Por Gelson Merisio*
Os recentes projetos de lei parlamentares sobre a extinção das Agências Regionais de Desenvolvimento trouxeram mais qualidade a este necessário debate. Quando criadas há 16 anos, como secretarias, Santa Catarina vivia outra realidade econômica. As tecnologias disponíveis eram mais restritas e o modelo foi considerado o melhor pelo governo da época, respaldado por seus eleitores.
Basta comparar nossos indicadores econômicos e sociais com outros estados para entender que são reflexos de boas escolhas. O que se precisa fazer é transformar a experiência em inovação. Se hoje o governo do Estado paga a previdência e consegue antecipar o 13º salário, podemos ter certeza que esse quadro não se manterá sem transformações no atual modelo. A questão das Agências Regionais é apenas uma das evoluções necessárias, mas é emblemática. Os R$250 milhões por ano que essas estruturas consomem em atividades intermediárias serão cada vez mais indispensáveis para a manutenção das atividades fim, com a contratação de mais policiais, médicos e professores.
Mas como garantir efetividade das ações de governo nos municípios sem despender recursos com estruturas descentralizadas? A resposta é dar mais poder de ação às associações de municípios, que são 21 em Santa Catarina, bem organizadas e apoiadas por prefeituras, câmaras de vereadores, procuradorias e, principalmente – sob comando de líderes escolhidos pelos munícipes, cientes das necessidades locais. O Governo pode ser um grande sócio dessas entidades, sem necessidade de processos intermediários. É possível, é viável.
E é apenas um passo nessa transformação. Temos no estado diversos sistemas e setores replicados. É essa a forma mais inteligente de gestão, considerando as tecnologias disponíveis?
Para que Santa Catarina continue honrando seus compromissos num futuro breve, precisamos projetar o Estado para os próximos 30 anos, romper modelos que não condizem com as atuais condições de vida e exigências da população. A sociedade não tolera mais a prática de prometer muito e entregar pouco.
*Deputado estadual
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