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Xenna Gheno | Ferramentas e antídotos

Por: Xenna Gheno
02/05/2018 11:49
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Certa vez jogando futebol em um campeonato errei um passe que resultou em um gol adversário. Fiquei mal, e no outro dia seguia mal, isso me derrubava, me entriste­cia, pois parecia que todos me odiavam e isso ia me cor­roendo por dentro. Então lembrei do perdão, claro eu só sou humano passível de erro. Como mágica, ao me perdoar e ter consciência que posso errar, aquele mal-estar passou. Mas depois de um tempo voltou, então tive me perdoar de novo, e mais uma vez e 100 vezes no mesmo dia pelo mesmo erro.

Conto essa história para compreendermos que o perdão é uma fer­ramenta, que devemos usar constantemente, não apenas o perdão, mas sim a humildade, honestidade, compaixão. Essas são ferramentas va­liosas para superarmos a crise humana e social que estamos vivendo. Compreender que o real crescimento vem com prática diária das ferra­mentas e isso é essencial para uma vida de paz e harmonia.

Sei que muitas vezes, na vida adulta, a paz parece algo impossível que só nas férias vibramos próximo a um tom de paz, e é terrível per­ceber que nesse instante falamos ao terminar esse período que vamos voltar para a vida real, e assim seguimos como adultos infelizes acredi­tando que a vida real é uma vida sem paz. Isso é muito grave, pois é um desrespeito à vida, e isso não é uma crítica ao trabalho ou a disciplina, bem pelo contrário, podemos estar em paz nas piores adversidades se compreendermos o poder que essas ferramentas têm.

Não somos humildes, praticamos humildade, entenda que ferra­menta deve ser usada até que nenhuma arrogância nos atinja ou que nenhuma soberba impere. Usar humildade é como se estivéssemos blindados para uma das piores mentiras que a sociedade impõe, que é a de que somos o que temos, que é de ser mais por ter mais, ser mais por sermos mais inteligentes, ser mais pela profissão. Praticando hu­mildade não nos sentimos mais ou menos por nada, tão pouco achamos que sabemos mais que o outro para não estar aprendendo com ele.

Os que praticam a humildade estão graduando na escola da vida. Voltamos ao perdão, ferramenta que usamos para nos perdoar e perdoar aos outros, perdoar a sociedade, perdoar para transcender essa estag­nação social que vivemos desde os tempos medievais. O perdão age como uma esponja limpando uma lama pesada que carregamos dia­riamente, sem perceber, que nos contaminamos nesse meio frenético e competitivo que exala ódio, culpa, inveja e arrogância.

Perceba que as ferramentas são antídotos para essa limitação hu­mana e o perdão é capaz de te elevar trazendo uma consciência que transcende a essa realidade destrutiva e te coloca em uma realidade saudável. Estar em paz e viver em paz, nos traz saúde e, para uma so­ciedade doente, quanto mais paz, quanto mais cultura de paz, quanto mais pessoas em paz, vamos curando. Claro que aos poucos, come­çando por nós mesmos, nos superando, usando essas ferramentas va­mos saindo desse tom onde paz é ilusão, onde maturidade é sinônimo de infelicidade e vamos entrando em um tom de gratidão onde, o sim­ples fato de respirar, nos traz alegria, onde sentimos felicidade pela vida e emoção nas relações.

Saímos de um tom robótico, reptiliano de ódio e violência e ganha­mos consciência de plenitude e paz. Então, você que está lendo, te per­doa, perdoa a todos, respira, te acalma, você tem direito de existir, de ser. Seja honesto, você não precisa ser o melhor de tudo em tudo, só ser honesto, fazer tudo de forma honesta, agir com honestidade. Vista-se de humildade assim ninguém pisará em ti e nem sentirá a necessidade de pisar em alguém, aprenda com a vida.

Tire um tempo para você pensar sobre isso, tire um tempo para pen­sar em nada, seja dono do seu tempo, seja rico de tempo. Tenha com­paixão, pois como você, os outros também são humanos com defeitos e talentos, aceite, perdoe. Pratique isso diariamente, use as ferramentas como você usa o garfo e faca no almoço, e assim vai despertar um ser de amor sem medo. Sem medo ser feliz, sem medo de ser o que for, sem medo de ser humano.


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