, a exemplo do aeroporto, do estádio, do hospital regional, da rodoviária e um grande plano de saneamento e pavimentação de bairros. E, desde que evidentemente o gestor tivesse o projeto, havia dinheiro à vontade no Governo Federal. Sempre conto que no primeiro mandato não fiz uma viagem a Brasília sem voltar com um cheque ou convênio assinado”.
Com a instalação da Sadia, o ex-prefeito recorda que houve muitos avanços. “O Saic e Frigorífico Chapecó também dispunham de pleno desenvolvimento. Sem contar a Cooperativa Central, que foi fundada na mesma época, em meu primeiro mandato. A junção de todos esses fatores desenvolveu Chapecó”. Além da força da indústria, Sander destaca que a harmonia entre os setores público e privado foram determinantes. “Esse foi o segredo do sucesso. Nós conseguimos fazer muito mais do que planejamos. As coisas foram acontecendo e me deixam até espantado quando relembro o passado diante da rapidez com que tudo aconteceu”.
Quando assumiu a Prefeitura pela primeira vez, Sander destaca que Chapecó tinha aproximadamente 70 mil habitantes, muitos deles sedentos por emprego. “Tínhamos que atrair empresas, mas ao mesmo tempo oferecer mão de obra. Foi quando começou a romaria de ônibus vindos de outros municípios para suprir a rápida carência de empregos. Os que se mudavam já compravam um terreno e se estabeleciam em Chapecó porque tinha emprego”.
Aliado ao fértil período, o ex-prefeito salienta que havia na região a Secretaria do Oeste que, de acordo com ele, funcionava com maestria. “Era praticamente o governo no Oeste. Não se precisava ir a Florianópolis para resolver tantas pendências como acontece hoje. A Secretaria tinha orçamento próprio e era a única decentralizada no Brasil com recursos individuais”. Somado à força deste órgão, Sander explica que a atuação de dois secretários, em especial, foram determinantes para a gestão à frente de Chapecó. “Foi o senhor Plínio Arlindo De Nês e o senhor João Valvite Paganella, duas pessoas e profissionais extraordinários”.
Mesmo com o desmembramento de três municípios, que antes pertenciam a Chapecó – Cordilheira Alta, Nova Itaberaba e Guatambu, Sander destaca que a população chapecoense chegou a 120 mil habitantes em seu segundo mandato. “Chapecó também saiu ganhando ao facilitar a emancipação deles, pois não pesou para o município e eles puderam se desenvolver ainda mais. Os antigos distritos são hoje muito promissores, especialmente no setor agrícola”.
Apaixonado pela terra que orgulhosamente delineou, Sander acredita em anos ainda mais satisfatórios para o governo e também para os chapecoenses. “Em função da diversificação que se instalou aqui em Chapecó, que hoje não é mais somente voltada à agroindústria, embora seja a principal potência, a cidade tem muito a ganhar. O nicho universitário é muito forte. Temos hoje, com toda certeza, mais de 40 mil estudantes universitários entre as diferentes faculdades. Temos uma matriz hospitalar que, agora com as faculdades pública e privada de Medicina, tem muito a crescer. Além do setor cooperativo, que supre aquilo que o setor privado praticamente esgotou em expansão. Este primeiro tem, pelo menos, mais uns 20 anos de futuro sem nenhum impedimento, o que nos assegura que não haverá problemas de desemprego agudo”.
Para o ex-prefeito, a perspectiva chapecoense é muito boa. “Só nos falta agora suprir a última lacuna para o desenvolvimento pleno, que é a questão política. Precisamos de um governador do Oeste, que não é nenhum tipo de separatismo. Já está na hora de termos alguém que se identifique conosco. Todas as outras regiões já tiveram governadores, algumas até três ou quatro. Precisamos pensar no bem de Chapecó e de Santa Catarina”.
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