Vieses e consensos | “A melhor política social é o emprego” (Ronald Regan)

A humanidade atravessa um momento muito sensível em que a era digital já é uma realidade, e o impacto no mercado de trabalho formal é devastador.

As exigências do mercado põem uma massa de pessoas à margem da disputa pelos postos de trabalho, seja à falta de qualificação, seja por conta de problemas inerentes à uma primeira infância pobre para muitos ao ponto de comprometer a capacidade cognitiva mesma.

Nessas circunstâncias, programas sociais de inclusão focados em assistencialismos na vida adulta combate apenas as consequências do problema, enquanto que o ideal seria combater as suas causas. Em nada adianta assegurar cotas em universidades e concursos, por exemplo, sem que as pessoas tenham uma primeira infância provida com alimentação e ensino básico decentes.

De outro lado, um Estado paquidérmico que suga os altos impostos da classe produtiva para sustentar uma máquina pública cara, e para promover políticas assistencialistas que beiram à esmola institucionalizada, travam o crescimento econômico e a geração de empregos.

O balanço ideal para estimular a geração de empregos perpassa pela interface entre o público e o privado. Instrumentos de medição de produtividade devem ser estatuídos para se evitar o desperdício de ampliação de órgãos que sequer sabe para onde estão crescendo e para quem estão servindo além “dos seus”.

Em outras palavras, uma remodelação do Poder Público, focada nas novas tecnologias e na entrega de serviços na ponta, investindo na primeira infância, fomentando o teletrabalho, diminuindo o custo de manutenção, alugueres e contratos necessários para manter espaços físicos que não e façam mais necessários paralelamente a um controle rígido de produtividade dos servidores públicos deve impactar nas contas públicas positivamente, para num momento subsequente diminuir a carga tributária e alavancar a economia e a criação de empregos no seu habitat natural que é a iniciativa privada.

Descortina-se, assim, como inevitável uma remodelação estatal de investimento, de cultura corporativa, e dos contratos que o Estado assume com a iniciativa privada, para que tenhamos “modelos de negócios” inteligentes e uma sociedade capaz de criar a política pública mais importante, a saber, a que gera empregos, como bem assinalou o então presidente dos Estados Unidos, Ronald Regan.