Deputados lamentaram a ação cinematográfica do assalto em Criciúma na sessão de terça-feira (1º) da Assembleia Legislativa.
“Eu avisei, tive a oportunidade de visitar várias unidades da Polícia Militar e cada comandante com que falei vai lembrar que falei do 'novo cangaço' e a preocupação muito grande com o efetivo, que já passou do mínimo para o insustentável”, lamentou Sargento Lima (PSL).
O deputado alertou que o assalto foi um uma espécie de ensaio das facções criminosas.
“São testes, está se medindo a febre, estamos caminhando para uma situação crítica, a hora de começar a mudança é agora”, afirmou Lima, que sugeriu que os policiais que estão prestes a se formar sejam mandados para o Interior ao invés de integrarem a Operação Veraneio.
“A sensação é de humilhação, impotência, submissão. Bandidos fortemente armados esculacharam a cidade de Criciúma, tomaram o centro com armas pesadíssimas, andando para lá e para cá como donos da cidade, enquanto o cidadão estava acuado nas suas casas. Foram embora em comboio, tranquilamente, rindo da nossa cara”, discursou Jessé Lopes (PSL), que cobrou investimentos em armamento e treinamento dos policiais.
“Os policiais estão batendo nos corredores atrás de emendas para comprar kits com pistola, colete e automóvel. Isso não é digno dos profissionais de segurança, ter de ir em busca dessas migalhas. Precisamos repensar a segurança, não estamos livres de acontecer em qualquer uma das nossas cidades e com qualquer um de nós”, ponderou Moacir Sopelsa (MDB}.
Kennedy Nunes (PSD) criticou declaração do governador sobre a ação em Criciúma e afirmou que no governo anterior o setor de inteligência era mais ativo.
“Que saudade do tempo do promotor público Grubba, secretário que tinha uma equipe especializada de inteligência que fazia a diferença. Não consigo imaginar como um serviço de inteligência não consegue detectar um farelo, imagina se tivesse esse apagão na época de tocar o terror nos ônibus?”, questionou Kennedy, que ironizou fala do governador de que “a operação foi um sucesso para os assaltantes”.
Maurício Eskudlark (PL), que chefiou a Polícia Civil, discordou de Kennedy.
“A gente tem a consciência e a lembrança muito curta quando quer atacar e ofender alguém. Nunca tivemos um ataque como este que ocorreu, mas vão ser os primeiros a serem presos, como no caso do aeroporto Quero-Quero em Blumenau”, argumentou Eskudlark, que reconheceu que a resposta das forças de segurança foi demorada.
Felipe Estevão (PSL) relembrou a ação dos bandidos e afirmou que um policial resultou gravemente ferido.
“Nós vimos Criciúma ficar estarrecida e se transformar em um cenário de guerra. Criminosos cada vez mais ousados para enfrentar a polícia, dez carros com uma média de quatro bandidos pararam em frente do Batalhão e fuzilaram o prédio inteiro, um policial foi alvejado e está lutando pela vida”, declarou o parlamentar.
Em parte, Ada de Luca (MDB) informou que o policial militar ferido é morador de Tubarão.
“Queria fazer uma homenagem ao policial Jeferson Luiz Esmeraldino”, indicou Ada, que leu na tribuna virtual frase que Jeferson publicou nas redes sociais: “prefiro a paz, mas se a guerra tiver de vir, que venha no meu tempo, para que meus filhos tenham paz”.
Rua São João, 72-D, Centro
AV. Plínio Arlindo de Nês, 1105, Sala, 202, Centro