O deputado federal João Rodrigues (PSD-SC) foi preso pela Polícia Federal nesta quinta-feira (08) no aeroporto de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo. Rodrigues foi detido dois dias após a Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) ter decidido pela sua prisão imediata. Ele foi transferido para Porto Alegre ainda nesta quinta-feira.
A PF informou que o deputado, que estava nos Estados Unidos, modificou sua passagem aérea, alterando o destino final do Brasil para o Paraguai. Os investigadores brasileiros contaram com a ajuda de colegas norte-americanos da CIA (Agência Central de Inteligência, em português) e paraguaios na ação.
Vindo de Orlando, na Flórida (EUA), o deputado foi preso no aeroporto de Assunção, no Paraguai, mas impedido de entrar no país. Ele aguardou na área de imigração do aeroporto até ser colocado em voo para São Paulo, onde foi preso. As autoridades, então, o embarcaram, em Assunção, em um "voo rumo a Guarulhos, onde foi preso", disse a PF em nota.
Para evitar a ocorrência da prescrição da execução da pena, prevista para a próxima segunda-feira (12), a PF comunicou o fato ao ministro Alexandre de Moraes, presidente da Primeira Turma do STF, que autorizou a inclusão em difusão vermelha no banco de dados da Interpol.
Em vídeo publicado na manhã desta quinta-feira em seu perfil no Facebook, Rodrigues negou que estivesse fugindo para evitar a prisão. "Mudamos a passagem para vir por Assunção. Por que mudamos? Porque eu queria evitar o constrangimento para minha família”, disse.
O parlamentar disse ainda que, após desembarcar no Paraguai, pretendia voltar ao Brasil indo de carro até Chapecó, cidade a cerca de 800 quilômetros da capital paraguaia, para, na sexta-feira (09), se apresentar à Polícia Federal. “A Justiça é para todos. Ela precisa ser cumprida”, declarou.
Em comunicado, a assessoria de imprensa do parlamentar diz que ele "se sente magoado em razão de uma condenação extremamente injusta, mas ao mesmo tempo está aliviado".
"Há 20 anos sofro com esse processo. Esperava que o desfecho fosse outro, mas infelizmente por razões que não entendo, vou cumprir a pena, aguardando uma modificação nesta determinação judicial", disse o deputado segundo a nota.
CONDENAÇÃO
O parlamentar havia sido condenado pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) a cinco anos e três meses de prisão em regime semiaberto por crimes da Lei de Responsabilidade Fiscal e da Lei de Licitações enquanto era prefeito em exercício de Pinhalzinho. A defesa do deputado nega as irregularidades atribuídas a ele e pelo MPF (Ministério Público Federal).
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