O governador que vem de Glasgow
A primeira viagem externa que Carlos Moisés está realizando, tem muitas interpretações. Mas duas delas devem ser levadas em consideração. Aquela em que poderia ter tomado um caminho diferente nos dois primeiros anos de governo, com relações amistosas com os Poderes constituídos e, disso, feito um caminho de idas, muitas delas. Desperdiçou um traçado com inéditos infernos que colocou SC no Guinness. Outra é que, por saber que não levou vantagem em nada, a exceção disso foi que aprendeu a viver em harmonia. Expulsou da sua vida chucrutes nazistas que, bem ao estilo particular destes, levou-o ao gueto de Varsóvia para uma morte anunciada. Mas foi salvo e, lá na Escócia, viu de perto o que é negociar entre cabeças. Ao voltar, traz um novo homem com maiores cacoetes. Vai dizer ao seu coletivo o que deseja e dar a eles o potencial de construção porque está cercado dos melhores, se derrubar esta cerca, os lobos comem seu rim. Se é o que quer, bom apetite à oposição. Até porque, com os cofres cheios, pega a picanha.
FIRME
Julio Garcia nunca deixou de ter controle pessoal de sua vida pública e, independentemente da decisão da 5ª Turma do STJ, que derrubou falsas provas, aquelas de blá, blá, blá, manteve-se em sintonia com sua visão política de respeitado à palavra e às relações. O mesmo e melhor.
MELHOR
O ex-presidente da Alesc é um quadro de alto valor de construção. Nunca, em nenhum momento de sua vida política, colocou fogo no acampamento coletivo. Isso, por si, dá dimensão de sua liderança. Quando age, lê o mapa e guia-se nisso. Jamais rói a palavra. Raro no meio.
TOLOS
Assim são chamados aqueles que, no trato de edificação política, corroem um acordo feito a muitas mãos. Por isso, sabia-se que Julio Garcia estava sendo alvo de um processo de desmonte da política respeitosa. O que pode, pode sempre. O que não pode, não pode nunca.
FATO
Qualquer quadro partidário, seja de que sigla for, sabe que Julio Garcia joga aberto e limpo nas quatro linhas do debate. É um quadro que não engana ou se esconde em tela de alambrado. É aberto, sério na composição, audacioso na construção.
PASSOU
Olhando adiante, o que Julio Garcia viveu torna-se, para todos, um aprendizado. E sem mágoas, até porque é atributo dos tolos, segue e edifica. Vai a deputado estadual para uma eleição triunfante, na altura a ser buscada. Tem leque de quadros para alcançar e discursos de adesão.
FAVORITA
Na última terça saiu uma pesquisa da corrida pela presidência da OAB que, na apresentação dos números, confirma o favoritismo de Claudia Prudêncio, apoiada pelo atual presidente Rafael Horn, com 26,97%, o dobro e acima dos demais. Em seguida aparece Hélio Brasil e Gabriel Kazapi.
EMPATE
O segundo colocado, Hélio Brasil, tem apoio aberto de Ivan Naatz e lideranças partidárias ligadas ao deputado do PL, hoje em Glasgow, com 12,68% e que, impressionantemente, está tecnicamente empatado com Gabriel Kazapi, a zebra deste processo com 10,91%, da esquerda e maciço apoio dos partidos e seus movimentos.
VALENTIA
Gabriel Kazapi é um quadro articulado, respeitado e corajoso. Cresce em passos largos para avançar no território de chegada porque é o único fora do umbigo vicioso da entidade. Tem simpatia de toda a esquerda e cresce muito entre os jovens advogados afastados das decisões.
FORA
A pesquisa demonstrou que a chapa de Vívian De Gann, montada por Tullo Cavallazzi, conta com 5,14% de intenção de votos e, provavelmente fora do páreo, se contaminou do sentimento oportunista impresso no seu tutor. Ela carrega esta cruz morro acima usada de forma descabida e lamentável por ele no jogo.
OPORTUNISMO
O cenário de dissidência de quadros que estão na gestão atual de Rafael Horn, de última hora e de modo estranho, para criar uma terceira chapa no estalar dos dedos, ao contrário de fortalecer, fragilizou-se porque esta oposição queria espaço político na chapa da Claudia Prudêncio e a tese não avançou.
EQUÍVOCO
Tullo Cavallazzi gerou uma fração interna que, pode ter seus direitos e presidido a entidade, sabe que negociar espaço político é um deboche para uma instituição consagrada na democracia, mas de espinha apartidária. Criar uma chapa na calada da noite tem prejudicado, muito mesmo, a chapa de Vívian De Gann.
MEXIDA
João Rodrigues quer ver o tamanho do abrigo da entrada de Jair Bolsonaro no partido de Jorginho Mello. Quer saber se este movimento que fez favorece a candidatura do senador e o potencial para atrair apoio. Se isso não abrir uma luminosidade até março, tempo suficiente para muitas leituras, vai dizer o que quer com 2022.
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