Evidente que toda indústria que fecha significa menos empregos, logo nada a se comemorar.
O fechamento de fábricas da Ford em território nacional é triste, mas não menos sintomático de uma série de mudanças que afetaram e afetam o mercado, sobretudo as indústrias que perdem competitividade.
Os carros da Ford do século XXI são péssimos. Nada guardam da herança da era romântica do fundador Henry Ford.
Fato é que o mercado de produção automobilística é acirradíssimo. Além dos norte-americanos, europeus e chineses, os sul-coreanos entraram para valer no ramo.
A Ford ficou para trás! Você tem um Ford? Compraria um Ford? Pois é!
A questão desborda de políticas estatais, é mercado nu e cru.
Não bastasse a desaceleração da economia, a revolução causada pela chuva bem-vinda de ubers e outros aplicativos congêneres, a Ford deixou de apresentar veículos com nível de competição tanto no preço, sobretudo na qualidade, em relação ao que o mercado oferece.
O golpe de misericórdia pode ter sido a crise mundial causada pela desaceleração da economia por conta da Covid-19, contudo, quando muito adiantou o que era inevitável: a saída de mercado da Ford do Brasil.
Ademais, bom lembrar que tudo indica que é um movimento da própria montadora focar em caminhões e em outras linhas que não carros de passeio.
Vejo críticas contra o governo, aí pergunto: seria justo o governo subsidiar multinacionais estrangeiras? Penso que não! Incentivos fiscais foram dados nos Estados que se instalou a montadora, mais que isso seria subverter a lógica dentre os lindes público e privado.
Uma pena realmente para quem perde o emprego, mas o mercado não vive de pena, mas sim de oferta e procura, não tem potencial de ser procurado é descartado do jogo. Assim é para todos. Fato, não desejo.
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