*Por Fernanda Norbak Dalla Cort e Reges Antonio Deon
A Covid-19 assola o mundo há meses e após um período de estabilidade, vem ganhando força em diversos países. Na Europa, o fenômeno da segunda onda já é real. Após reabertura e reinserção de algumas atividades que foram sendo liberadas gradativamente, as pessoas passaram a circular mais nas ruas, aumentando a taxa de transmissão. No dia 20/11/2020, Santa Catarina teve mais de 260 mil casos confirmados e mais de 3.100 vítimas.
Deste cenário, é relevante abordarmos alguns pontos: primeiramente, não teve uma queda acentuada no número de contágio e mortes para afirmarmos que o vírus reapareceu. Na verdade, o vírus persiste e circula entre nós. O período de isolamento serviu para limitar a difusão do vírus, e evitar o colapso do sistema de saúde. Segundo ponto, a chamada segunda onda é reflexo da reinfecção de algumas pessoas. Ou seja, a exposição ao vírus no primeiro contato, não foi suficiente para estimular o corpo a desenvolver imunidade contra esse agente.
Há confirmação de pessoas que se reinfectaram e sobretudo, estudos sobre alterações da estrutura do vírus. Terceiro aspecto é, que na China por exemplo, medidas restritivas e lockdown de fato foram respeitadas e sustentados por um período significativo. Também, foram expostos ao vírus por mais tempo, muito antes do aparecimento do surto, possibilitando o desenvolvimento da chamada imunidade de rebanho.
Contudo, após mais de 8 meses de enfrentamento da pandemia em nosso país, de mudanças e adaptações nos mais diversos setores, há melhores expectativas em relação ao conhecimento, insumos e ações. Toda a população está na torcida para o desenvolvimento de uma vacina que resulte em uma prevenção eficaz e no menor tempo possível. Porém, até lá, estamos à mercê do vírus e somente o que está comprovado para diminuição da taxa de transmissão, se refere ao distanciamento social, isolamento social, uso adequado da máscara, higienização das mãos, utilização de álcool em gel. Orientações essas que vem sendo ‘’ batidas na tecla’’ há meses, mas por inúmeras vezes o que se vê é desrespeito e egoísmo.
Infelizmente, quem vem acompanhando essa situação pandêmica, em especial nós da linha de frente, sentimos dia após dia os impactos dos hospitais lotados, esgotamentos dos profissionais, a gravidade dos estado clínico dos pacientes, o esforço imensurável para conseguir um pouco de oxigênio, e infelizmente do doloroso e sofrido processo de perder a vida. A este ponto, falar de medidas preventivas não se trata mais de um processo de adaptação para enfrentar a pandemia, mas de uma condição moral e social já instituída e como tal deve permear nossas atividades cotidianas.
*Enfermeira e mestranda em Enfermagem pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc)
*Enfermeiro e mestrando em Enfermagem pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc)
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