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A transformação do grão em farinha

Por: Luiz Dalla Libera
07/08/2017 09:52

Escrevi em uma coluna passada por ocasião da semana dos museus, como era a vida daqueles que colocavam a semente da terra até a colheita nos anos de 1950. Agora vou escrever sobre a transformação dos grãos até a produção e o consumo do pão.

Naquela época, o trigo além de ser um bom alimento, também era uma boa economia do agricultor. A venda era aos moinhos e comércio em bolsas de estopas, o transporte era com carroças e caminhões tocos, o comércio comprava o trigo, mas o pagamento era pelo Banco do Brasil, que só existia no Oeste e Extremo Oeste, a agência de Chapecó e a de Xanxerê foi instalada em 1967.

A semente e trigo do consumo da farinha eram armazenados nos porões, nada de veneno para protegê-lo dos carrunchos. Colocavam no sol durante 5 horas em dias de sol forte, isso a cada sessenta dias no mínimo.

O transporte para a farinha era conduzido em bolsas de fazenda de tecido grosso a cavalo, era o serviço das crianças e os nonos, a farinha era levada para casa na mesma bolsa que levava o trigo, só transportava outra bolsa ou mala para o farelo (resíduo), que voltava com o mesmo peso, pagava a margem à dinheiro. Existia moinhos a cilindro, mas também a molas de pedra que eram movidos a quedas d’água, caldeiras à lenha e motores a diesel.

O consumo era 99% de pão caseiro, também feito com o fermento caseiro.

A nossa família morava na divisa entre Xaxim e Coronel Freitas. Existia o moinho dos Lunardi em Xaxim e um em Coronel Freitas, ambos movidos com motores a diesel.

Os roncos dos motores era uma verdadeira previsão do tempo, quando ouvíamos o ronco de Xaxim era previsão do tempo boa e quando ouvíamos de Coronel Freitas era tempo próximo a chuva. O consumo era 99% de pão caseiro, também feito com o fermento caseiro.

Eu não tive dificuldade em dar palestra cultural de resgate cultural na visita em escolas ao museu, porque também houve senhoras que me auxiliaram. A coordenadora ainda usava fermento caseiro, mas hoje não é muito difícil preparar e cozinhar, pois existem aparelhos a gás e elétricos, antigamente tinha um cuidado grande no controle de crescer a massa e o fogo no forno à lenha não podia atrasar ou adiantar o fogo e a massa, à lenha que usava era diferente da de assar churrasco. A diferença era que a de fazer churrasco é forte e a do forno é fraca.

Como era consumido o pão antigamente? Bem ao contrário de hoje, a maior refeição de consumo do pão era o almoço (IL DISNAR) que durante a semana fazia quatro almoços de sopas variadas, o café era de comidas fortes porque pela parte da manhã era 6 a 7 horas de trabalho, o café porque pela parte da manhã era 6 a 7 horas de trabalho. O café era o nome de IL COLEZION pelas oito horas com polenta brustulada na chapa, queijo, salame e frituras.

A janta também era após a longa jornada de trabalho, pois não se tinha o costume de servir café da janta. O cardápio era composto por polenta, radiche, queijo, salame e frituras. Como era o consumo de pão nas festas? Cada família doava três pães grandes, mas o pão era para venda aos visitantes de hora, os que moravam no local levavam de casa o pão, cucas, vinho. Apenas comprava-se o churrasco.

As normas da Igreja Católica no início dos anos 50. Uma regra de preceito da lei de Deus daquela época era confessar e comungar, pelo menos uma vez por ano no tempo da Ressurreição de Páscoa que era a duração era até o dia de São Pedro, o Papa Pio X prolongou até o dia 16 de julho, dia de Nossa Senhora do Carmo.

Naquele tempo, só podia comungar recém a confissão, os freis de Xaxim visitavam a capela mensalmente. Ninguém comungava sem a confissão embora que tivesse confessado na última visita, os padres levavam hóstias não consagradas e consagravam durante a missa conforme o número de confissões nem mais, nem menos. No ano de 1958, houve nas capelas a Semana das Santas Missas pelos Missionários Passionistas.

Durante a semana sim poderiam comungar todos os dias sem precisar a confissão, pois era uma semana de muito respeito igual, a Semana Santa. As missas só eram realizadas pela parte da manhã, bem cedo em dias das festas, ou após as 10 horas não se distribuía a Eucaristia. Por caso de jejum, apenas os padres faziam o jejum. Rezavam a missa em latim de costas aos fieis e rezava o terço durante a missa. Não rezavam a oração do perdão, só o padre em latim.

Nada que eu seja contra a confissão, ótimo! Mas para que seja uma confissão verdadeira deve também existir o verdadeiro e perpétuo perdão. Porque Deus perdoa os nossos erros e pecados, desde que nós perdoaremos as falhas dos outros, contra a nós.


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