Tucanos por eles mesmos
Marcos Vieira mandou um forte recado aos intrusos do tucanato quando, do corredor, dirigiam o ônibus. O veterano do PSDB comanda a própria vida no processo partidário porque, construtor oficial do ninho, sabe bem que lado migrar. Já na primeira votação do impeachment, o alegórico Vicente Caropreso votou contra Carlos Moisés pela decência demonstrada. O médico de Jaraguá do Sul ganhou o respeito do governador. A bancada sintoniza-se juntando os bicos no interesse de 2022. Reféns, grandes quadros caíram no conto do vigário que reza a missa chicoteando os coroinhas, buscando se apoderar como o chupim, a ave que usa o ninho alheio. Baforou o bom senso expresso na feminilidade da deputada Geovania de Sá que, depois, foi resgatada por Clésio Salvaro, outro plumado na modernidade da social democracia. A ave estranha pousou no galho da boa-fé, camuflou-se e, em seguida, chutou a hierarquia natural, impondo modos alienígenas. Violento, já foi arrancando a cabeça de tucanos como se fossem galinhas da JBS. Quadros que desenharam o plano de voo nas árvores da decência política e da ética.
CÉSAR
Carlos Moisés impera sobre si aquilo que negou nos patéticos primeiros dois anos. Hoje diz, faz e decide. Pode não contentar a todos, mas ganhou postura, altivez, altura do cargo. Cercou-se do que não confessava e, agora, determina-se. As cassações moldaram sua personalidade.
CARECA
Esperidião Amin jogou ao vento os que tinha e, sem eles, governou e dá vida pública de exemplos. Agora, na frente do espelho, Carlos Moisés vê-se perdendo o teto capilar, mas no suor das preocupações. O oba-oba de outrora, tirou seu sono, mas moldou-o à política que salvou-o.
RODANDO
Está indo às regiões, leva recursos, se faz presente. Foi ver de perto a força do vento que quase empurrou Campos Novos para o RS. A equipe do governo age e ganha força política. Na Alesc, Moisés já não advinha, estende a mão. Se isso não é olhar 2022, então o que seria?
MAQUINANDO
Cedo para definir o partido, o governador vai deixar seus adversários fritando o cérebro até o cantar do galo do último dia do calendário eleitoral. Não precisa ter pressa para correr o que é de seu direito. Se for ou não à reeleição, a preocupação não é dele.
ESQUEÇA
Hoje Carlos Moisés tem apenas a reeleição ou voltar para casa. Não há como desincompatibilizar e entregar o governo para sua patética parceira de chapa em 2018. Ele entregaria, por exemplo, a Moacir Sopelsa se fosse ao Senado em uma boa chapa.
ARQUITETURA
A importância do próximo vice-presidente da Alesc diz por aí. Se Moacir Sopelsa, que está abandonando a vida pública, sonha em sentar na Cadeira estadual, é porque desenha-se um raciocínio. Carlos Moisés negociaria sua presença em uma chapa ao lado do MDB.
INCLUSO
Carlos Moisés sabe que não tem chão dentro do MDB. Os ulyssistas querem-no como aliado do jogo e fora do campo. O partido de Celso Maldaner sabe que é muito difícil construir o cenário eleitoral sem um governador apto à reeleição. Como deixá-lo na arquibancada?
EXCLUSO
Com um governador livre para disputar a reeleição, qual a senha para tirar esta possibilidade? Se o MDB tem nomes e, ao lado de outros interessados no jogo como PSDB, Progressistas e PT, que salvaram-no da cadeira elétrica, então para que o esforço? Ser serviçal?
SERVIÇAL
Por que Carlos Moisés iria para exclusão se, com o cofre abarrotado de dinheiro, um Eron Giordani na Casa Civil tricotando com a Alesc, indicações ao 5°, PSL com contêineres de fundo partidário e atenção às regiões, o melhor não seria, de fato, ser cassado?
CASSADO
Para rejeitar tudo que hoje tem à disposição, Carlos Moisés não precisava viver o calvário vivido pela segunda cassação e entregaria o Estado aos controladores da patética Daniela Reinehr. Ela pela inutilidade de algo, ele pela burrice demonstrada.
ENTÃO
Já que deram sobrevida política, o marido de Késia tem tudo para desenhar seu traçado. Se escutar o grito emanado pela máquina estadual, suas consequências e o poder de fazer nesta direção, com Eron Giordani construindo a pedido, o jogo inicia-se ontem.
BATUQUE
O retorno de Carlos Moisés ao comando do Estado foi político. O resultado foi construído pela força de ereção de um conjunto liderado por Eron Giordani, vencedor absoluto na irradiação positiva de Julio Garcia, o respeitado mago da palavra.
REAL
Julio Garcia é plural junto aos deputados. Tirando uma cabeça parlamentar vazia ali, outra lá, a salvação política do agora governador, sabe-se, saiu da mente brilhante do ex-presidente da Alesc que, mesmo distante, refletiu-se em sua altura.
DÍVIDA
As digitais de Julio Garcia imprimiram o respeito demonstrado nos quatro deputados que desquebraram o ovo. Carlos Moisés já estava morto, mas seus ressuscitadores fizeram-lhe a massagem cardíaca devolvendo-o o respiro sacrossanto e, a eles, ajoelha.
TOTAL
Não à toa, Eron Giordani é na Casa Civil. O secretário vai desenhar à vontade dos deputados e o governador sabe da força do filho de Edegar Giordani. Os golpistas sabiam que o marido de Renata Palaoro reza na fidelidade dos deputados. Está, onde se encontra, na voz desta base.
BASE
Os deputados estaduais do MDB jogam na dissonante da Executiva. Eles falam grego, o diretório troiano. A sintonia do bloco ulyssista tem altura do verbo único sem passos isolados. Carlos Moisés sabe que, mútuos, contam entre si.
BABEL
Se dentro do PT a bancada grita junto, no Progressistas apenas o líder do Governo na Alesc e o secretário da Agricultura fazem ping-pong. Os deputados Zé Milton Scheffer e Altair Silva jogam na direção contrária ao colega João. O deputado filho de Angela Amin é singular.
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