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Memórias do Campo | Fé em tempos de pandemia de Covid-19

Por: Luiz Dalla Libera
07/07/2020 11:32
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Estamos no segundo semestre de 2020, apesar de que no primeiro semestre vivemos mais no tempo do tão falado coronavírus. Passados mais de cem dias, como estou vendo que temos muito a enfrentar, tomara que esteja errado, mas em vez de diminuir, está aumentando. Percebo que muitos não estão nem aí, parece que entendem o contrário dos alertas de cuidados, sejam idosos ou jovens.

Como já escrevi 110 colunas a este renomado Jornal Lê NOTÍCIAS, cujo título é Memórias do Campo, por motivo de boa memória. Essa coluna é sobre o Covid-19 e as boas memórias que meu pai contava sobre a devoção e tradição de Santo Antônio.

Na colônia, quando chovia, tinha gente que não conseguia ficar em casa. Então, iam nas casas dos vizinhos e quando chegava o dia de sol, ali tinha que fazer o cabo da enxada, arrumar o arado, etc. “Bem que podia fazer o dia de chuva”, dizia o Frei Joel Lorenzetti também no programa da Paróquia no rádio. Também, nos dias de sol quente, só iam trabalhar na roça uns 15 dias, porque era s mesma rotina dos dias de chuva.

PORCO DE SANTO ANTÔNIO

O meu falecido pai dizia aquele lá é igual ao porco de Santo Antônio, Nós, crianças, não sabíamos a tal da história. Ele contava que na véspera da festa do padroeiro Santo Antônio, a sociedade engordava um porco, a cada dia, o porcos ficavam em um morador e no outro dia levavam no próximo morador e faziam isso até chegar a véspera da festa. O animal não conseguia caminhar, de tão gordo, por seu peso era triplo. O suíno não era carneado para o churrasco, porque tinha mais banha de que carne e assim, vendia-se aos frigoríficos e o dinheiro era o lucro de festa.

Em 2020, pelo alerta do cuidado de ficar em casa, há muitas pessoas imitando o porco de Santo Antônio: pensa que ficar em casa é apenas não ir ao centro, mas pode ir nas casas dos vizinhos. No início da pandemia, comentei que muitos pegavam carona no vírus, parece que não é carona de carros pequenos, mas até de carretas.

Recordo-me dos padroeiros e padroeiras da minha amada terra natal, Xaxim, como aconteceu na Paróquia e seus padroeiros, conheci através do livro de fé em mutirão e livrinhos dos santos populares. Os primeiros imigrantes de Xaxim eram casais novos, escolheram São Luiz Gonzaga como padroeiro da Paróquia, por ser o protetor da juventude.

SÃO LUIZ GONZAGA

Para os que não tiveram conhecimento da curta vida de Luiz, ele foi um dos santos que morreu muito jovem. A vida dele semelhante à de São Francisco de Assis, filhos pais nobres, donos de riquezas e gananciosos, quanto mais tinham, mais queriam ter.

O pai de São Francisco era comerciante de tecidos e pertencia à classe rica, da qual pertenciam funcionários do governo e diplomatas. Dessa forma, Luiz seguiu a São Francisco e não aceitou o chamado do pai, abandonando os privilégios e seguiu o caminho do seu santo batismo. Aos 19 anos, entrou no seminário dos padres jesuítas em Roma, quando houve uma grande peste que matou grande parte da população.

Luiz não poderia ficar fechado dentro de seminário a salvo, não! Eu lembro que assumi a organização de socorro aos doentes, na missão de salva-vidas, mas mesmo pegou a doença morrendo mais tarde. Em 21 de junho de 1951, a Igreja o declarou Santo Padroeiro da Juventude.

NOSSA SENHORA DA SAÚDE

A segunda padroeira da paróquia é Nossa Senhora da Saúde, cuja devoção teve início em Portugal. No verão de 1569, na época houve uma grande peste e o contágio chegou ao máximo. Todos os esforços foram feitos pelo governo, mas mesmo assim, os recursos humanos falharam e recorreram à Nossa Senhora da Saúde, com grandes procissões e penitência em honra à Maria. Após vários meses, o número de mortos foi diminuindo e a bela irmandade de Maria recebeu o título de Nossa Senhora da Saúde.

As famílias pioneiras de Xaxim viram-se tomadas por muitas doenças. Os hospitais eram longe e não havia meios de transportes para chegar lá. Então, os recursos ao alcance eram remédios caseiros, benzimentos e bênçãos. Como eram pessoas de grande fé em Deus, buscaram a intercessão de Nossa Senhora para seus males e doenças. Os dois padroeiros se dedicaram pelo bem da vida.


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