Os presidentes da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar, e da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio-SC), Bruno Breithaupt, manifestaram nesta quarta-feira (24), durante reunião on-line da Comissão de Economia, Ciência, Tecnologia, Minas e Energia, que são contrários a um possível lockdown no estado. Eles defendem a manutenção das atividades econômicas, mantendo rigorosos protocolos de segurança adotados desde o início da pandemia para que se possa manter os empregos e a saúde das pessoas. “Somos defensores da manutenção da atividade econômica”, foi a tônica dos pronunciamentos.
O presidente da Comissão de Economia, deputado Jair Miotto (PSC), avaliou como positiva a reunião, destacando que a Fiesc, que reúne mais de 800 mil trabalhadores, e a Fecomércio estão seguindo todos os protocolos, cumprindo todos os regramentos para que não ocorra nenhum foco de contaminação de Covid-19. “A nossa avaliação é de que daqui para frente precisamos ter um cronograma de atividades, um planejamento, para esse período tenso que estamos vivenciando, com o agravamento de casos de Covid-19 neste mês de março, mas não somos a favor de lockdown. Isso ficou bem claro, estes setores produtivos estão preparados para fazer esse enfrentamento.”
Miotto destacou ainda que em curto prazo a comissão irá auxiliar as duas entidades na defesa de redução, postergação, parcelamento ou isenção de taxas e impostos estaduais e municipais para as atividades que estão sofrendo com as medidas de restrição adotadas no estado. “Muitos setores econômicos estão precisando de ajuda, de incentivos fiscais, por isso precisamos trabalhar juntos para que a pobreza não cresça no nosso estado.”
Manifestações
A deputada Paulinha (PDT), que estava em Brasília, defendeu a criação de um comitê de recuperação econômica, unindo representantes das duas entidades empresariais, mais do Ministério Público, Fecam (Federação Catarinense dos Municípios), entre outros. A parlamentar também relatou a situação de Brasília, onde as medidas de lockdown adotadas pelo governo estadual têm causado aumento da pobreza na região.
“Na hora do almoço não conseguimos nem encontrar um local para almoçar. É visível o empobrecimento da população aqui em Brasília. Não há sentido nestas medidas. O lockdown não é a solução”, defendeu Paulinha. A deputada enfatizou que as curvas de contágio não estão nos balcões do comércio e nem nas indústrias, que estão adotando todas as medidas de segurança, com regramento de afastamento social e adoção de álcool em gel.
O deputado João Amin (PP) manifestou sua preocupação com o comentário do secretário da Fazenda, Paulo Eli, de que Santa Catarina não precisaria de auxílio emergencial por não ter desemprego. Lembrou que no estado há uma falta de 400 leitos nos hospitais e que a vacinação está em “passos de tartaruga”. O parlamentar destacou a importância das medidas adotadas pela agroindústria, não só de Santa Catarina, como a do Paraná e do Rio Grande do Sul, que mesmo em meio à pandemia, não demitiu 16 mil trabalhadores, mas os substituiu. “Só em Santa Catarina foram cinco mil empregos mantidos com essa medida.” João Amin também falou da preocupação com o novo auxilio emergencial que será de R$ 42 bilhões e indagou se haveria muita burocracia para auxílio do Badesc e do BRDE às empresas catarinenses.
Iniciativas de combate à pandemia
O presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, apresentou durante a reunião um resumo das atividades desenvolvidas pela entidade no combate ao Covid-19. Destacou que desde o início da pandemia os empresários catarinenses adotaram medidas de segurança, com todo o regramento possível, colaborando com o governo estadual, mas sempre alertando para a preservação dos empregos e da economia.
O dirigente destacou que entre as ações da entidade estão a plataforma CoronaDados, com dados dos trabalhadores e informações diárias. Observou que a entidade também comprou e doou ao governo estadual mais de 9 mil testes de Covid-19, 8 mil máscaras, medicamentos para kit intubação, conserto de mais de 70 respiradores, um investimento de mais de R$ 600 mil em novos respiradores doados a hospitais, entre outras ações. Transporte via avião destas doações aos municípios. “Todas as ações alinhadas com a Secretaria de Estado da Saúde.”
Preocupação econômica
O presidente da Fecomércio, Bruno Breithaupt, falou da preocupação com o desemprego e a crise no setor. Defendeu a retomada do crescimento econômico em sintonia com as medidas de segurança contra a pandemia já adotada por todos os setores da entidade. Observou que a queda econômica em diversos setores já são visíveis em todo o estado, destacando o setor de turismo que sofreu uma queda de mais de 33% e que os dados não mostram uma recuperação em curto prazo.
Breithaupt disse ainda que, diferente do ano passado, o auxílio financeiro do governo federal vai ser menor, que a taxa da Selic vem preocupando o setor, e as taxas de juros estão prejudicando vários segmentos da economia. Segundo ele, as ações precisam ser implantadas com celeridade para garantir a preservação das atividades econômicas e amortecer os impactos negativos, mirando uma recuperação sólida. "A redução da carga tributária é uma alternativa viável para aliviar os empresários e ampliar a capacidade financeira de caixa e de investimento.”
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