O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), calculado para Chapecó, registrou uma variação de 6,86% neste mês de abril, aumentando para 65,03 pontos. Em comparação ao mesmo período do ano passado, o índice segue mostrando redução (-34,9%). A pesquisa é realizada pelo curso de Ciências Econômicas da Unochapecó, em parceria com o Sindicato do Comércio (Sicom), por meio do Sicom Pesquisas. Neste mês, os consumidores chapecoenses se tornaram mais otimistas em relação às condições econômicas futuras e, principalmente, sobre suas perspectivas atuais.
Um dos fatores que pode ter influenciado essa melhora nas perspectivas foi a confirmação e divulgação do cronograma da nova etapa do auxílio emergencial, que beneficiará 45,6 milhões de brasileiros. Segundo o Ministério da Economia, o mês de fevereiro teve o melhor saldo de emprego em 30 anos, isso caracteriza maior renda e circulação de dinheiro, que pode refletir agora em um aumento na confiança do consumidor. É uma narrativa que ganha força, ao notar que os chapecoenses estão considerando a sua situação financeira atual melhor que a de 12 meses atrás.
Apesar dos fatores positivos, de acordo com a professora do curso, Cássia Ternus, o cenário ainda é bastante crítico. “Precisamos observar que o acréscimo de 6,86% é com base no mês de março, em que a confiança dos consumidores caiu 26,28%, então é normal esperar uma variação positiva para abril. Ainda assim, o índice está em 65,03 pontos, representando retração da atividade econômica. Fatores como a redução do número de casos de Covid-19, ampliação no número de vacinados e reabertura do comércio contribuem com a explicação da variação positiva em abril de 2021”, explica.
Os dados coletados mostram que 61,54% dos respondentes declararam estar mais preocupados com a Covid-19 do que estavam no mês anterior, enquanto no mês de março a taxa foi de 75,83%. Ainda, 29,49% mantêm o nível de preocupação, enquanto 8,33% estão menos preocupados. A amostra da pesquisa foi composta por 77 mulheres e 79 homens de diversas faixas etárias e classes de renda.
Em uma análise dos grupos que compõem o ICC, houve apenas variação negativa em dois grupos: consumidores com idade entre 45 e 65 anos (-26,47%) e chapecoenses com renda entre R$2.000,00 e R$4.000,00 (-4,0%). Por outro lado, as variações positivas mais expressivas foram registradas pelos consumidores com idade entre 24 e 45 anos (19,44%); até 24 anos (15,39%) e com renda até R$4.000,00 (12,36%).
Neste mês, a média da renda dos participantes da pesquisa é de R$ 4.984,80, havendo aumento em comparação a março (R$ 2.842,68). Seguindo a mesma tendência, a expectativa de gastos extras aumentou, partindo de R$ 406,52 em março para R$ 463,95 neste mês. Por outro lado, a expectativa de gastos pela internet diminuiu, resultando em R$ 211,63 em abril, depois de ter registrado R$ 222,10 no mês anterior.
COMPORTAMENTO DOS SUBÍNDICES
O Índice de Condições Econômicas (ICE) registrou uma variação positiva (13,49%) em comparação com março. Após três meses consecutivos de queda, o subíndice chegou aos 68,76 pontos. Os resultados indicam que os consumidores estão mais confiantes em relação às suas finanças e às condições para aquisição de bens duráveis, se comparado ao mês de março.
O Índice de Expectativas de Consumo (IEC) também aumentou, chegando aos 62,74 pontos, correspondendo a uma variação de 2,82% em relação a março. O IEC mensura o sentimento dos consumidores com relação ao futuro, tanto da situação econômica pessoal quanto do país como um todo. Dessa forma, essa redução revela que os consumidores estão menos confiantes em relação aos próximos anos se comparado a fevereiro.
O Índice de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (IEIC) permite sondar o nível de obrigações a pagar ou em atraso que o consumidor possa ter. A variação deste subíndice foi de -7,94% neste mês, levando o IEIC aos 120,07 pontos. Este resultado é negativo e está alinhado com um aumento no nível de endividados e/ou inadimplentes do município.
Dentre os 156 consumidores entrevistados, 77,56% têm alguma obrigação a pagar. Entre os endividados, 21 consumidores (17,36%) também revelaram que estão inadimplentes, ou seja, com dívidas em atraso, especialmente com cartão de crédito e financiamento.
HÁBITOS DE CONSUMO NA PANDEMIA
No presente mês, 54,49% dos respondentes afirmaram que após o fim da pandemia pretendem manter algum hábito de consumo adquirido durante esse período, enquanto 10,9% confirmaram que não manterão qualquer novo hábito. Ainda, outra parte dos participantes da pesquisa (11,54%) não modificaram qualquer hábito de consumo e 23,08% não souberam ou não quiseram responder.
Adentrando na vida financeira dos consumidores, 58,97% asseguraram que não houve alteração na sua renda em decorrência da pandemia, enquanto 34,62% constataram diminuição na mesma e 6,41% tiveram aumento na sua renda. Levando isto em conta, 19,23% dos participantes revelaram ter aumentado seus gastos extras em relação ao mês de março, 45,51% realizaram cortes de gastos extras, enquanto 10,9% realizaram cortes tanto em gastos extras quanto também em gastos essenciais, e outra parcela de 21,15% manteve o mesmo nível de gastos do mês anterior.
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