Jovem político que participou das últimas três eleições em Joinville, se elegendo como vereador, depois deputado estadual e disputado o cargo de prefeito em 2020, Fernando Krelling tem realizado diversas ações e construído um leque de relações para buscar novamente uma cadeira na Assembleia Legislativa no ano que vem.
Um dos membros do MDB que formam a base de Carlos Moisés na Alesc, o parlamentar concedeu entrevista exclusiva ao jornalista Marcos Schettini e falou da relação dos ulyssistas com a Casa d’Agronômica, a qual observa como muito próxima, mas afirmou desconhecer qualquer convite para que o governador, que está sem partido, se filie ao MDB.
Participando de um movimento pró Antídio Lunelli no Norte de Santa Cataria, deu os motivos de decidir pelo prefeito de Jaraguá do Sul nas prévias da sigla. Ainda, avaliou a gestão de Adriano Silva e agradeceu ao ex-prefeito de Joinville, Udo Döhler, por lhe apontar os rumos políticos, considerando este ato com extrema gratidão. Confira:
Marcos Schettini: O MDB está ou não no governo de Carlos Moisés?
Fernando Krelling: O MDB é base de apoio do governo, está dando governabilidade ao governador Moisés. O foco principal é Santa Catarina. Nosso Estado está avançando em diversas áreas e isso se dá muito pelo apoio da nossa bancada no parlamento.
Schettini: O partido está na Fazenda, Educação e agora o BRDE. Além de toda a bancada. Isso não é governo?
Krelling: Após o convite do governador ao deputado Vampiro, discutimos em bancada e avalizamos o seu nome para ser secretário da Educação do nosso Estado, por sinal está fazendo um grande trabalho com a sua equipe. As outras pastas de 1º escalão foram decisões do governador e não houve discussão em bancada. Mas reitero que o MDB está sim dando governabilidade e fazendo parte da base na Alesc.
Schettini: A bancada quer Carlos Moisés filiado ao MDB. Isso é um chute nas candidaturas de Celso Maldaner, Dário e Antídio?
Krelling: A executiva do partido definiu que o MDB terá candidato ao Governo do Estado no próximo ano. Já foram feitos dezenas de encontros regionais, nos quais nossos três pré-candidatos participaram e levaram aos filiados as suas ideias e pretensões. Logicamente as portas sempre estarão abertas para lideranças que pensam no avanço do Estado. Até o momento desconheço qualquer convite feito ao governador, mas caso isso ocorra e ele tenha a pretensão de ser candidato a reeleição, a escolha ficará por conta de todos filiados nas prévias partidárias.
Schettini: Então por que fazem o convite para Moisés se filiar?
Krelling: Até o momento desconheço esse convite, mas se ele existiu ou existir, com certeza será bem-vindo e terá o mesmo direito de participar das prévias como qualquer filiado tem.
Schettini: O Sr. disputou a eleição em Joinville e ficou fora do 2° Turno. O que houve?
Krelling: Para mim foi a maior experiência política que tive até o momento, poder ser candidato a prefeito da maior cidade do Estado. Foram 15 candidatos e conquistei quase 50 mil votos. Foi uma eleição muito difícil, pois existia um desgaste natural na gestão de 8 anos da prefeitura e esse peso do desgaste da gestão acabou refletindo para mim, por ser o candidato do partido que administrava a prefeitura nos últimos anos. Foi uma eleição de praticamente todos contra um, e mesmo sendo atacado de todos os lados, mantive uma postura de respeito, mesmo quando não era respeitado. Mas entendo que a política é cíclica e a alternância de poder é válida. Respeito muito a escolha popular.
Schettini: Adrianinho da Catarinense não está fazendo a continuidade do governo Udo Döhler?
Krelling: Nas eleições diziam que eu seria a continuidade do prefeito Udo e sempre deixei claro que somos de gerações diferentes, temos várias ideias diferentes e perfil diferente. Então entendo que o Adriano não é continuidade, assim como eu não seria caso fosse eleito. Mas quero deixar claro, que sempre tive um grande respeito pelo Udo Döhler e na vida um dos grandes gestos do ser humano é a gratidão. E sou muito grato ao prefeito Udo pela oportunidade que ele me deu em 2013 de ser secretário no seu governo, ali iniciou a minha vida pública.
Schettini: Nesta altura do governo do Novo, qual nota o Sr. daria para o prefeito Adrianinho?
Krelling: Dar uma nota no início de uma gestão e ainda nesse momento de pandemia é algo difícil. Acredito que possamos dar uma nota no final da gestão, pois na vida pública hoje você pode ter um 10 e amanhã virar um 5, ou vice-versa. Mas faço uma avaliação que ele está indo num caminho bom, tem um secretariado atuante e tem se comunicado com a população, estando tanto no gabinete como nas ruas, ouvindo os pleitos e tentando resolver. Particularmente torço pelo sucesso da gestão, pois entendo que o Adriano foi meu adversário na eleição, mas hoje ele é o prefeito da minha cidade. Não tenho vaidade nenhuma e jamais tive o perfil de torcer contra, isso nunca vou fazer. A gestão indo bem, as pessoas vivem bem, é isso que importa. Inclusive tenho ajudado muito o município na busca de recursos, emendas e melhorias. Jamais vou virar as costas para minha cidade, só porque o prefeito é de outro partido.
Schettini: O Sr. é candidato a qual direção em 2022?
Krelling: Tenho o projeto de buscar a reeleição e continuar o trabalho na Alesc.
Schettini: Joinville está completamente fora do jogo sucessório do ano que vem. O que houve com a força municipal?
Krelling: Joinville sempre teve muita força na eleição estadual e não será diferente no próximo ano. Mesmo não tendo candidato da cidade, o município terá um papel importante para a escolha do governador de SC em 2022. Mas acredito que num futuro breve, com certeza, Joinville terá novamente um candidato ao Governo de SC, deixando um belíssimo legado, assim como fez Pedro Ivo e LHS.
Schettini: O Sr. declarou voto em Antídio Lunelli. Por que não em Celso Maldaner ou Dário Berger?
Krelling: Tivemos uma reunião ampliada com o diretório municipal e nessa reunião colocamos em votação o nome dos três pré-candidatos. Por grande maioria, a escolha de apoio nas prévias partidárias foi pelo prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli. Tenho um grande respeito pelo senador Dário e pelo presidente do partido, Celso Maldaner, mas a escolha também se deu por uma questão regional e pelo relacionamento próximo que nossa cidade tem com o prefeito Antídio Lunelli.
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