Vinho novo, odre novo
Não é fácil para os deputados e lideranças políticas trocarem o certo pelo duvidoso. É como o apostador ver o cavalo manco e o puro sangue, lado a lado, na mesma linha de saída. Na hora da corrida, precisa ter apenas um leve sensor de observador para saber qual vai ganhar. Neste caso, dirige-se ao centro das apostas e coloca sua fé na demonstração viva do mangalarga que, por ter as quatro patas musculosas, vigorantes e vitaminadas, é o que vai correr e vencer. O jóquei não irá subir no pangaré que, inclusive, pode tirar suas chances reais de continuar correndo. Ele conhece o treinador da cavalaria, da manada, o plantel que está vencendo. Sabe que a tropa está bem alimentada e disponível para entrar na pista e ganhar. Não vai no pônei do sargento Garcia quando tem o animal do Zorro. Vinho bom do começo ao fim.
IMPRESSIONANTE
A bancada de SC votou, mesmo, a favor do voto impresso na urna eletrônica. Com exceção do petista Pedro Uczai, mostra que o Estado é, de fato, descrente em si. Não acreditam nem mesmo na Polícia Federal que, carimbado, mostrou a inviolabilidade do sistema.
MEDO
Os deputados votaram muito mais pela distância da metralhadora bolsonarista que pela falta de fé. Nada de errado votar a favor da auditagem eleitoral, a urna eletrônica é completamente segura e o debate, definitivamente, é sepultado para 2022.
PARADO
O país está completamente imobilizado. O tema que jogou as instituições em conflito, agora deve ficar para o passado. O que precisa ser feito, agora, são discussões em torno da reforma tributária, retomada econômica com emprego e renda em todas as direções.
ESTRADA
O MDB vai para a sua missão final de conversas com as bases. Termina em SLOeste a última parada ulyssista antes do diretório marcar as prévias. O episódio, em tese, vai dar uma ideia de qual direção o partido vai tomar no sufrágio de 2022.
DIRECIONAMENTO
É na escolha do candidato que será possível decifrar os rumos ulyssistas em relação às coligações e Carlos Moisés. A bancada inteira joga com o governador e, romper com ele para disputar o pleito, é um desafio. É ingresso para ver na primeira fila.
DÚVIDA
O carinho que o governador Carlos Moisés oferece ao MDB é de total gratidão. Os deputados sabem e entendem todos os gestos de aperto de mão por parte dele que, com sacos e mais sacos de recursos para prefeitos em cada lugar, faz. Se isso não é entrosamento, procura-se outra definição.
IGUAL
O mesmo se observa dentro do Progressistas. Altair Silva e Zé Milton Scheffer fazem ping-pong divertido com o marido da Késia. Parecem irmãos do mesmo ventre. Os dois parlamentares tem tudo e, por isso, será constrangedor ver um desfecho fora desta lógica que enche-os de retorno eleitoral.
PINACOTECA
Dentro da Alesc, nunca foi tão aberta a relação entre deputados e Carlos Moisés. É como se fossem todos da mesma família. Terá quem vá afirmar que houve rebeldia de alguns na votação da Previdência, mas tinha que ser assim. Depois disso, tocam o mesmo disco de 2022.
SONORIZAÇÃO
Os dissonantes dentro da Alesc são aqueles que passam fome e sede. Coisas do jogo. Quem não é a favor, joga contra e, nos efeitos disso, a perda de músculos e cortes nos tendões. O ouvido escuta o que os gestos dizem.
LEI
Dura lex sed Lex. Quem não entende esta lógica, nunca esteve junto. O que impera no parlamento é, sempre, o jogo. Se não compreendeu o passe, é porque se move em favor do adversário. Se é assim, não existe amar a dois senhores. Bíblico, está expresso em Mateus 6:24.
FUTURO
Nesta lógica, Carlos Moisés é o Papai Noel permanente. Não existe ser presenteado mutuamente e, do nada, virarem as costas como respostas. Os deputados comem o melhor do maná jogado pelo governador. Ele devolve na altura da confiança recebida da salvação. Não vão romper esta alegria.
ROMPIMENTO
Nem a mente de Freud explicaria uma ruptura que tem dado certo. Até porque, a base de apoio recebe pelo oferecido. Esta simbiose perfeita, construída ainda na agonia dos dois calvários vividos, oferece. Agora que ressuscitou, é hora de morar no céu.
CÉU
É aquele lugar de muitas moradas. Os escolhidos sobem para viverem todas as riquezas das escolhas feitas. Seguiu o evangelho do Poder que encanta e atrai. O inferno, enxofre, fome e ranger de dentes, é a traição da lei que move todos aqueles que conhecem o Parlamento.
MOTIVAÇÃO
Os partidos se mexem. Sabe que os Cofres de Erário da Silva estão explodindo do melhor recheio e, por isso, os aliados de Carlos Moisés vão ser atraídos por esta força que fala todas as línguas. Na hora de decidir a direção a tomar, vão olhar a lógica do melhor traçado.
TRAÇADO
Se é melhor passar pela ponte sobre o abismo, não há interesse em descer até ele. As convenções são rupturas ou afinações. Fica aquela pergunta interessante que diz tudo. “Levanta a mão, quem é que gosta de dificultar as coisas?”.
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