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“Mais do que morrer vocês não vão”, disse indiciado por morte de funcionária em Nova Erechim

Por: LÊ NOTÍCIAS
20/12/2020 16:27
Polícia Civil Mulher de 57 anos morreu ao ser eletrocutada durante o trabalho no interior de Nova Erechim Mulher de 57 anos morreu ao ser eletrocutada durante o trabalho no interior de Nova Erechim

A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Polícia de Nova Erechim, concluiu recentemente o inquérito policial que apurou morte decorrente de acidente de trabalho.

O fato aconteceu na noite de 26 de outubro, em uma empresa de aves localizada na linha Pinheirinho, interior de Nova Erechim. Na ocasião, Dirlei Terezinha Neres dos Santos, de 57 anos, funcionária da empresa, faleceu enquanto fazia a limpeza no local.

A Polícia Civil e o Instituto Geral de Perícias estiveram no local. Em razão de haver indícios de crime, foi instaurado inquérito policial para apurar os fatos.

A investigação mostrou que havia no estabelecimento uma máquina que vinha dando choque nos funcionários. Esse equipamento, segundo as testemunhas ouvidas, apresentava esse problema havia bastante tempo. Os funcionários inclusive já vinham cobrando do supervisor uma solução, com medo do que pudesse vir a ocorrer.

As evidências coletadas também mostraram que o encarregado, um homem de 36 anos, não só não tomou qualquer providência quanto ao defeito, quanto expressava não estar preocupado com as consequências, mesmo que fatais. Segundo uma testemunha ouvida, ele dissera em uma ocasião inclusive que “mais do que morrer vocês não vão”.

Além disso, ficou demonstrado que os funcionários não possuíam equipamentos de segurança, mesmo diante do defeito que a máquina vinha apresentando, e que eram, mesmo assim, demandados a realizar a limpeza no local.

No dia dos fatos, Dirlei, depois de terminar seu expediente em outro setor, foi até o local do evento fatal para realizar a limpeza. Pouco tempo depois, enquanto limpava o chão sem equipamento de segurança, calçando apenas sandálias do tipo havaianas, encostou no objeto, levou uma descarga elétrica e morreu no local.

As perícias realizadas pelo IGP demonstraram que “a corrente elétrica originou-se do contato com a mão direita na superfície do equipamento energizado, conduzindo ao solo através do tornozelo direito, passando pelo coração e causando a parada cardiorrespiratória”.

O supervisor da vítima foi indiciado por homicídio doloso, por dolo eventual, já que ficou demonstrado que, mesmo ciente do problema e dos riscos, não adotou qualquer medida para evitar uma tragédia que era anunciada, bem como estava indiferente quanto a esse resultado.

Em razão da gravidade do crime e de ameaças a testemunhas durante a investigação, a Polícia Civil pediu a prisão preventiva do indiciado. Porém o pedido foi negado pelo Poder Judiciário, que decretou em seu desfavor outras medidas cautelares (diversas da prisão), como a proibição de manter contato com as testemunhas.


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