Lula foi condenado por Sergio Moro a 9 anos e meio pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no processo do tríplex, e a pagar multas no total de R$ 669,7 mil, além de ser proibido de exercer cargos públicos, o que também o torna inelegível, impedindo a candidatura dele nas eleições do ano que vem.
Entretanto, ele foi absolvido no caso da guarda dos bens presidenciais por falta de provas de que ele teria recebido R$1,3mi da OAS por meio da guarda dos bens.
Acompanhando as discussões e análises sobre o caso em muitos meios, percebi que entre os mais brilhantes argumentos da rota capacidade discursiva dos militantes da esquerda é aquele do “O Lula foi condenado sem provas” e o melhor: “Lula foi condenado a 9 anos por preconceito por ter 9 dedos”.
Claro, a parte da sentença que condena Lula não foi justa porque não teve provas, e a parte que o absolveu foi justa também porque não teve provas.
Acontece que a maioria das pessoas que usaram disso, saíram papagaiando o que ouviram dos seus pastores do partido ou se insurgiram contra a decisão por ela ser contra o Lula, o que não tem nada a ver com ser justo ou injusto, certo ou errado. A maioria dessas pessoas não tem conhecimento nenhum de Direito, de processo, de aplicação da Lei pra afirmar o que for sobre como prova de processo deve ser apreciada, e os que tem conhecimento, o usam pra defender teses tendenciosas que também não têm nada a ver com justo e injusto, tem a ver com posicionamento político.
Fica claro que quem transformou a sentença de Lula num AI5 foi a própria militância, que a mostrou como açoite dos seus “bons moços” pra impressionar a massa ignorante que não tem condições nem a curiosidade de compreender a complexidade de produzir e analisar provas de um processo dessa natureza.
O político brasileiro é um articulista astuto que quando resolve entrar na maracutaia, tem que montar seu esquema de proteção e camuflagem, uns se saem melhor, outros pior, vide Paulo Maluf e ACM ou Zé Dirceu e Sérgio Cabral. Se a casa cai, o teatro começa e convence mais quem interpreta melhor a vítima.
Pode convencer o povão, mas não o juiz. Pra começar, provas produzidas por meios ilícitos são nulas e retiradas da análise, a defesa pode levantar isso nos curso do processo, o que demonstra que tudo que foi juntado era hábil como tal e foi bastante pra convencer o juiz. Isso pra ser rápido e fácil de entender.
A sentença ainda não é definitiva, a defesa de Lula já opôs o recurso que cabia, o MPF também, agora, resta aguardar o julgamento do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, a segunda instância pra esse caso.
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