5° dos Infernos
Carlos Moisés viveu o outro lado da morte duas vezes. Foi maior que Lázaro. Desceu à sepultura e, incrivelmente, saiu daqueles palmos profundos para, ressuscitado, viver. E, agora, vive. Quem tem apoio na Alesc, Eron Giordani, Eduardo Mamute e Juliano Chiodelli, seus querubins, tem tudo e sobra. Paulo Eli encheu os bolsos de Erário da Silva e ri à toa. Se agora tem que escolher pelo nome do novo desembargador, o fará na lógica da consulta e da prudência. Se isso é uma verdade, mesmo que atenda, constantemente, diga-se, ligações de Ricardo Roesler, presidente do TJSC, ao receber o ofício com os três nomes da lista tríplice, sua consciência nesta missão vai, em tese, sair do grupo que apoia suas iniciativas. Se há o peso do boleto, aquele em aberto pela salvação do impeachment, Thêmis tirou a venda, baixou a espada e descansou a balança. Ali, não tem nada a ver com Justiça. A escolha é política de um lado e, de outro, a técnica. Portanto, o nome já é de conhecimento público. Fora disso, é fragilidade. Quem não entrou, é escolhido na próxima. Mas tem que passar por dentro do inferno novamente. A OAB vai fazer a nova escolha.
PESADO
O clima dentro do PSD é dos piores. O partido busca bússola eleitoral, mas esbarra em uma série de dificuldades. Tem a questão Julio Garcia pró Carlos Moisés, Eron Giordani na Casa Civil, Napoleão Bernardes beijando o governador e Raimundo Colombo.
LEVE
Napoleão Bernardes é aquela promessa viva de sair do PSDB e, rumo a alguma situação, encontrar saída. O seu brilho é mais persistência que força eleitoral. É excelente liderança que o tempo esfriou pelas circunstâncias evidentes. Se retornar, soma no levante.
CANDIDATURA
Colombo é uma liderança com história, mas tem problema de direcionamento. Até propõe uma candidatura à majoritária, mas seu nome não agrega. Fica indignado quando sofre leitura nesta direção, mas sabe que, hoje, é um quadro inviável.
ESTRAGO
Toda esta bagunça eleitoral tem as digitais de Raimundo Colombo. Era governador e deixou o partido seguir na escuridão de Gelson Merisio. Tinha o aval de Gilberto Kassab para pegar as rédeas do partido, mas apostou na indiferença. Em 2018, foi o que mais perdeu.
CONTABILIDADE
Se for colocar na equação, o PSD é a sigla que mais perdeu. Foi abismo ao governo, ao Senado e na proporcional. Com a máquina na mão, elegeu dois federais e cinco estaduais. Destes, perdeu Kennedy Nunes e, para 2022, todas as dificuldades possíveis.
SALVAÇÃO
Não fosse Orvino Coelho de Ávila e João Rodrigues, o primeiro em São José e o segundo em Chapecó em 2020, o restante escorregou geral. Antonio Ceron viveu em Lages o milagre eleitoral. Fora este desenho, o estrago vai em todas as direções. Raimundo Colombo é o culpado.
DESAJUSTE
Se Colombo entregou o governo ao MDB, então teria que compor com os ulyssistas e tirar Gelson Merisio da jogada. Como não tinha força nenhuma para dizer nada, engoliu tudo com farinha. O candidato do Oeste perdeu tudo em dobro. Mas ganhou a derrota de Raimundo.
PAPEL
Eduardo Pinho Moreira fez mais em 11 meses que Raimundo Colombo em dois mandatos. Pelo menos colocou a máquina do MDB para gritar. Elegeu três federais e nove estaduais. A maldição que derrubou 2018, levou junto a excelência política de Mauro Mariani.
ELE
Dário Berger tem uma excelente carta para jogar, mas aguarda o momento ideal. Se as prévias são energéticos para Antídio Lunelli, também é para o senador ulyssista. O partido avalia que, se o prefeito de Jaraguá sucumbir, o irmão de Djalma Berger, que vai a federal, vence Celso Maldaner.
POIS
Se Jorginho Mello pode ser contemplado no governo Jair Bolsonaro ao menos com o Turismo, o senador chega da metade do vagão para trás. Se disputar o governo, vai ter que sair em abril. O máximo que dá tempo é entrar. A não ser que não olhe a sucessão e aposte em Esperidião Amin a governador.
LEITURA
SC foi o Estado que mais deu voto a Jair Bolsonaro e não tem uma vaga no ministério. Poderia ter olhado melhor para Rogério Peninha Mendonça, mas ignorou total. Se Jorginho Mello assumir, merece porque defende cegamente o governo federal e não fica tirando selfie idiotamente. Na CPI, é um Rambo.
RAMBO
O senador, presidente do PL de SC, é um soldado a serviço do Palácio do Planalto e, às vezes defendendo o indefensável, é tropa da tropa. Pelo que faz, merece o ministério do Turismo e, de quebra, o do Purgatório. Em sã consciência, é muito artilheiro para pouca bala.
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