Arrecadação, dinheiro e investimento
Paulo Eli precisa dar aos fiscais do Estado um retorno valoroso aos membros do Sindifisco. Aquilo que ele vê mês a mês entrando no bolso de Erário da Silva, é no esforço do coletivo a qual ele faz parte. O secretário da Fazenda não é um membro amputado do corpo arrecadador. Ele, mais do que ninguém, conhece os dramas vividos e as dificuldades que seus colegas de profissão sofrem para, ali e lá, entupir a guaiaca catarinense de tributo. Sem condições de trabalho, é jogar contra o Estado. O pessoal da fiscalização sua a camisa, faz seu papel com altura e profissionalismo, mas podem fazer bem mais. Se tiverem o braço forte de estrutura para trabalhar, triplicam ao longo dos anos. A sonegação é aliada da falta de sensibilidade da Fazenda. Maio teve outro grande recorde de quase R$ 3 bilhões para Carlos Moisés cumprir a missão de fazer o que deve nas melhorias das estruturas em favor do cidadão. Vão dizer que o Tribunal de Contas de SC é contra. Dê uma viagem bacana para o Adircélio de Moraes Ferreira, mude a lei e deixe o Sindicato dos Fiscais trabalhar.
CHORADEIRA
Os servidores públicos do Estado vão comprar muito lenço, mas a Reforma da Previdência elaborada pelo setor administrativo do governo vai entrar na pauta em 10 dias e, cortando em miúdos, SC vai deixar de perder, em 20 anos, R$ 22 bilhões.
GRITARIA
Os sindicatos das categorias, principalmente o pessoal da PM e PC, vão fazer um tiroteio em frente a Alesc, mas, no final, como foi no plano nacional, vai passar. Professores vão bater panela e gritar “Fora Moisés”, mas a base vai aprovar. Cada ano vai ficar R$ 1 bilhão nos cofres.
BILHÃO
Dinheiro é para investir. As estradas e o patrimônio do contribuinte estão uma porcaria. Para arrumar toda esta devassa histórica no que é do Tião e da Bastiana, tem que fazer a reforma para brotar dinheiro para trocar o caos pela qualidade de vida.
ELES
O sindicato dos servidores tem legitimidade para bater panela e pichar as paredes da Assembleia no dia da aprovação da reforma previdenciária, mas vai ser aprovada. Vão mandar imprimir o rosto do deputado chamando-os de traidores do povo etc, etc. Mas vai ser aprovada.
ENTÃO
A cena é aquele pessoal do panelaço chamando os deputados de impublicáveis palavras, mas novamente, vai ser aprovada. Se o lenço é barato, caro é o peso nas costas da Chiquinha e do Tonhão. Ela empregada doméstica, ele pedreiro. O pessoal da gritaria, todos bem pagos para fazer teatro.
TEATRO
O empresariado quer tirar o Estado das costas do Tião e da Donana. Eles pegam ônibus, levam marmita, saem cedo, chegam tarde e o pessoal do sindicato vai lá fazer o barulho que ela e ele, pais do Joãozinho e da Chiquinha, não têm nada a ver com isso.
DESENVOLVIMENTO
A choradeira continua em frente ao parlamento catarinense e o panelaço é ensurdecedor, mas vai ser aprovada. São 22 bilhões para que os filhos do Tião, pedreiro calejado, com a botina pintada de cimento, tenham escola e merenda de qualidade.
BLÁ
O pessoal do sindicato vai afirmar que o dinheiro na Casa de Erário da Silva é suficiente para dar uma boa aposentadoria os servidores e que, depois de tanto trabalhar, merecem descansar e viver com qualidade de vida. É exatamente isso que a Reforma da Previdência vai garantir.
OVOS
É como assistir ao jogo. O torcedor compra o ingresso, entra no estádio, mas no final o time perde e o juiz vai pedir perdão para a mãe dele que não tem nada a ver com isso. A reforma é assim. As mães dos deputados não estarão por lá, mas vão escutar o sindicato dos servidores lembrarem delas enquanto é aprovada.
MAIS
Os deputados do PT vão ser chamados para votar contra, mas no final a Reforma da Previdência vai ser aprovada. Erário da Silva está com as pernas cansadas de levar no colo o peso de sua estupidez. E, para lembrar, os deputados não são servidores do sindicato.
OMBRO
Os sindicalistas vão lá colocar faixas pedindo para não aprovar, mas no final a Reforma da Previdência vai passar. Eles vão se filmar sentados na grama ou nas calçadas, cada um abraçado ao outro, naquela cena, típica dos anos 70, consolando-se mutuamente, mas no outro dia voltam para a entidade tomando chimarrão.
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