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Entrevista | Pavan dispara contra cúpula do PSDB e afirma ter sido traído por pseudos amigos

Por: Marcos Schettini
07/08/2022 16:00
Karina Ferreira/Agência AL

Incrédulo com o resultado da convenção da Federação PSDB/Cidadania, que confirmou o nome do ex-senador Dalírio Beber como candidato a vice-governador na chapa liderada por Esperidião Amin (Progressistas), o ex-governador Leonel Pavan concedeu entrevista exclusiva ao jornalista Marcos Schettini e disparou contra a cúpula no ninho tucano que, segundo ele, armou para lhe tirar do jogo.

Convicto de que tramaram até o último minuto para que seu nome não fosse o escolhido, Pavan expõe que alguns tucanos de Santa Catarina, historicamente, sempre tentaram tirar sua liderança do páreo, como aconteceu em 2006, 2010 e 2018.

Disposto em disputar a majoritária há muito tempo, Pavan disse que foi traído pelos mascarados. “O pior foi o jogo às escondidas, estavam tramando atrás de suas máscaras, sentavam comigo, almoçávamos juntos, discutíamos a convenção e os nomes dos candidatos, mas por trás de suas máscaras, que não é de proteção da Covid-19, estavam tramando”, desabafou. Confira:


Marcos Schettini: O que houve na convenção do PSDB?

Leonel Pavan: A convenção do PSDB foi muito movimentada, apresentou-se os candidatos a estadual e federal, e eu me apresentei como o único nome inscrito no PSDB estadual e federal, no Cidadania e na Federação, para ser o candidato a governador ou a vice. Agora a convenção da Federação não foi tranquila, porque no apagar das luzes surgiu o nome de Dalírio, que preside a Federação, com os votos já definidos e combinados para a rasteira que prepararam contra o Pavan. Defino como uma convenção de cartas marcadas.


Schettini: O senhor foi traído?

Pavan: Se eu fui traído, o que se pode dizer de algumas pessoas controladas pelo senhor Dalírio, que me pediram para eu me apresentar como candidato e assim eu fiz, registrei meu nome como governador e a vice, mas uma hora antes da votação, o senhor Dalírio comunicou para a tesoureira Luzia, para a vereadora Ana Carolina e ao senador Paulo Bauer, de que não aceitaria ser candidato a vice caso alguém apresentasse seu nome. Porém, na hora do pronunciamento, apresentou-se como candidato, combinado com os interessados no golpe. Como definir este jogo sujo, sórdido, trama feita no silêncio e no escuro? Enganar um parceiro, um amigo, por um bom tempo, o que pode ser? Só pode ser de pessoas sem caráter e traiçoeiras.


Schettini: O que estava acertado antes da convenção?

Pavan: A verdade é uma só. Eu era o único nome registrado, como vou duvidar se inclusive o PSDB me solicitou todas as documentações exigidas pelo TRE e foto para a urna? Entreguei todas as negativas e documentos necessário para registro no TRE. Eu fui avisado por amigos da imprensa e pessoas ligadas ao grupo de que eles estavam tramando para me puxarem o tapete e colocar outro nome, com isto fiz diversas indagações sobre o que se comentava e que se existisse outro nome eu entenderia, mas sempre me foi dito de que eu era o único nome. E se por acaso alguém apresentasse o Dalírio, não era se ter preocupação porque, como sempre, quando era para o Dalírio ser candidato, ele corria da eleição porque para concorrer precisaria de votos, e por isso não disputava eleição.

Schettini: O senhor não estava inscrito no partido e na Federação?

Pavan: O único inscrito era e fui eu, sempre quando se fazia reunião presencial ou por vídeo, inclusive era comentado o nome de Pavan como candidato. Mas o pior não é deixar de ser o candidato, porque democracia é assim mesmo, quem decide é a maioria. O pior foi o jogo às escondidas, estavam tramando atrás de suas máscaras, sentavam comigo, almoçávamos juntos, discutíamos a convenção e os nomes dos candidatos, mas por trás de suas máscaras, que não é de proteção da Covid-19, estavam tramando. Eu jamais pensei que pessoas que vinham na minha casa, como o atual candidato a vice, que disse para minha esposa e para minha filha, que mesmo que alguns quisessem que ele aceitasse ser o nome, o candidato seria o Pavan. O caráter é fundamental para um líder. Se é que tinham, perderam.


Schettini: O senhor vai fazer o quê? Sair do PSDB?

Pavan: Me retiraram no apagar das luzes num jogo não republicano. Acredito que tenho liderança para comandar inúmeros eleitores, para um caminho que possa se fazer o melhor para Santa Catarina. Infelizmente, alguns destes do PSDB procuram fazer o melhor para seus interesses particulares. No momento, não penso em sair, já tive vários motivos para sair devido às atitudes de alguns companheiros e pseudos amigos, que tiveram atitudes desleais como em 2010 quando um destes e outros participaram do golpe que retiraram minha candidatura a governador e garantiram a primeira suplência de senador de LHS e a candidatura a senador. Em 2018, depois da maior convenção da história do PSDB em Joinville, uma semana depois mudaram o rumo e passaram a perna nos convencionais do partido e no Napoleão. Agora, no dia da convenção da Federação, soube que também em 2006 estes mesmos estavam articulando contra meu nome. Mas me mantive firme no partido e me manterei, pois minha história no PSDB não é só em SC, minha história é também com PSDB e líderes do Brasil, estes envergonhados do que comigo fizeram. Certamente, há um grupo desejando que ocorra minha saída, como já desejaram de outros, mas minha liderança foi construída com a base e não com alguns destes sem personalidades. Se um dia eu quiser, comunicarei os motivos para a base e para alguns líderes que tenho apreço e admiração, porque a estes, infelizmente, só decepção.

Schettini: Quem o senhor vai apoiar para governador?

Pavan: Estarei ao lado com aqueles que tenham compromissos com as famílias catarinenses, com os municípios, que tenham gratidão, respeito e lealdade com as pessoas e possam fazer o melhor para SC. Infelizmente, alguns destes do meu partido procuram fazer o melhor para seus interesses particulares.


Schettini: Qual seu futuro político?

Pavan: Alguns políticos estão se desgastando justamente por atitudes como estas que presenciei na convenção da federação, mas vou estar ao lado do candidato que me passe confiança de que poderá fazer o melhor pra SC. Assim, me afastarei de oportunistas. Sempre defendi que não deveria ter suplência de senador, mas ouvi alguém questionar o porquê de eu não aceitar ser o primeiro suplente de senador, e eu disse que assumir o Senado como suplente é levar na testa a fama de senador sem voto. E voto, graças Deus, sempre tive.


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