O deputado federal e presidente do MDB de Santa Catarina, Celso Maldaner, concedeu entrevista exclusiva ao jornalista Marcos Schettini e deu um panorama estadual da sigla. Questionado sobre 2018, o ulyssista afirmou que faltou mobilização, comprometimento e empolgação nas bases.
Nome da sigla para disputar a majoritária em 2022, o parlamentar garantiu que o MDB não faz parte do Governo Moisés. “Decisão foi tomada pelos deputados estaduais, num novo momento, para ajudar Santa Catarina”, disse.
Ao falar sobre a liderança de Luiz Henrique da Silveira na composição da tríplice aliança, Maldaner foi taxativo ao lembrar que a política não é estática e que uma coligação entre MDB, PSD e PSDB não está descartada. Confira:
Marcos Schettini: Se o Sr. dissolveu os encontros regionais do partido, como serão as discussões para escolha do nome ao governo?
Celso Maldaner: Os encontros regionais presenciais serão retomados assim que amenizar a pandemia, então os pré-candidatos terão oportunidade de se apresentarem às bases partidárias colocando suas propostas. Caso a pandemia perdure e se agrave por mais tempo, faremos uma campanha via redes sociais.
Schettini: O MDB sofreu uma pesada derrota naquele 2018. O que houve de errado?
Maldaner: Houve uma série de coisas erradas, mas a mais importante acredito que foi falta de mobilização do partido, não houve comprometimento e empolgação da base partidária.
Schettini: Quais são os partidos que o Sr. tem conversado sobre 2022?
Maldaner: Estamos abertos a conversa com todos os partidos, o MDB é um partido de centro, democrático e abre debate com todos.
Schettini: Com seu partido fazendo parte do governo Moisés, não deveria dar fidelidade a ele?
Maldaner: O MDB não está no governo Moisés, esta decisão foi tomada pelos deputados estaduais, num novo momento, para ajudar Santa Catarina.
Schettini: Se o governador Carlos Moisés buscar a reeleição e escolher o MDB como partido, como fica?
Maldaner: O MDB terá candidato ao Governo do Estado, esta foi uma decisão tomada pelo diretório estadual, inegociável.
Schettini: Com três candidatos a governador, Antídio Lunelli, Dário Berger e o Sr., não vai rachar o partido?
Maldaner: É tradicional haver disputa no MDB, já foi assim no passado, não existe forma mais democrática do que esta. Existe compromisso assumido pelos pré-candidatos a apoiar o vencedor.
Schettini: LHS foi responsável pela tríplice aliança e ninguém mais conseguiu unir MDB, PSD e PSDB. Por quê?
Maldaner: A política não é estática, muda sempre, mas a ideia não está descartada.
Schettini: Quem é culpado pelo desastre da pandemia? O povo ou Jair Bolsonaro?
Maldaner: Todas as forças políticas estão focadas no combate à pandemia e, certamente, a população também está fazendo sua parte. Não existe porque achar culpados, temos que nos unir em torno da solução. É uma situação difícil, não só para o Brasil, o mundo passa por isso.
Schettini: Falta de vacina, aglomeração, negacionismo não é o PIB perfeito da irresponsabilidade?
Maldaner: A vacina está vindo, não com a velocidade que gostaríamos.
Schettini: Lockdown é saída?
Maldaner: Lockdown é uma medida extrema, mas às vezes necessária, ajuda na não disseminação do vírus, dando oportunidade para o sistema de saúde desafogar.
Schettini: O MDB não precisa de uma refundação?
Maldaner: O MDB do Estado de Santa Catarina é o maior partido. Elegemos 96 prefeitos, 67 vice-prefeitos e 823 vereadores. 25% da população catarinense é administrada pelo MDB. O MDB Mulher também cresceu muito nestas eleições e estamos renovando nosso partido com um excelente desempenho de candidatos eleitos da JMDB.
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