Grande polo moveleiro, Santa Catarina vem reduzindo as áreas destinadas ao reflorestamento, e a falta de matéria prima já preocupa o setor industrial. As terras, que antes eram ocupadas com pinus ou eucalipto, agora são destinadas ao cultivo de culturas como a soja, milho e pastagem, e em cinco anos o estado teve uma redução de 72,3 mil hectares na área de silvicultura. Esse foi o tema da reunião da Câmara de Desenvolvimento da Indústria Florestal, que contou com a presença do secretário de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Altair Silva, e do presidente da Fiesc, Mario Aguiar.
"Há uma vontade do Governo do Estado de apoiar o setor florestal para mantermos a competitividade da nossa indústria de papel, celulose e moveleira. Nós temos um conjunto de ideias que podem fazer a diferença para o setor produtivo e precisamos transformar isso em ação. O primeiro passo é o produtor ter segurança do retorno do investimento. Há espaço para crescermos de forma sustentável", destacou o secretário Altair Silva.
Segundo o diretor de Inovação e Competitividade da Fiesc, José Eduardo Fiates, Santa Catarina pode avançar em algumas questões como ampliar a produção em pequenas propriedades, criar instrumentos financeiros para estimular o cultivo e a gestão de florestas, além de investimento em tecnologia para o estudo de mudas e espécies adequadas ao solo e clima do estado.
Durante a reunião ficou acordado que os membros da Câmara de Desenvolvimento da Indústria Florestal irão elaborar um documento com sugestões de políticas e medidas que podem ser adotadas para melhorar a competitividade do setor produtivo em Santa Catarina. "O setor florestal é fundamental para a economia de Santa Catarina. Precisamos criar mecanismos inteligentes para incentivar o plantio de florestas e a continuidade do setor produtivo", ressalta presidente da FIESC, Mario Aguiar.
NÚMEROS DO SETOR
Santa Catarina é o maior produtor e exportador de madeira serrada do Brasil e o quinto maior estado com base florestal plantada. Em 2020, os produtos florestais responderam por 18,7% do total de exportações do estado, com US$ 1,52 bilhão de faturamento. A indústria florestal catarinense gera cerca de 90 mil empregos diretos e conta com 16 mil produtores de pinus.
Um levantamento contratado pela Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR) e desenvolvido pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc-CAV), identificou que a área total com florestas plantadas no estado é de 828,9 mil hectares. Desta totalidade 553,6 mil hectares (67%) são área com pinus; e 275,3 mil hectares (cerca de 33%) estão ocupados com eucaliptos.
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