Por Fernanda Norbak Dalla Cort*, Leila Zanatta** e Samuel da Silva Feitosa***
Você já deve ter escutado que mesmo após ter recebido a vacina, as medidas de proteção continuam sendo necessárias. Mas você sabe porquê? Alguns pontos devem ser levados em conta. Para começar, as vacinas aplicadas no Brasil, até o momento, possuem duas doses de aplicação, e por isso possuem intervalo de tempo entre a primeira e a segunda dose.
Esse período vai depender do tipo de vacina aplicada. No caso da Coronavac, também conhecida como Butantan, o intervalo fica entre 14 e 28 dias. E para a da Astrazeneca, também chamada Fiocruz, o período é de 90 dias. Além disso, após a aplicação das duas doses, estima-se que seja necessário de 22 a 90 dias para o organismo produzir anticorpos neutralizantes, e assim, garantir a imunização. A vacina da Astrazeneca apresenta percentual de eficácia de 76% na primeira dose, mais de 80% quando realizada a segunda dose e 100% de eficácia para a forma grave da doença.
Por isso é muito importante lembrar que é necessário a aplicação da segunda dose. Ou seja, a vacina protege as pessoas de terem a forma grave da doença, mas há a possibilidade de contaminação de casos leves. Outra questão é que o esquema vacinal norteia-se de forma prioritária e possui três fases, portanto, para a vacinação de toda a população, a disponibilidade do quantitativo de imunobiológico deve ser levado em conta, bem como, de insumos e recursos humanos. Além disso, dados estatísticos precisam assegurar que há uma taxa de cobertura vacinal viável para chegar a imunidade de rebanho.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, essa cobertura deve ser no mínimo de 80% de toda a população, e que o ideal seria de 90% para estabilizar e conter a pandemia. Também há questionamento sobre o período de duração da imunização, e estuda-se a possibilidade de reforço de forma sazonal, como o que é feito com a vacina da Influenza (gripe). Portanto, os cuidados devem permanecer, com a utilização de máscara, distanciamento social e higiene das mãos com água e sabão e/ou utilização de álcool em gel.
*Enfermeira, Mestrando do Mestrado Profissional de Enfermagem na Atenção Primária à Saúde - UDESC
**Farmacêutica, Doutorado em co-tutela pela Universidade Federal de Santa Catarina e Université de Caen Basse-Normandie – França, Docente da Universidade do Estado de Santa Catarina
***Desenvolvedor de Sistemas, Doutorado em Ciências da Computação pela Universidade Federal de Pelotas, Docente do Instituto Federal de Santa Catarina
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