O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e a Secretaria de Estado de Administração Prisional Socioeducativa (SAP) oferecerão cursos profissionalizantes para 2.150 detentos das penitenciárias de São José do Cedro, São Miguel do Oeste, Chapecó, São Cristóvão do Sul, Itajaí e Criciúma. O convênio foi firmado nesta semana, no Centro Administrativo do governo do estado, e as capacitações serão realizadas nos próximos 90 dias. A proposta da SAP é instalar 18 galpões industriais para o trabalho dos apenados e a primeira atividade será a confecção de uniformes para estudantes da rede pública estadual.
Os participantes do ato de assinatura destacaram a importância da ressocialização dos detentos. O presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, enalteceu o cunho social “extremamente elevado” e a satisfação de a Fiesc, por meio do Senai, participar do projeto. “É uma iniciativa louvável do Governo do Estado de dar oportunidade aos detentos de adquirir uma profissão. Também acredito que essa é uma medida inteligente, pois ajuda a equacionar a questão da sociabilidade dos apenados”, acrescentou. “A ressocialização cria um ambiente favorável na sociedade”, destacou o empresário, que também defendeu que o modelo seja levado a outros estados brasileiros.
O governador Carlos Moisés da Silva observou que a ressocialização é o grande objetivo da pena. “É o único caminho”, afirmou, lembrando que ao concluir sua condenação, o apenado precisa estar recuperado para retornar à sociedade. “Essa parceria com a Fiesc é extremamente importante. Hoje, além das empresas se instalarem nas unidades, o estado também investe na compra de equipamentos para atuar na qualificação de mão de obra para a indústria têxtil. Essa capacitação pode gerar o interesse do apenado por uma profissão e, ao ganhar a liberdade, tem a possibilidade de ressocialização.”
“A capacitação dos apenados proporciona segurança para a sociedade, além da ressocialização e da reabilitação socioeconômica dos apenados. E sem a reabilitação socioeconômica todo o restante perde o sentido”, disse o secretário da Administração Prisional Socioeducativa, Leandro Lima. Para ele, a recuperação dos detentos não se completa se a pessoa não puder sustentar a família após o cumprimento da pena.
O maior contingente participará do curso de costura industrial – básico, que tem duração de 60 horas, e será ministrado a 1.775 detentos de todas as penitenciárias envolvidas. O curso de auxiliar de logística, com 20 horas, será ministrado a 200 sentenciados de Itajaí. Com 16 horas de duração, o curso de manutenção de máquinas costura – básico – beneficiará 100 apenados de Chapecó, Itajaí, São Cristóvão do Sul e Criciúma. Já o curso de noções de corte e serigrafia, que tem duração de oito horas, será ministrado em Chapecó para 75 participantes.
Para o gerente executivo do Sesi, Senai e IEL nas regionais Oeste e Extremo Oeste, Jardel Carminatti, os cursos proporcionarão melhores perspectivas para os apenados e a capacitação profissional para retomarem suas atividades laborais ao concluírem suas condenações. “Sabemos que existe falta de mão de obra especializada e, além de auxiliar nesse aspecto, contribuímos para a ressocialização dos apenados, um caminho importante para o retorno à sociedade”, acrescentou.
O supervisor comercial de educação do Sesi e Senai Chapecó, Guilherme Tormem, frisou que os cursos para os complexos penitenciários do Grande Oeste foram feitos a partir de levantamentos e conversas com o diretor Regional Oeste e Extremo Oeste, Alecssandro Zani. “O objetivo é qualificar os detentos para que, a partir de novembro, possam atuar na linha de produção de uniformes escolares”.
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