Um comunista na Fiesp; PSDB na construção; Eduardo Leite equivocado; Coronavac rogai por nós; Ser ou não ser

Ser ou não ser

Não é preciso recorrer à tragédia de Hamlet, um sensível príncipe da Dinamarca para, no magnífico raciocínio de William Shakespeare, perguntar à caveira, símbolo perfeito da morte, se é ou não determinada razão da vida. A peça é uma composição maravilhosa de raciocínio no uso de palavras que, sabe-se, não são mais utilizadas. Mas o efeito é o mesmo sobre e não ter a resposta. O Brasil é um ninho de cobras e covil de lobos. Eles se injetam veneno e mordem no instinto, morre uns pelo veneno, outras pelos pedaços da carne arrancada, mas o restante dos animais fica olhando. Deveriam saber que o reino é de todos e que, por isso, combater a ambos é colocar um tempo de paz na floresta. Os extremos são atraídos com o imã ideológico e se armam para matar se assim for necessário. O que Hamlet pergunta, estende-se. É ou não? Vai ou não? Guerra ou não? Burrice ou não? Eleição ou não?

DEGRINGOLOU

Josué Gomes assume o controle da Fiesp em SP. Filho do ex-vice-presidente da República José Alencar, amigo de Lula da Silva, ganhou em chapa única o controle da maior organização capitalista da América Latina. Os bolsonaristas já chamam-no de comunista.

PECHA

Ocupando o maior posto do capital no país, Josué Gomes é um empresário que assume uma Fiesp em meio ao inferno político vivido por Jair Bolsonaro. A entidade apoiou e patrocinou manifestações pela derrubada de Dilma Rousseff e, agora, dá um cavalo-de-pau que influencia o país.

TAMBÉM

Mario Cezar de Aguiar foi reeleito à frente da Fiesc e tem se mantido distante das antigas aproximações que colocavam a entidade empresarial no campo bolsonarista. Empresário já não olha Paulo Guedes como antigamente. A inflação já põe os olhos à frente das cortinas.

ENTÃO

Antídio Lunelli esticou sua agenda pelo Oeste e avançou no debate com lideranças da região de Xanxerê e Concórdia. Ao seu lado, o abnegado Carlos Chiodini, deputado federal que desfralda sua candidatura a governador afirmando que o empresário é a chama de 2022.

PRÉVIAS

Celso Maldaner já afirmou que o diretório do partido está acima da Executiva e, portanto, não há dúvidas de que serão os filiados quem vão escolher o nome para o projeto partidário eleitoral. O marido de Rose Maldaner é nome para a majoritária e vai viver sua popularidade ulyssista para estar na chapa.

MAPA

Raimundo Colombo foi a Brusque sentar com Ari Vecchi e sinaliza que quer aproximação com o MDB ligado a Carlos Chiodini. O prefeito da cidade de Luciano Hang tem relação pessoal com Antídio Lunelli e o deputado federal. Se isso é uma verdade, o ex-governador costura sua ida ao Senado.

IMPOSIÇÃO

A cúpula do PSDB engole Gelson Merisio apenas para disputar o governo. Não tem espaço ao Senado ou a vice como tem buscado nas discussões internas. Marcos Vieira e Clésio Salvaro, metralhado por ele nos ataques a Carlos Moisés, diz muito. O espaço é na cabeça. Fora isso, tchau.

INOCENTE

Eduardo Leite passou por SC e viu um PSDB dividido. Clésio Salvaro e Marcos Vieira fazendo sombra sobre o pseudo tucano Gelson Merisio. É que o governador do RS não conhece o ex-presidente da Alesc e imagina que ele é uma grande liderança interna.

HISTÓRICO

Depois de ser derrotado na maior votação da história de SC, saiu por baixo no PSD e entrou no PSDB para construir o Podemos. Depois disso, Gelson Merisio foi novamente derrotado no golpe do impeachment e perdeu outra para Julio Garcia, Eron Giordani e Alesc.

DESORIENTADOR

Diante do histórico, Eduardo Leite precisa escolher melhor quem pode lhe dar conselhos para pensar em ser candidato a presidente. Deveria ter ido escutar Jorge Bornhausen e Esperidião Amin. Começou bem ao almoçar com Carlos Moisés e Eron Giordani.

BRAÇO

Eduardo Leite não tem o que mostrar ao país que possa, de modo significativo, armar sua altura para ser o nome do centro para disputar a Presidência da República. Bom rapaz e de excelente índole, para por aí. O debate nacional é por rumos, não apenas ser bonito e corajoso.

MAIS

Os ataques à pessoa do governador de SP nascem na ala bolsonarista. Não fosse o enfrentamento de João Doria em vacinar mesmo com Jair Bolsonaro contra, o país estaria destruído. Foi no marido de Bia Doria que o negacionismo foi combatido na prática.

SILÊNCIO

Enquanto o embate a favor da vacina era ideologia contra ciência, Eduardo Leite comia mingau de aveia no Palácio Piratini. Não apoiou seu colega de SP e do partido, nem levantou um verbo a favor da Coronavac. Assumir sua condição sexual é, apenas, coragem e beleza moral.

BANDEIRA

Ao ir para a TV dizer que é namorado de um médico em Espírito Santo, é uma grande contribuição para combater o preconceito e perseguição de grupos ideológicos. Sua coragem e rosto limpo diz da melhor escolha que o RS fez em 2018. Mas Brasil é mais.

DIFERENÇA

Dentro das prévias de novembro, os dois governadores terão que jogar na balança quem é que fez o quê para o Brasil sobre pandemia e atenção social, vacina, meio ambiente, produção de emprego e renda. Um debate a favor do país para indicar a direção e vencer o pleito.

PRESENÇA

Vinicius Lummertz é da convivência diária com João Doria e sabe o que o governador de SP tem feito pelo país e por aquele Estado. Não fosse a Coronavac, negligenciada, atacada, razão de piada por parte de Jair Bolsonaro, o Brasil estava totalmente no necrotério.

MAIS

Os resultados na queda de mortes e contaminações, se dão na produção da vacina do Butantan. Na equipe liderada pelo governador João Doria que, com cientistas do mundo sanitário, deram rumo à imunização. Onde estava Eduardo Leite, é uma pergunta.

BLÁ

O Brasil gosta de encontrar saídas para o que já tem a granel. Encontrar uma via entre Lula da Silva e Jair Bolsonaro é o que o empresário, instituições, lideranças políticas e o cidadão instruído precisam para elevar o debate ao país e ganhar a população.

PEJORATIVO

Estes Band-Aids de calça apertada, menininho do RS e outros decalques para atacar o governador de SP e RS, é como chamar Lula da Silva de nove dedos e outros apelidos que querem imprimir no cidadão. Não cola mais. O patético 2018 não é 2022.

DEBATE

O eleitor quer saber do preço do gás, gasolina, bandeja de ovos, carne moída, o queijo, o aluguel, a casa própria, a vacina, emprego, renda, o que diretamente muda sua existência para melhor. Olhar no espelho e parar de chorar no que vê.