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Entrevista | Disputa no PSDB é o processo mais democrático de uma sigla na América Latina, afirma Geovania de Sá

Por: Marcos Schettini
29/10/2021 14:17 - Atualizado em 29/10/2021 14:22
Cleia Viana/Câmara dos Deputados

A disputa interna no PSDB entre os governadores João Doria (São Paulo) e Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) é, de acordo com a presidente da sigla em Santa Catarina, a deputada federal Geovania de Sá, o processo mais democrático de um partido na América Latina.

Com esta afirmação, em entrevista exclusiva ao jornalista Marcos Schettini, a parlamentar fez uma análise importante do embate no ninho tucano. Para ela, o processo interno de escolha do candidato à Presidência da República fortalecerá o partido para compor grandes alianças.

Na entrevista, a congressista evangélica fala sobre costumes, fé e religião, argumentando que a igreja é um local de inclusão, respeito e atenção social. Ainda, Geovania de Sá fala do trabalho realizado no Congresso Nacional, onde tem tido uma postura firme e ousada em defesa das mulheres e das pautas conservadores desde seu primeiro dia de mandato. Confira:


Marcos Schettini: A senhora está sendo atacada nos últimos dias por sua opção por Eduardo Leite. Por quê?

Geovania de Sá: Cada pessoa tem seu posicionamento na política. Os que me atacaram, certamente, não entenderam o contexto daquela reunião. Eu sou presidente de um partido, que vai realizar prévias para decidir seu candidato a presidente. Cada um deles vai expor suas propostas, eu apenas o apresentei aos presentes, em uma reunião fechada, porque era meu dever. Portanto, se entendessem bem o momento e o objetivo daquela reunião, seria outra a reação das pessoas que me atacaram.


Schettini: Por que os evangélicos não aceitam a pessoa ser gay. Deus é do mau ou do bem?

Geovania de Sá: Nosso Deus é maravilhosamente do bem. A igreja, que é a casa Dele, é lugar de inclusão, lugar de receber as pessoas de portas abertas e respeitar a todos. A igreja tem a liberdade constitucional de ter certas normativas no seu culto, porém, isso também não quer dizer que a igreja vai querer governar ou determinar quem é que pode chegar até Deus, até porque ninguém é mediador entre Deus e os homens, senão Jesus Cristo.


Schettini: Estes falsos conceitos não são o que está destruindo o Brasil?

Geovania de Sá: O direito civil e os direitos humanos são conceitos construídos para melhorar o convívio da humanidade. Como toda construção social tem a ver com a interação entre as pessoas, as maneiras de interagir ao longo do tempo podem ficar, serem modificadas ou até mesmo contrariadas. O que hoje nós temos como uma sociedade polarizada, há alguns anos atrás, não faz muito tempo, se falava que a população brasileira era apática na política. Neste momento, está à flor da pele as discussões. Então, esses contrapontos fazem parte da evolução e da melhoria de tudo em uma sociedade.

Schettini: A senhora é bem respeitada em Brasília e ganhou apoio de toda a bancada evangélica. Não é um tempo novo?

Geovania de Sá: A Frente Parlamentar Evangélica é uma bancada plural, não é de um único segmento cristão, são de vários. Temos nossas diferenças, mas elas se somam e nos tornam mais acessíveis e juntos levamos melhores propostas ao Congresso Nacional. Com a nota de apoio, demonstra que realmente estou no caminho certo e na unidade com a bancada. Eles estão sempre comigo no dia a dia, debatendo e defendendo nossas pautas, como a luta contra o aborto, a ideologia de gênero, a linguagem neutra ou qualquer outra temática que venha contra nossas convicções. Minha atuação no Congresso Nacional sempre foi do mesmo modo desde que cheguei em Brasília, votando em pautas que interessam ao Brasil e aos brasileiros.


Schettini: A maioria dos pastores usam a boa-fé do religioso. Por que isso ocorre?

Geovania de Sá: A igreja como um todo cumpre um papel fundamental na sociedade. Por exemplo, casas de reabilitação de drogas e álcool, geralmente, são dependências das igrejas, tanto católicas quanto evangélicas levam a diversos lugares assistência odontológica e médica, cestas básicas, dentre outras atividades. A igreja presta um papel fundamental para o desenvolvimento da sociedade, ela chega onde o poder público muitas vezes não consegue chegar. As pessoas de má índole existem em qualquer situação e em qualquer lugar, então não podemos generalizar uma classe a partir de um, dois ou três. Não é a maioria, é apenas uma pequena parcela, mas que quando aparece na mídia, para alguns, acaba ofuscando todo o bem que a igreja faz e cumpre na sociedade.


Schettini: Antigamente os crentes não podiam cortar cabelos, pintar as unhas, assistir à televisão. Deus é liberdade ou prisão?

Geovania de Sá: Existe uma coisa chamada doutrina bíblica, é aquilo que está na bíblia e o dogma é como as igrejas interpretam aquilo que está escrito. Isso tem a ver com os costumes e hábitos. Não é somente nas igrejas brasileiras, acontece o mesmo com as igrejas norte-americanas e europeias, ou seja, são maneiras de pensar, de agir e não necessariamente é que Deus é liberdade ou é prisão. Então, não é necessariamente uma coisa boa, nem ruim, é apenas uma maneira de proceder, é uma cultura, é um hábito. Quando a gente olha o vizinho, o diferente, como estranho a gente comete um ato chamado etnocentrismo, como se a nossa cultura, nossa maneira de pensar fosse melhor do que o outro. Então é perigoso a gente apontar e dizer este tipo de costume, esse tipo de pensamento, esse tipo de hábito é prejudicial e este não.

Schettini: Quais os desafios do PSDB para as prévias de novembro e 2022?

Geovania de Sá: O partido vive um momento histórico em todo Brasil. Estamos em pré-eleição e os filiados pela primeira vez vão escolher o candidato do partido à Presidência da República. Este tipo de debate é importante, já que movimenta os filiados e fortalece a democracia, tendo a participação interna da militância. Com a colaboração da base nos debates, buscamos fazer um PSDB mais fortalecido para as eleições do próximo ano. Nosso partido tem a convicção que é o processo de escolha mais democrático da história de uma sigla na América Latina. Após as prévias, o pré-candidato vai reunir condições políticas e de viabilidade para construir uma grande aliança.


Schettini: Jair Bolsonaro fala em família, mas casou três vezes e gastava dinheiro público para, como ele mesmo diz, “comer gente”. Por que é modelo para os evangélicos?

Geovania de Sá: Na eleição de 2018 ele foi beneficiado pela onda de mudanças que alcançou todo o Brasil movidos pelos sentimentos antipetismo. Pelas pautas e ideias conservadoras no seu discurso, acabou ganhando notoriedade entre o público evangélico, que por natureza é mais conservador. Sabemos que ele é católico, mas as pautas relacionadas acabaram atraindo apoiadores deste segmento também.


Schettini: Seu mandato é só para evangélicos ou SC?

Geovania de Sá: Todos os mandatos são para o povo. Os parlamentares são eleitos para representar os interesses do Brasil e do estado que foi eleito, assim é a política de distribuição das vagas à Câmara dos Deputados. Meu mandato não é exclusivo para este ou aquele grupo, é um mandato para legislar em prol de todo povo brasileiro, em prol de toda a população catarinense. Eu sou uma deputada de Santa Catarina, e como parlamentar recebo todos que me procuram. Já destinei mais de R$ 200 milhões em recursos para os municípios do nosso estado, sendo as mais variadas áreas contempladas.


Schettini: Pelo fato de ser mulher, a senhora não é atacada violentamente por ser uma liderança forte?

Geovania de Sá: O fato de eu ser uma deputada federal em uma sociedade que o público feminino tem pouco espaço, acabo sim sendo alvo de questionamentos e preconceitos. Tem homens que, às vezes, se sentem ameaçados por uma mulher ocupar um cargo importante. Mas nós mulheres não queremos estar à frente dos homens, de maneira alguma, queremos estar ao lado deles para fazer a diferença na vida pública. Porém, os tempos estão mudando, as pessoas estão se conscientizando e as mulheres estão tendo o seu papel e o seu valor reconhecido. Engana-se quem pensa que só estamos aqui por ganharmos chances, as mulheres têm atingido cada vez cargos mais altos pela meritocracia, pois temos plenas condições de exercer os cargos na vida pública, assim como os homens. É exatamente por isso que por onde passo tenho convidado e incentivado o público feminino para a vida pública. Precisamos ocupar nosso espaço, estarmos onde merecemos.


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