O fisioterapeuta é um profissional que tem feito a diferença na pandemia, pela sua importância na reabilitação dos pacientes afetados pela Covid-19. A Clínica Escola de Fisioterapia, que faz parte da Clínica Integrada da Unochapecó, tem se destacado nesse cenário e é referência no município no atendimento ambulatorial nos pacientes pós-covid. Muitos dos acometidos pela doença sofrem com comprometimentos respiratórios, musculoesqueléticos e até mesmo neurológicos, principalmente aqueles que ficam hospitalizados por um longo tempo.
Assim, após a alta hospitalar, a fisioterapia é indispensável para acelerar o processo de recuperação. “Estes pacientes são submetidos a um protocolo de avaliação fisioterapêutica, verificamos seus principais comprometimentos e disfunções e elencamos o diagnóstico cinético-funcional, para ser traçado o programa de tratamento mais adequado”, explica a coordenadora da Clínica, professora Lilian Marin Lunelli.
O tratamento inclui desde simples exercícios de alongamentos muscular, até exercícios mais complexos para a melhora da ventilação pulmonar, fortalecimento e condicionamento do sistema cardiorrespiratório e musculoesquelético. Quem realiza os trabalhos são os estudantes do último período do curso de Fisioterapia da Uno, com supervisão dos professores, e uma fisioterapeuta, que é técnica da Clínica.
PRATICA PROFISSIONAL
Participar desses atendimentos tem sido gratificante para os acadêmicos. Mais do que colocar em prática os conhecimentos adquiridos durante o curso, eles contribuem com a sociedade em um momento muito delicado vivido. “Poder estar inserido na batalha da linha de frente da Covid-19, podendo recuperar e auxiliar no ganho da funcionalidade, força, qualidade de vida e a vontade de viver e seguir em frente de tantos pacientes que chegam para nós frágeis e sem esperanças, é gratificante”, comenta Nathaly Agata Ferranti, estudante do 9° período.
Ao mesmo tempo, os atendimentos são desafiadores, pois surgem casos com disfunções musculoesqueléticas e cardiorrespiratórias distintas. “Os principais problemas visualizados nos pacientes pós-covid atendidos na Clínica são: dispneia, hipoventilação pulmonar, cansaço excessivo, fraqueza de membros superiores e membros inferiores, perda da função, fraqueza das musculaturas respiratórias (inspiratórias e expiratórias), perda de memória, descompensação da saturação em exercícios de médio/grande esforços, taquicardia, entre outros”, acrescenta a estudante.
Nathaly acrescenta que os conhecimentos adquiridos durante os atendimentos têm sido valiosos. “Aprendemos e estudamos a cada dia a grandiosidade da doença e as sequelas que estão surgindo e ainda podem surgir, sendo assim, sabemos que é nossa futura realidade no mercado de trabalho. No decorrer da graduação, nunca surgiu a ideia de uma possível pandemia, suas afecções e tratamentos. Foi algo repentino, que nos pegou de surpresa, obrigando a nossa adaptação (tanto professores, quanto estagiários e os atendimentos na clínica no geral). Nesse tempo choramos, sentimos medo e anseio, nos desapontamos, porém ficamos firmes e mais experientes, como bons futuros profissionais”.
ATENDIMENTOS
Os pacientes atendidos na Clínica são encaminhados via SUS, e outros procuram por já conhecerem o serviço ou por indicação de outras pessoas, explica a coordenadora. Os atendimentos são gratuitos e, para suprir a alta demanda de pacientes, os horários foram ajustados nas mais diversas áreas de estágios e também vem acontecendo em formato de telefisioterapia, ou seja, por meio de videochamadas. Neste caso, o paciente precisa ir presencialmente à Clínica pelo menos uma vez por semana.
As pessoas que precisarem deste serviço podem entrar em contato pelo telefone (49) 3321-8056 ou pelo e-mail [email protected].
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