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IGUALDADE

Homens e mulheres pagarão mesmo valor na entrada de festas e restaurantes

Preço diferente de acordo com o gênero é interpretado como estratégia abusiva de marketing
Por: Janquieli Ceruti
14/07/2017 09:29 - Atualizado em 14/07/2017 09:30
Homens e mulheres concordam que a igualdade na cobrança deve ditar a regra no comércio de produtos e serviços (Foto: Janquieli Ceruti/LÊ) Homens e mulheres concordam que a igualdade na cobrança deve ditar a regra no comércio de produtos e serviços (Foto: Janquieli Ceruti/LÊ)

Por Janquieli Ceruti

Diferenciar o preço de ingressos entre homens e mulheres é prática antiga, rotineira e ilegal. A partir do próximo dia cinco de agosto, casas noturnas, bares e restaurantes deverão cobrar o mesmo valor de entrada, independentemente do gênero. Comemorada por muitas mulheres, a norma técnica nasceu através da iniciativa de um homem quando, em seis de junho desde ano, a juíza Caroline Santos Lima, do Juizado Especial e do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania dos Juizados Especiais Cíveis (Cejusc) de Brasília, proferiu decisão indeferindo pedido de liminar formulado por um consumidor contra uma produtora. Ele recorreu à Justiça para reclamar do valor mais caro imposto aos homens em um evento. De início, o pedido não foi tratado com urgência, mas a posterior decisão apontou a ilegalidade nesta diferenciação. Tanto é que o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor determinou a expedição de ofícios endereçados às associações representativas desses setores a fim de que conheçam a nota técnica e que ajustem seus comportamentos. Se a nota, que já é de conhecimento nacional, não for cumprida, cabem sanções do Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que os órgãos relacionados deverão intensificar a fiscalização.

Os próprios clientes são vistos como a principal fonte de fiscalização e cobrança, tendo em vista que caso exista diferenciação no valor, os homens poderão exigir o menor preço. Mas, e por que tamanho holofote nesta questão? Conforme o Departamento, “se em algum dia mostrou-se tolerável, segundo mercado, a utilização das mulheres como estratégia de marketing ou chamariz para atrair maior número de consumidores homens pagantes, isso não se admite nos dias atuais. O empoderamento das mulheres e a evolução do mercado não permitem mais esse tipo de prática abusiva”.

De acordo com a juíza, “uma prática repetida há tanto tempo pode traduzir uma (falsa) aparência de regularidade, de conformidade. [...] Não é ‘porque sempre foi assim’ que a prática discriminatória haverá de receber a chancela do Poder Judiciário, pois o mau costume não é fonte do direito. De forma alguma”.


Para saber o que pensam os xaxinenses sobre a mudança nacional na rotina dos restaurantes e casas noturnas, inclusive de Xaxim, o LÊ NOTÍCIAS foi às ruas e entrevistou homens e mulheres. Acompanhe:


“Isso é ótimo porque os homens vão parar de achar que as mulheres são propriedades deles. É isso que muitas vezes nós sentimos nas festas: coagidas, envergonhadas e humilhadas”.

Paula Dieliz, 31 - Administradora de empresas


“Não concordo com isso porque mulheres continuam ganhando menos e por isso é justo que paguem menos também”.

Daiana Fagundes, 18 - Estudante


“É errado cobrar a mesma coisa, principalmente numa festa com bebida liberada porque elas consomem menos”.

Gabriel dos Santos, 19 - Mecânico


“É interessante, mas não tenho certeza de que os empresários irão cumprir, afinal ingresso mais barato ou entrada de graça atrai mais o público feminino e, consequentemente, o masculino também”.

Jeferson Gualdiveski, 28 - Programador


“Nada mais que o correto. Não somos moeda de troca e temos condições de pagar igualmente para nos divertirmos e também o que consumirmos, seja numa balada ou em um restaurante. Esse pensamento medieval de usar mulher como chamariz para homem é totalmente machista, discriminatório e ultrapassado”.

Mariana Gonçalves, 26 - Atendente


“Certíssimo. Tem que acabar todas essas ‘regalias’ como ‘mulher free até meia-noite, ‘open bar de tequila para elas’ ou entrada livre nos camarotes. Iludidas, muitas nem percebem que só estão sendo usadas pela mídia”. -

Taíse Dias, 41 - Professora


“É errado porque as mulheres já se acostumaram a pagar menos. Sempre funcionou. Por que mudar agora? Tem coisas mais importantes no Brasil para serem mudadas”.

Diego de Souza, 21 - Jogador de futsal


“Nós homens também sabemos que muitas vezes as mulheres não são tratadas com o respeito que merecem porque os homens acham que estão no direito de exigir qualquer coisa somente por arcarem com despesas de ingressos ou bebidas, quando elas entram de graça então nem se fala. Isso precisa acabar. Acho uma grande iniciativa rumo à valorização da mulher”.

Fabiano Antunes, 36 - Enfermeiro


“É certo com as mulheres e também com os homens. Por que temos que pagar mais pelo mesmo espaço, atração ou comida?”

Carlos Silveira, 22 - Estudante


“Na verdade, hoje as casas noturnas fazem as mulheres de negócios e os homens de trouxas. Dura realidade. Cobrar igual é direitos iguais”.

Leandro Trindade - Via WhatsApp do LÊ


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