Neste mês de julho, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) de Chapecó apresentou uma variação de 22,81% em comparação ao mês de junho, aumentando para 84,30 pontos. O maior valor desde abril de 2020 (99,89 pontos). Em relação a julho de 2020 houve variação positiva de 24,56 pontos (41,11%). O resultado para esse mês continua sendo de desconfiança, mas segundo a taxonomia, passa de um cenário de recessão para de desaceleração, indicando melhoria. O ICC é calculado mensalmente pelo curso de Ciências Econômicas da Unochapecó, juntamente com o Sicom. A amostra da pesquisa foi composta por 151 participantes de diversas faixas etárias e classes de renda.
A professora do curso, Cássia Ternus, explica que a persistência da alta taxa inflacionária preocupa o cenário econômico brasileiro e o Comitê de Política Monetária (Copom) interveio por meio do aumento na taxa Selic. Este aumento elevou a taxa básica de juros partindo de 3,5% a.a. para 4,25% a.a. no dia 16 de junho, com previsão de alta de 0,75% a.a. para a próxima reunião. Em poucos dias o mercado sinalizou a consequência dessa redução da taxa de juros com a valorização do real frente ao dólar, que ficou abaixo de R$ 5,00 pela primeira vez em um ano. Este fator ocorre, em partes, porque os investidores buscam maiores lucros, e, assim, a elevação da taxa de juros atrai capital para investimento na economia brasileira.
Atualmente, a taxa de juros dos EUA é de aproximadamente 0,25% a.a. e sua taxa de inflação atinge o maior aumento anual, chegando a 5%, maior nível de inflação desde agosto de 2008, quando aconteceu a crise do subprime americano. Essa alta na taxa de inflação pode sinalizar que o FED, Banco Central Dos EUA, tenha que aumentar a taxa de juros, e se isso acontecer, é provável que o real volte a se desvalorizar frente ao dólar.
Cássia destaca, ainda, que esses fatores podem ter motivado os consumidores a serem mais otimistas em relação a nossa situação atual e futura. A cotação do dólar muitas vezes é utilizada para observar o desempenho da economia brasileira. Outro motivo pode ser a expectativa que com o aumento na Taxa Selic haja redução na inflação e os preços fiquem mais acessíveis aos consumidores. “Fatores locais, como a ampliação da vacinação e redução na taxa de óbitos pela Covid-19, também são fatores que contribuem para a confiança dos consumidores ampliar”.
GRUPOS E SUBÍNDICES
Analisando os grupos que compõem o ICC, em julho todos apresentaram resultado positivo. As variações mais significativas foram de consumidores com idade entre 45 e 65 anos (21,88%) esse índice ficou próximo de consumidores com até 24 anos (21,13%). Em questão de renda, o maior otimismo vem de consumidores que recebem até R$2.000,00 (21,31%). Neste mês, a média da renda dos participantes da pesquisa foi de R$4.761,81, havendo aumento de 11,3% em comparação a junho. Seguindo uma tendência contrária, a expectativa de gastos extras reduziu de R$726,58 em junho para R$577,14 neste mês. Já a expectativa de gastos pela internet aumentou 12,41%, chegando a R$231,49.
Já dentre os subíndices, o Índice de Condições Econômicas (ICE), que mensura como os consumidores avaliam suas finanças e a conjuntura do país comparando-as com os últimos 12 meses, apresentou uma variação de (33,35%) chegando a 80,50 pontos. Resultado bastante expressivo, pois mostra que os consumidores estão mais confiantes com as condições econômicas atuais.
O Índice de Expectativas de Consumo (IEC) mensura o sentimento dos consumidores com relação ao futuro, tanto da situação econômica pessoal quanto do país como um todo. O resultado desse índice apresentou alta de 17,51%, subindo para 86,64 pontos. Esse aumento revela que os consumidores estão mais confiantes em relação aos próximos meses.
COVID-19
Os dados coletados mostram, também, que 25,83% dos respondentes declararam estar mais preocupados com Covid-19 do que estavam no mês anterior, ao passo que no mês de junho, em comparação a maio, a taxa foi de 21,51%. Ainda, 44,37% mantiveram o nível de preocupação, enquanto 28,48% estão menos preocupados. No presente mês de julho, 61,59% dos respondentes afirmaram que após o fim da pandemia pretendem manter algum hábito de consumo adquirido durante a pandemia, enquanto 10,6% confirmaram que não manterão qualquer novo hábito. Outra parte dos participantes da pesquisa (10,6%) não modificaram qualquer hábito de consumo durante este período, e 17,22% não souberam ou não quiseram responder.
Adentrando na vida financeira dos consumidores, 60,93% deles asseguraram que não houve alteração na sua renda em decorrência da pandemia, enquanto 22,52% constataram diminuição na mesma e 9,93% tiveram aumento na sua renda. Levando isto em conta, 29,80% dos participantes revelaram ter aumentado seus gastos extras em relação ao mês de junho, 33,11% realizaram cortes de gastos extras, enquanto 6,62% realizaram cortes tanto em gastos extras quanto em gastos essenciais, e outra parcela de 27,81% manteve o mesmo nível de gastos do mês anterior.
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