Se os resultados não fluem o primeiro a cair é o técnico, isso é fato no futebol brasileiro.
Mas há uma pergunta que intriga a todos nós que temos a Chapecoense como mais que um clube, uma extensão de nossas famílias: porque toda essa crítica em torno da demissão de Vagner Mancini?
Ninguém escreveu sobre isso, mas acredito que dentre outros fatores citados pela mídia da região e do país há um que não foi levado em consideração, o fator do reconhecimento!
Quando todos estavam em lágrimas, quando todos nem tinham a perspectiva de que time teríamos em campo no início de ano, quando nosso horizonte era somente um sorrateiro e traiçoeiro mar de angústias, eis que surge o nome de Mancini como o técnico da esperança e da reconstrução.
Ivan Tozzo era o presidente e logo Maninho aceitou o desafio, enquanto que Rui Costa, Mancini e alguns outros nomes da comissão técnica garimpavam o mercado finais de semana, Natal e virado do ano sem descanso com o real objetivo de não somente colocar um time em campo, mas dentro de cada camisa verde e branca ouvir a alma dos guerreiros e das pessoas que se foram.
Mancini incorporou esse espírito!
Lúcido, paciencioso, estratégico e sempre muito humilde ficava a beira do gramado vibrando e pedindo garra e entusiasmo.
Enquanto o próprio presidente da Chapecoense chamou para si algumas responsabilidades que todos nós sabemos deu no que deu, lamentável.
Não há hoje no mercado alguém melhor que Vagner Mancini, aliás quem conhece tão bem o elenco que foi reconstruído das ruínas com o Vagner que chegou na quinta e já estreia amanhã prometendo devolver a alegria?
Devolver a alegria?
Absolutamente nada contra a pessoa de Vinícius Eutrópio, como não conheço Mancini pessoalmente, muito menos conheço Eutrópio, mas poderia apostar uma dúzia de um bom vinho chileno que este treinador não aguenta quinze rodadas no comando da Chapecoense.
Tomara que eu esteja enganado, tomara que venham reforços que consigam começar a fazer a diferença e eu escreva daqui há algumas semanas que realmente a direção estava certa em dispensar Vagner Mancini.
Mas Maninho e direção da Chapecoense, toda a comovente história passou pelo Mancini. Tinha a fisionomia do Mancini. Tinha a emoção do Mancini. Por isso que a maioria da imprensa brasileira não concordou com vossa atitude.
Hoje talvez a Chape, seja diferente de todo e qualquer clube brasileiro, por isso se deve tomar cuidado com cada atitude, com o que se vai falar em nome da Chapecoense.
Ela é sinal não só de comoção, mas de alma e garra para qualquer ser humano que conhece o FUTEBOL.
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