O Brasil com cara suja de sangue
Seja de um lado ou do outro, a eleição nacional já ganhou lama. O atual presidente é um sujeito que não acredita nem mesmo no que diz e o que quer entrar, já teve seus tropeços. O país está entregue às dúvidas. Não há uma só liderança com perfil ideal porque, de fato, não há pessoas ideais. Busca-se um nome para passar pelo meio, mas, no final, são os mesmos que convivem com os dilemas nacionais. A eleição vai se dar entre os extremos porque amadureceu para isso. Ou um, de extrema direita, ou outro de extrema esquerda. Por quê? Amadureceu para este desfecho. É um processo dialético que ganhou a envergadura para este enfrentamento. Não existe nomes do meio porque, no transbordar da fervura, a identificação ideológica é de classe. Isso quer dizer que, não é apenas uma disputa política, mas de classe. É maio de 1968, com suas consequências de ideologias classistas entrando no frente a frente. Primeiro a arma do voto, depois a de fogo.
RACHADÍSSIMO
O MDB está em plena disputa interna e terá sequelas com força suficiente para a saída de um ou outro grupo. A linguagem é 2022 e o enfrentamento entre Dário Berger e Antídio Lunelli. Não tem acerto neste octógono. Só vai ficar um.
SEQUELAS
Na última segunda-feira o encontro entre Celso Maldaner e Antídio Lunelli, em Jaraguá do Sul, dá o tom da disputa mais espetacular se arrastando desde a convenção de junho de 2019 quando o deputado federal e Dário Berger se enfrentaram. O senador perdeu.
EXATO
A entrada de Mauro Mariani no jogo de Dário Berger não é surpresa. Ambos caminhavam juntos desde 2016 quando da eleição municipal, afirmando-se em apoio mútuo. O irmão de Djalma Berger carimbou a palavra em 2018. Agora o ex-presidente ulyssista devolve fidelidade.
ENTÃO
Quando Paulinha é chamada a se filiar no MDB, é porque a deputada estadual já sinalizou este traçado. Só não consolidou sua presença na barricada ulyssista porque Dário Berger e Mauro Mariani não estavam presentes na reunião de ontem em Brasília. Não quer entrar dividida.
TOTAL
A ida de Paulinha para o colo de Ulysses Guimarães, é certa. A parlamentar não tem mais calor no trabalhismo de Manoel Dias. A pedetista não comunga com Ciro Gomes nem com o deputado estadual Rodrigo Minotto. Mas também não quer o ringue de Celso Maldaner, Dário Berger e Antídio Lunelli.
APOIO
Paulinho de Bombinhas começa a se inclinar em direção a Gelson Merisio. O prefeito da bela Praia da Sepultura, já manda um recado para Carlos Moisés. Não é de hoje que o parceiro da ex-líder do Governo tem confrontado o governador. Política e suas variantes.
TRANQUILO
Carlos Moisés tem se movimentado longe de SC. Como foi a Brasília encher o balaio de vacinas com o novo ministro da Saúde, sai do eixo do debate da cassação. Tem juízo de seus atos e olha suas mãos limpas na questão dos respiradores. Volta sexta com agenda em Joinville.
LEILÃO
A vice mexe oferecendo o que quiser para assumir o Estado. São Secretarias estratégicas e, se precisar, a criação de outras tantas para obter o voto necessário para derrubar Carlos Moisés. Já não é uma questão jurídica, expressa na seriedade dos desembargadores, é política total. Do jogo.
REAÇÃO
A presença de todos os deputados estaduais e federais na Capital a partir de amanhã, mexe forte no pedido de impeachment. Lideranças para manter e derrubar, utilizam suas forças para contribuir com o cenário pró e contra. O Poder é isso aí. Não perde nunca.
TOURADA
Como o acesso às dependências da Alesc foram fechadas, o acompanhamento do impeachment será frio. As pessoas, desinteressadas e preocupadas com seus problemas, não sabem o que é o jogo de Poder. A fome entrou na vida do cidadão. Fica na consciência de quem pode decidir, as verdades a demonstrar.
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