Empresário bem-sucedido, Topazio Silveira Neto observou as transformações que o Poder Público pode realizar e decidiu participar ativamente das questões sociais de Florianópolis. Filiado ao Republicanos, no ano passado mergulhou nas eleições municipais na chapa liderada pelo prefeito Gean Loureiro (DEM) e, em um casamento político que foi construído para arquitetar grandes projetos, o republicano se mostra vislumbrado com os potenciais da capital catarinense.
Em entrevista exclusiva concedida ao jornalista Marcos Schettini, o vice-prefeito diz prezar pelo estilo de Gean Loureiro e que dará o suporte necessário para realizar os grandes avanços que a cidade necessita. Ainda, afirmou que Florianópolis pode ser exemplo ao mundo e que organiza uma espécie de mutirão de capacitação com meta em abrir 10 mil vagas de emprego. Confira:
Marcos Schettini: O Sr. deixou seu sucesso na vida privada em favor da pública. Por que a troca?
Topazio Silveira Neto: Costumo responder essa pergunta com outra: por que não? Tive oportunidade de empreender na iniciativa privada e de oferecer oportunidades a muitas outras pessoas por meio de emprego, renda e educação. Acredito que pude fazer diferença na vida dessas pessoas e que, no setor público, é possível ampliar este propósito. Consegui fazer uma transição tranquila dos negócios e agora me dedico integralmente à missão de dar suporte ao prefeito Gean Loureiro, que tem características que prezo muito: é realizador, trabalhador e tem espírito público.
Schettini: Este pulo significa que o Sr. abraçou causas sociais. O que te motiva?
Topazio: Em parte respondi na pergunta anterior. Veja que na iniciativa privada as ações também podem compreender a questão social. Mas na esfera pública, o impacto de cada decisão afeta muito mais pessoas, isso me motiva. A primeira gestão do Gean, por exemplo, fez justiça social por meio de infraestrutura em comunidades há muito tempo esquecidas. O próprio asfalto, criticado por alguns, levou dignidade a quem chegava com o sapato sujo de lama no trabalho. Essa nova gestão será ainda mais desafiadora pelos agravantes trazidos pela pandemia. De outro lado, o prefeito está mais experiente e segue mostrando preparo e determinação. É isso que a população espera dele.
Schettini: A eleição em 1° turno deu um recado de satisfação do modo Gean Loureiro de governar. Quais são?
Topazio: As pessoas esperam ação e resolutividade e a reeleição deixou isso claro. Aquela imagem de morosidade e ineficiência do poder público só vai ser sepultada por resultados práticos. O que se viu em Florianópolis nos últimos quatro anos foi uma revolução e ainda há muito por fazer, porque as demandas da sociedade sempre serão crescentes. Florianópolis viu que é possível fazer muito, inclusive obras que já haviam virado lenda urbana e sentiu os resultados na ponta. As urnas mostraram que esse é o caminho que deve continuar a ser trilhado.
Schettini: O Sr. está sendo moldado para assumir os destinos da Capital. Que desafio é este?
Topazio: O Gean está focado na gestão municipal e a conjuntura extremamente desafiadora exige muito dele. Eu não tenho e não preciso ter nenhum tipo de protagonismo, e sim ajudá-lo a colocar em prática as ações de governo. A experiência e a interlocução que tenho com os diversos setores produtivos me credencia a ajudá-lo especialmente na geração de postos de trabalho, que são fundamentais para a retomada econômica e para a recuperação da dignidade das pessoas. Os empresários querem trabalhar junto conosco nessa reconstrução, nosso papel é facilitar o empreendedorismo e ajudar a acelerar esse processo.
Schettini: O Republicanos não é uma sigla muito distante do jogo de Poder?
Topazio: Com a decisão de ingressar na vida pública, estudei alguns partidos e me identifiquei com questões do Republicanos relacionadas à liberdade de expressão, ao empreendedorismo, à utilização da tecnologia como redutora de desigualdades. Fui muito bem recebido no partido. Confesso a você que o jogo de poder não é o que me move nem me seduz. Acredito que o verdadeiro poder é fazer um bom trabalho que seja reconhecido pelos cidadãos. E isso se faz com trabalho e espírito de equipe, não com disputa de egos.
Schettini: Que Florianópolis o Sr. observa?
Topazio: Uma cidade modelo não só para o Brasil, mas para o mundo. Temos um conjunto ímpar de características altamente valorizadas - cultura singular, empreendedores arrojados, natureza privilegiada. Vejo uma cidade com muito potencial. Se você comparar a Floripa de 2016 e de hoje verá como faz diferença um trabalho estruturado do poder público. Como já falei, há e sempre haverá muito a fazer, e aí está o desafio.
Prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, despacha ao lado do vice Topazio Silveira Neto (Foto: Divulgação)
Schettini: O que o cidadão comum precisa?
Topazio: Precisa ver e sentir a presença do poder público. As pessoas ainda se surpreendem com boa infraestrutura, bom atendimento, modernidade quando se trata de serviço público, mas esse precisa ser o padrão. Um exemplo são as escolas do futuro, em alguns aspectos superiores às particulares. O cidadão comum, em especial o que se sente excluído, quer justamente atenção, respeito, acesso ao que lhe é de direito. É preciso ter isso em mente a cada decisão tomada.
Schettini: E os empresários?
Topazio: Querem trabalhar, produzir, entregar resultados, crescer. Também querem encontrar qualidade e agilidade do poder público, mais interlocução, menos burocracia. Você sabia que neste período de pandemia o “Floripa Juro Zero” concedeu mais crédito que nos três anos anteriores somados? Isso é apoiar o empreendedorismo. A prioridade agora com o “Floripa Mais Empregos” é unir as necessidades das empresas e das pessoas que querem e precisam trabalhar. Nós tivemos reuniões objetivas e produtivas com os principais setores para unir essas pontas. Com abertura, conversa olho no olho e clareza de responsabilidades. A ideia não é um setor cobrar do outro, mas sim unir esforços pelo resultado comum.
Schettini: A pandemia trouxe problemas sociais e no turismo. Qual é o combate e solução?
Topazio: Investimento público, promoção do destino Floripa e geração de emprego e renda. Estamos trabalhando nessas frentes junto com segmentos estratégicos e a receptividade vem sendo muito boa. Vamos iniciar as capacitações em breve e a meta é abrirmos dez mil postos de trabalho em dois anos por meio dessa ação que vai formar mão de obra direcionada. A maioria das pessoas não quer favor, quer oportunidade. Ser visto, receber orientação e a partir daí construir a própria vida. Neste início de recomeço precisaremos ampliar também o alcance da assistência social. Mas o objetivo é ensinar a pescar.
Schettini: A futura marina da capital vai atrair o quê?
Topazio: O Parque Marina Beira Mar tem potencial para elevar a experiência turística em Florianópolis a um novo patamar. A cadeia de serviços que um equipamento como esse alimenta é capaz de gerar muitos empregos e estimular uma série de atividades relacionadas ao mar e aos esportes náuticos. Importante destacar que está prevista uma ampla área de uso público com espaços para recreação, prática de esportes, área destinada a eventos, a Marina Pública, a rampa pública para embarcações, entre outros. O projeto será totalmente executado com recursos privados e o município terá a preferência de uso dos espaços públicos em datas comemorativas como réveillon, natal e aniversário da cidade. Veremos um novo salto de qualidade na cidade a partir desse equipamento.
Rua São João, 72-D, Centro
AV. Plínio Arlindo de Nês, 1105, Sala, 202, Centro