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Entrevista | Jair Miotto observa espaço para evangélicos atuarem em favor dos mais necessitados em SC

Por: Marcos Schettini
27/05/2021 16:45 - Atualizado em 27/05/2021 16:47
Rodolfo Espínola/Agência AL

Sucessor do legado de Narcizo Parisotto na Assembleia Legislativa, Jair Miotto cumpre seu primeiro mandato no Parlamento em um momento de grandes transformações sociais. Diante do cenário pandêmico de coronavírus, o deputado estadual e pastor da Igreja do Evangelho Quadrangular observa a necessidade de atuar em favor dos mais necessitados e que o Governo do Estado pode abrir esse espaço para que os evangélicos atuem nesta frente.

Em entrevista exclusiva ao jornalista Marcos Schettini, o parlamentar falou do momento pós-impeachment em Santa Catarina e apontou a lealdade e comprometimento da boa política para manter Carlos Moisés no cargo no qual foi eleito por cerca de 72% dos catarinenses. Ainda, comentou sobre as ações de seu xará presidente da República e o futuro eleitoral. Confira:


Marcos Schettini: O senhor atuou silenciosamente em favor do governador Carlos Moisés. Por quê?

Jair Miotto: Não falo em modo silencioso, mas em tranquilidade seguindo a direção partidária estadual. Primeiro, que nossa atuação foi em afinação junto aos quatro deputados com voto que contávamos, sempre é bom lembrar, como positivo. Ficou a cargo deles falar, atuar, construir como assim foi feito. Tiveram um grandioso papel histórico ao mostrar a força política que esta Casa tem. O governador foi eleito com quase 72% dos votos e somos a vontade da sociedade. Nosso entrosamento foi pela verdade. Todos os órgãos de controle disseram que ele não tinha envolvimento e era inocente. Então por que cometer injustiças? Agora este pesadelo terminou.


Schettini: Por que o Sr. fala em pesadelo?

Miotto: O Estado parou, as obras pararam, as preocupações com a pandemia e a economia ficaram em segundo plano. Todas as nossas preocupações são em vencer esta pandemia chamada coronavírus que tirou mais de 450 mil vidas de brasileiros. As famílias perderam pessoas amadas, amigos, empresas quebraram, sonhos foram interrompidos, educação em xeque, fome aumentando, desemprego destruindo tudo. E SC sem foco, gastando tempo e energia em briga política por cassação? Isso não é um pesadelo? Não é um erro grotesco?

Schettini: O governador foi assistir ao culto da Igreja do Evangelho Quadrangular ligada ao ex-deputado Parisotto. Retribuição?

Miotto: Eu digo que é fé. O governador e a primeira-dama foram pedir orações e proteção a Deus. Quem somos nós para pedir retribuição de alguma coisa. Nosso líder é Jesus Cristo, aquele a quem temos honra e louvor, nosso Salvador, nossa Luz. O Carlos Moisés e a dona Késia foram orar, agradecer e pedir a intervenção de Deus para dirigir SC com altivez, responsabilidade e sabedoria. E quem nos concede isso é Deus. Foi abraçar os missionários Parisotto e Noely pelas muitas orações feitas por ele em tudo que passou.


Schettini: Quem sobrevive a dois pedidos de cassação?

Miotto: Esta foi uma das demonstrações de força que jamais tínhamos visto no Estado. Suportou tudo e saiu vivo. Crendo mais em Deus nos momentos de solidão e tristeza. Poucos suportariam tudo isso. Claro que foi uma demonstração forte da política sobre o apoio que devolveu a ele o governo. Contou com a habilidade de Eron Giordani, um líder nato, forte, conciliador, que tem conexão direta com a Assembleia e semeou um grande entendimento. Foi uma consequência de erros do passado que levou a tudo isso, mas foi reparado pela boa conversa, fidelidade e entrosamento através do Eron e outros líderes.

Schettini: Mas falam que o acerto foi grande para garantir a reversão. Ou não?

Miotto: Eu não vejo a palavra “acerto” como principal. Quem estava contra o governador, que havia assumido o controle do Estado também, fez jogo. Na política é assim mesmo. Não é aqui nesta Casa, mas em todos os lugares do mundo. Na ONU, em Washington, na Casa Rosada, no Palácio do Planalto, em Florianópolis, em tudo há entendimento. A palavra é dita de modo errado. Negociação é uma palavra que expressa coisas tempestiva. Entendimento é a leveza da boa conversa. Aqui os deputados são da boa linhagem política. Não falo da escolha de alguns, mas da grandeza de quem entendeu o processo.


Schettini: O que o Sr. quer dizer como entender o processo?

Miotto: É observar as situações. Eu aprendi com o missionário Parisotto que lealdade, respeito e amor pelo que se faz, tem que ter transparência, olho no olho, palavra. A vida pública precisa de lealdade não de oportunismos e facilidades. Tudo é difícil, demorado, cheio de dificuldades. Mas temos que ter perseverança, atuação, paciência e entendimento. Não julgo quem faz suas escolhas, do certo ou errado. Tudo o que se faz, traz consequências. Eu, em particular, aprendi a julgar pela verdade. Sigo os ensinamentos de Jesus e n'Ele está toda Verdade. Foi julgado e morto diante de sua inocência. Não posso conjugar com a mentira. Ressuscitou pela força de Deus. Ele sempre dá Vida a quem é inocente e julga os que fazem injustiças.


Schettini: O presidente do PSC tem conversado com o governador e com a Casa Civil?

Miotto: O missionário Parisotto é um homem experiente. Conviveu aqui nesta Casa por seis mandatos de deputado estadual e nunca teve em sua vida qualquer questionamento de seu pudor e coerência política. Entrou e saiu pela porta da frente da Assembleia sem deixar questionamento de sua lisura de homem público. Isso, por si, é uma riqueza grandiosa. Na Alesc existem pessoas de bem e que querem fazer o bem para SC. Poderíamos atuar mais para atender as famílias, o cidadão sem distinção. Nossa Igreja, sou da Igreja do Evangelho Quadrangular, tem uma atuação forte e vocacionada no campo social. Não interessa a religião ou sem religião. Somos cristãos e não fazemos acepção de pessoas. Vivemos uma pandemia devastadora, as pessoas estão pedindo tudo nas ruas da cidade, a fome e agora o frio, matam. Quem tem fome, tem pressa. Gostaríamos que o Governo do Estado nos oferecesse mais espaço para atuarmos em favor desta gente. Sei que podemos ajudar mais a população catarinense necessitada.


Schettini: Como o Sr. vê o Governo Federal diante de tantas situações ocorrendo no Brasil?

Miotto: Eu respeito a imprensa, seu papel, sua grandeza e necessidade. Não teríamos democracia sem a força da imprensa, seja ela do rádio, das TVs, jornais e, agora, com tanta força, a mídia eletrônica. Nós sabemos de tudo o que acontece em tempo real, de modo instantâneo. Mas precisa ser mais sensível. Tem erros de comunicação e divulgação com o Governo Federal. Às vezes o presidente, muito espontâneo como sempre, exagera no modo de falar, mas ele quer o bem do Brasil. Tem alguns erros, mas tem muito mais acertos. O Brasil demorou para acertar as vacinas, mas estamos muito bem colocados em relação aos demais países. Penso que em 4° ou 5° colocado. Tenho certeza que se não fosse esta pandemia, estaríamos em excelente posição de crescimento econômico. É preciso olhar pelos mais pobres com muita sensibilidade, mas também as empresas, o emprego, as crianças, as mulheres, as experiências dos idosos, a família como um todo. O presidente Jair Bolsonaro é um bom líder, precisa se conter um pouco, mas tem buscado fazer bastante pelo país. Ele precisa apenas conversar de modo mais brando, menos impulsivo e escutar a sociedade, mas seus princípios e ideais são nobres. Acredito sim nele e no Brasil.

Schettini: Qual seu destino político no ano que vem?

Miotto: Eu sou uma pessoa simples. Agradeço a Deus e ao meu líder Narcizo Parisotto, às lideranças cristãs, pastores e minha família em disponibilizar-me para a dedicação na vida pública. Vivi um mandato de aprendizado. Aqui temos que entender que somos um entre outros 39 deputados. Cada um com sua realidade, desafios, lutas pelas regiões em que pertencem. Em pouco mais de dois anos de mandato consegui apresentar 39 projetos de lei, nove deles já são leis, conseguimos liberar mais de R$ 17 milhões de emendas já pagas aos municípios, presido a Comissão de Economia, Ciência e Tecnologia, Minas e Energia, com muitas bandeiras importantes que defendemos, tenho viajado direto pelo Estado. SC precisa de atenção e nós estamos aqui para buscar tudo o que for preciso para fazer as realizações acontecerem. Se o missionário Parisotto, os membros da Igreja, nossos pastores e líderes comunitários, prefeitos e vereadores ligados ao nosso mandato, entenderem que podemos buscar a reeleição, me colocarei à disposição com muita intensidade e trabalho. Entrego a Deus todos os propósitos da minha vida. Nosso gabinete é de todos que precisarem. Uma equipe dedicada, fiel e verdadeira, prestativa e atenciosa com todos. Quero continuar contribuindo, sendo presente e atuante em todas as regiões do Estado, dedicado e realista, fazendo o melhor que posso pelas pessoas. O missionário Parisotto é meu líder, meu conselheiro, amigo, fiel defensor que apostou tudo para que chegássemos até aqui. Não falo por mim, falo por nós. Preciso da convocação deles e da sensibilidade do eleitor para voltar a esta Casa. Vamos em frente.


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