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Entrevista | Eskudlark defende policiais civis na previdência e diz que Bolsonaro está devendo investimentos para SC

Por: Marcos Schettini
02/08/2021 16:41
Daniel Conzi/Agencia AL

Um dos maiores nomes da Polícia Civil em Santa Catarina, o deputado estadual Maurício Eskudlark tem levantado a bandeira da Segurança Pública nos importantes debates que ocorrem na Assembleia Legislativa. Agora, com a iminência aprovação da Reforma da Previdência, o parlamentar tem mantido o diálogo entre a categoria e o governo para que haja uma negociação que resulte em ganhos para ambos os lados.

Em entrevista exclusiva ao jornalista Marcos Schettini, o deputado falou das ações de seu mandato em defesa dos policiais civis que buscam manter seus direitos, inclusive de modo favorável ao equilíbrio da aposentadoria dos catarinenses.

Ainda, comentou sobre a relação dos parlamentares do PL com o governador Moisés, disse apoiar o movimento para armar os cidadãos na tese de que “o marginal já anda armado, sem porta e sem registro”. Também, avaliou o desempenho do senador Jorginho Mello na CPI da Covid-19 e afirmou que o presidente Jair Bolsonaro está em dívida com a infraestrutura de Santa Catarina, embora defenda seu desempenho no combate ao coronavírus. Confira:


Marcos Schettini: Qual o descontentamento dos agentes de Segurança em relação à Reforma da Previdência?

Maurício Eskudlark: Os profissionais de segurança sempre tiveram aposentadoria especial, policial, garantida pela legislação federal e estadual. Infelizmente, em 2019 o Governo Federal manteve essa aposentadoria só para policiais e bombeiros militares. O descontentamento é geral e principalmente para aqueles que entraram até essa data e sempre contribuíram integralmente para ter direito a integralidade do salário na aposentadoria.


Schettini: Mas a Reforma da Previdência é para tirar custos e não conceder benefícios. O que a categoria quer?

Eskudlark: Somos favoráveis ao equilíbrio da Previdência e correção das distorções. Entretanto, cumprir o que foi ajustado entre Estado e servidores é um dever do Estado e um direito dos servidores, jamais um privilégio, até porque esses servidores não têm fundo de garantia e outros benefícios da previdência privada.


Schettini: O Sr. foi elevado a porta-voz entre governo e categoria. O que é um e outro nesta discussão?

Eskudlark: Há muitos anos sou o representante da Segurança Pública Civil na Assembleia Legislativa, além de ter sido profissional da segurança por mais de 30 anos, razão pela qual conheço o trabalho e os direitos da categoria, ao mesmo tempo que sei da necessidade governamental de encontrar um equilíbrio para a presidência.


Schettini: O Sr. foi líder do Governo Moisés na Alesc. O que mudou de lá para agora?

Eskudlark: Aceitei ser líder e conseguimos avanços naquele momento, como aprovação por unanimidade da reforma administrativa do Estado, que hoje mostra os cofres públicos em melhores condições e foi fundamental para o governo estar com as contas em dia. Depois tivemos algumas dificuldades, inclusive a tentativa de taxação do agronegócio e hoje vemos um governo aberto ao diálogo com os segmentos empresariais e profissionais do Estado, assim como como Assembleia Legislativa.


Schettini: O MP vai levar adiante as denúncias sobre os respiradores, mas vai isentar o governador. Por quê?

Eskudlark: Uma quadrilha aplicou um golpe no governo de SC na venda de respiradores e isso é fato. Isso só se concretizou por erros ou dolo de servidores públicos também, devendo todos os responsáveis serem punidos. Entretanto, a Polícia Federal, MP, STJ e todos que investigaram, não encontraram nenhuma participação do governador no caso.


Schettini: O PL tem deputados a favor e contra o governador. Por que está dividido?

Eskudlark: O Partido Liberal tem liberdade de pensamento nas ações, manifestações e votos, desde que respeitado o direito, a moralidade pública e a liberdade das pessoas. Dentro desse pensamento, os cinco deputados tem conseguido viver em harmonia mesmo com votos e posições conflitantes em vários assuntos.

Schettini: A reforma eleitoral está em construção no Congresso. O que o Sr. vê para avançar ou regredir em favor do eleitor?

Eskudlark: Fazer política é gostar de pessoas, saber ouvir e resolver as dificuldades das comunidades. Política se faz no dia a dia em contato com os cidadãos, apertando a mão, indo na casa, sentindo a dificuldade de cada morador e cada comunidade e isso tem que ser valorizado. Não podemos viver só de redes sociais onde as soluções não chegam para as pessoas.


Schettini: Dar posse de arma de fogo ao cidadão ajuda ou piora a Segurança Pública?

Eskudlark: Ajuda a Segurança Pública. O marginal já anda armado, sem porta e sem registro. Sou a favor de facilitar o registro e o porte para as pessoas de bem, isso ajuda em muito a segurança pública. Arma é um instrumento de defesa pessoal e da sociedade. Arma não mata, quem mata é o ser humano.

Schettini: Como o Sr. vê o desempenho do senador Jorginho Mello na CPI da Covid-19?

Eskudlark: Muito bom, tem se destacado e sido claro nos seus posicionamentos em defesa do governo, apesar de estar enfrentando um colegiado com histórico ruim e já conhecido dos brasileiros. Tem demonstrado sua lealdade ao presidente da República.


Schettini: Jair Bolsonaro é desparafusado ou o cidadão foi acostumado ao doce de coco dos outros presidentes?

Eskudlark: O presidente Jair Bolsonaro é autêntico, agindo agora como agiu nos seus mandatos como deputado. Apesar de todas as pressões e dos erros e acertos, o combate à corrupção é sua maior marca. Pelo apoio recebido em SC, entendo que ainda está devendo investimentos para o nosso Estado, principalmente nas rodovias.

Schettini: O Sr. disputa qual espaço nas eleições de 2022?

Eskudlark: Gosto de fazer política e resolver problemas de pessoas, municípios e do Estado, isso muito me motiva, me realiza. Atendendo a pedidos de amigos e lideranças de municípios que represento, devo tentar continuar como deputado estadual.


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