Prefeito com atenção especial do presidente da República, João Rodrigues está mobilizando um grande contingente de apoiadores para uma impactante motociata que será realizada na próxima semana. Após uma palestra para falar da malha viária catarinense com o ministro Tarcísio Freitas (Infraestrutura), Jair Bolsonaro irá participar do ato com motociclistas em Chapecó no sábado (26).
Apoiador de Bolsonaro desde a época da Bancada da Bala na Câmara dos Deputados, João Rodrigues concedeu entrevista exclusiva ao jornalista Marcos Schettini, desenhou sobre seu futuro político e comentou sobre Lula da Silva, Sergio Moro e Carlos Moisés. Também, falou do nome de Eron Giordani para as eleições de 2022, classificando-o como “qualificadíssimo” para compor em qualquer cenário. Confira:
Marcos Schettini: O que é motociata? Enganados ou enganadores?
João Rodrigues: Na verdade a presença do presidente Bolsonaro em Chapecó não é pela motociata, ele vem para uma agenda oficial e traz o ministro da Infraestrutura para poder discutir a questão das rodovias federais no Oeste catarinense. E no sábado nós o convidamos para fazer uma motociata, que nada mais é do que um passeio de moto pela cidade, onde simpatizantes, apoiadores, cidadãos, operários, empresários, trabalhadores e pessoas que gostam do presidente, apartidários, que estarão participando. Então eu te diria: é uma motociata pela democracia e pela vida.
Presidente Bolsonaro abraça João Rodrigues em visita a Chapecó em 07 de abril (Foto: Alan Santos/PR)
Schettini: O Sr. sai de prefeito para vice-presidente da República?
João Rodrigues: Seria uma honra quem sabe estar um dia numa chapa com o presidente Bolsonaro. Mas eu tenho que admitir que o nosso presidente, que busca a reeleição, e o país precisa disso, haverá de compor a chapa com um candidato de uma região que possa agregar muitos votos. Nós aqui já estamos com ele, Santa Catarina, o Sul, já está com o presidente Bolsonaro. Então a minha missão é ser prefeito de Chapecó, a não ser que o povo me convide para uma outra missão. O meu destino e o meu futuro dependem da opinião pública, do cidadão de Santa Catarina. Eu teria um orgulho muito grande se pudesse fazer parte de uma chapa com o presidente, mas eu sei meu limite, meu tamanho, meu espaço. Eu sei que o presidente precisa fazer uma composição extremamente importante. Apesar que eu estou preparado, tenho nove mandatos, fui prefeito várias vezes, gestor, deputado estadual, deputado federal, secretário da Agricultura. Se me dessem a oportunidade seria uma honra.
Schettini: Carlos Moisés é governador e Eron Giordani vice em 2022?
João Rodrigues: É um assunto que nós não discutimos ainda, não avaliamos. Não fizemos nenhuma tratativa em relação à sucessão do governador Moisés. Evidente que o Eron é um quadro extremamente qualificado e preparado para qualquer missão, qualquer função. E é um dos nomes que, na minha concepção, estaria preparado para compor em qualquer cenário, para ser deputado estadual, federal, para compor uma chapa. É claro que é um grande nome, um nome qualificadíssimo. Mas esse cenário não foi aventado ainda, de quando, como e que hora. O que temos, na verdade, é o desejo e a torcida de que o governador Moisés faça um grande mandato. Tanto é que o Eron está como seu braço direito para ajudar e contribuir com Santa Catarina.
Schettini: Qual a coligação perfeita em 2022 para governador e presidente da República?
João Rodrigues: Acho que a coligação perfeita ela tem que ser feita com o povo, você ter respeito com o sentimento da população. E o povo brasileiro, hoje, ele escolhe independentemente do que os líderes pensam. Eu, para mim, o alinhamento perfeito é com o presidente Bolsonaro. É um alinhamento histórico, sempre foi, não é de agora, eu sempre fui adversário do PT, ao longo da minha vida e respeito meus adversários. Mas nós não comungamos das mesmas causas, da mesma ideologia. Mas o alinhamento perfeito, a coligação, é com o povo. Para mim, Bolsonaro candidato à reeleição é o nome que nós temos, é o nome que está aí e precisa ser reeleito para terminar o que começou, a faxina está sendo muito bem feita. Ela precisa continuar. E o país voltou a crescer, vai crescer ainda mais, então, para mim, Bolsonaro presidente. Em Santa Catarina, aí o povo é que vai ter que apontar esse cenário nos próximos meses para ver quem é que vai. Nosso partido tem seus pré-candidatos, meu nome é citado várias vezes, mas esse cenário é a população que tem que discutir.
Schettini: Por que o Sr. é contra o ex-presidente Lula?
João Rodrigues: Primeiro porque ele é do PT, mas não é só porque ele é do PT. Porque ele como gestor falhou, fracassou. Ele permitiu que o nosso país tivesse o maior volume de desvio de dinheiro de sua história. Ele liderou um movimento para levar recursos do povo brasileiro para financiar obras em outros países, quando nós precisávamos demais desses recursos, a exemplo da duplicação da BR-282. O dinheiro financiando porto de Cuba, dinheiro financiando obras na Venezuela, em outros países, fez falta para poder duplicar a BR-282. O presidente que pilotou e liderou a Copa do Mundo, que fez estádios bilionários e que estão abandonados e hoje estão faltando hospitais para as pessoas que precisam de internamento. Não vejo a menor possibilidade de Lula ser o melhor candidato, em qualquer circunstância. Descarto essa possibilidade. A minha divergência com o ex-presidente Lula vai em todos os sentidos, ideológico e de comportamento.
Schettini: O Sr. também não foi preso?
João Rodrigues: A questão da prisão, a minha, que eu enfrentei, o país conhece a injustiça cometida pelo Judiciário. A prisão de Lula ocorreu em decorrência de toda a malversação do dinheiro público. Ele, por si só, não foi absolvido de absolutamente nada. O processo recomeçou porque Sergio Moro, no afã de ser um justiceiro, cometeu todos os erros que um juiz poderia cometer. Então a questão não é essa. Eu não estou atacando o ex-presidente Lula por ter sido preso ou não. Não é a questão da prisão simplesmente. Mais do que ter praticado o ato ilícito, propriamente dito, ele permitiu que partidos aliados, aí não é só o PT não, várias pessoas que representavam siglas, se apoderaram do dinheiro público, arrebentando a estrutura do Governo Federal. Então a questão é essa, não é a prisão de Lula ou não.
Schettini: Qual a diferença entre o Sr. e Lula da Silva?
João Rodrigues: No caso da minha prisão, a resposta está aí, fui novamente eleito pelo voto popular, pelo voto legítimo. Foi reconhecida, lá no STF, a prescrição, manifestado pelo relator a inocência por não ter dolo, não ter dano. Então, é uma diferença muito grande.
Schettini: Sergio Moro é ex-Lava Jato ou uma fraude?
João Rodrigues: Sergio Moro cometeu equívocos gravíssimos. Deixou de ser juiz para tentar ser mito. Juiz não pode aparecer, ele tem que fazer justiça. E ele confundiu ser justiça, com justiceiro. Então, para mim, ele também foi uma fraude, porque errou gravemente na sua percepção, na sua condução, na forma. Errou. Lula cometeu crimes, cometeu, mas Sérgio Moro errou, tanto que está aí enterrando tudo aquilo que em tese seria construído naquela grande operação, pelos erros crassos, tanto pela forma, como pelo comportamento. Ele foi uma fraude pelo comportamento como juiz.
Schettini: Por que o presidente Jair Bolsonaro não acredita no Sergio Moro?
João Rodrigues: Por uma razão simples, ele foi ministro do presidente Bolsonaro e ele queria um ministro que fizesse justiça de verdade. Já foi um erro ter convidado o Sergio Moro para ser ministro, porque se não foi um bom juiz, certamente seria um péssimo ministro. Está aí, plantou e colheu. Hoje é um advogado que presta serviços. É claro que ele precisa sobreviver, mas o presidente Bolsonaro tinha razão em demitir Sergio Moro que, infelizmente, não se encaixou ao ritmo do presidente Bolsonaro. Obviamente, não cumpriu a sua missão como deveria ter cumprido como ministro da Justiça.
Schettini: Quem é mais mentiroso? Lula da Silva, salvo pelo STF, ou Sergio Moro, desprezado por Jair Bolsonaro?
João Rodrigues: Acho que a conta de quem é mais. Não seria bem essa a manifestação. Mas acredito que o presidente Lula. Ele não foi salvo pelo STF, pois a Suprema Corte tomou a decisão certa, fez o julgamento de algo errado, somente isso, o erro foi do Sergio Moro. Quem é o mais mentiroso... eu acho que o Lula. Na verdade, com certeza absoluta, em sua eleição era “O Lula”. Depois tornou-se o Lulão, gente de aglutinação, articulador, e o povo brasileiro pagou caro. Tem méritos, não dá para dizer que não, mas os pecados graves e crônicos são superiores aos seus méritos. Lula foi um fracasso no que ser refere à gestão pública. E Sergio Moro é desprezado, errou em todos os sentidos, acreditou que seria mais importante do que o presidente da República. Então, por si só são duas latentes. O Moro é honesto, é decente, só não posso dizer que foi correto, porque ele utilizou o seu cargo para fazer justiça, para ser um justiceiro. A Justiça tem o seu tempo, ela não pode ser da cabeça de um juiz, de vazar informações para a imprensa para condenar alguém. Aí foi um erro grave. Aí para mim, tanto um quanto o outro, jamais merecerão o meu voto. Por essa razão sempre fico com o presidente Bolsonaro. Bolsonaro pode não ser o mais habilidoso com as palavras, mas ele é sincero, pode não ser o mais articulador para ter partidos em seu governo, pois ele não oferece nada em troca, mas ele é honesto, é correto, isso que é a diferença de Bolsonaro para qualquer outro candidato.
Schettini: O que o senhor quer?
João Rodrigues: Eu quero fazer um grande governo, honrar o votou e povo de Chapecó me deu e estreitar relações com o presidente Bolsonaro, com o governador Moisés, para poder fazer a gestão que precisamos para a cidade de Chapecó. Quero que as pessoas avaliem o nosso trabalho, o nosso governo e depois, junto com o nosso povo, com nossa gente, vamos decidir o futuro. Exatamente o que eu quero é fazer o bem pela sociedade, prestar um bom serviço para Chapecó e região. Um dia quero fazer isso também para Santa Catarina.Rua São João, 72-D, Centro
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