Uma agradável surpresa é

Nas leituras diárias que faço, me surpreendi com esta frase: “O cristianismo não é uma doutrina”.

Mas, no curso de Teologia se aprende que “crer é aderir, de maneira consciente e plena, à doutrina do Evangelho e à pessoa de Jesus Cristo” e que professá-la fé é, acima de tudo, viver os ensinamentos evangélicos, numa total adesão à pessoa de Jesus Cristo que os proclamou e os viveu. Se o cristianismo não é uma doutrina, o que é então?!

Fui buscar informações e encontrei esta à qual compactuo: “O cristianismo é a História da Salvação de um povo que tem, em Jesus, seu total cumprimento”.

Podemos dizer que o povo de Israel, quando repensava na sua caminhada histórica, dizia mais ou menos assim: nós passamos por tantas dificuldades e problemas que, por nossas forças, nunca conseguiríamos sair delas. No entanto, fomos vencedores! “Isso só pode ser coisa de Deus”!

É aqui que está a fé! É crer que Deus caminha com a história e faz parte dela.

Hoje, seremos pessoas de fé, quando, ao falarmos de Abraão, Moisés, Davi, Samuel, profetas e, acima de tudo, Jesus Cristo – estivermos convictos de que estamos falando de nós mesmos. A fé de nossos ancestrais é, também, a nossa fé, e a sua história se entrelaça com a nossa vida.

A surpresa agradável é esta: “Refletir a Bíblia como História da Salvação, especialmente o Evangelho, é torná-la, continuamente, `nova´, redescobrindo a atualidade do mistério de Cristo ressuscitado, a partir da situação concreta do mundo de hoje e dos problemas que agitam o homem moderno”.

Com esta explicação, tirada das Leituras Diárias, quero concluir, recomendando uma leitura/reflexão do capítulo 11 da Carta aos Hebreus onde o hagiógrafo recorda que todos os personagens bíblicos viveram norteados pela fé e, com ela, venceram. O versículo 6 é categórico: “Sem a fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11,6).

Procuremos vivenciar a fé, não só como uma adesão a teorias, muitas vezes, abstratas, mas encarnada no nosso dia-a-dia, pois fé e vida se entrelaçam e andam juntas.