"Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça [...]", é o que menciona o artigo 3° da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006, conhecida como Lei Maria da Penha. Para celebrar e discutir os 16 anos desde a promulgação da lei que reduziu a violência doméstica, salvando a vida de milhares de mulheres por todo o território brasileiro, os cursos de Direito, Enfermagem e Psicologia reuniram-se em debate na `Roda de Conversa - 16 anos da Lei Maria da Penha`.
O evento foi realizado nos dias 03 e 04, no Salão Nobre da Unochapecó, e marcou o início do semestre letivo para os cursos, na forma de Aula Magna. O painel abordou `o papel dos operadores do direito na aplicabilidade da Lei Maria da Penha e dos atores na rede de atendimento às mulheres em situação de vulnerabilidade e violência em Chapecó`. Para adentrar no assunto, os estudantes contaram com a presença de profissionais que atuam diariamente na segurança da mulher.
Mediado pelas professoras Sandra Fagundes e Silvana Winckler, a primeira mesa de debates foi composta pela juíza e diretora do foro da Comarca de Chapecó, Maira Salete Meneghetti, o promotor de justiça Rafael Alberto Moser, o delegado regional da 12° Delegacia Regional de Polícia Ricardo Newton, Liéges Schwendler, assistente de gabinete do Decrim e Violência Doméstica da Comarca de Chapecó; O delegado Eder Matte, da Delegacia de Proteção à Criança e Rômulo Vieiro, policial militar.
Já a segunda noite de evento contou com a presença da secretária de assistência social do município de Chapecó Elisiane Schimit, a diretora de atenção em saúde Gessiane Larents, as assistentes sociais do Hospital Regional do Oeste, Dalva Motta e Maristela Brugali, Emerson dos Santos e Natalia Schuster, da Rede Catarina. A mediação foi realizada pelas professoras Jucimar Frigo e Sandra Fagundes.
Frisando a participação comunitária nas discussões e produções da Universidade, a professora Andrea Marocco, Pró-Reitora de Pesquisa, Extensão, Inovação e Pós-Graduação, apontou a importância da temática para a Academia e sociedade. "Essa foi a primeira vez em que esses três cursos (Psicologia, Enfermagem e Direito) são unidos em prol do conhecimento e para discutir e debater uma temática de suma importância. Trazer a base do conhecimento e reflexões sobre um tema que a longa data vem sendo discutido e nunca será esgotado, porque tem uma importância fundamental para todos os que estão aqui e toda a comunidade que nos cerca. Sabemos dos desafios, mas temos certeza que é através da união de esforços da Universidade, comunidade, empresas públicas e privadas é que poderemos avançar significativamente nessas políticas públicas que merecem o amparo do mundo acadêmico", pontua.
ACOLHE UNO
Além das discussões pautadas, a Roda de Conversa foi o evento escolhido para o lançamento do projeto Acolhe Uno. Apresentado ao público acadêmico no dia 04 de agosto, o projeto de extensão foi criado com o intuito de sensibilizar a comunidade interna e externa contra a violência de gênero. A coordenadora do projeto de Extensão será a Professora Dra Jucimar Frigo, do curso de Enfermagem.
Vinculado à Pró-Reitoria de Pesquisa, Extensão, Inovação e Pós-Graduação, a proposta envolve não somente o campus universitário, como também ambientes virtuais, desenvolvendo ações de cuidado, diálogo e educação, para, então, garantir os direitos de cada indivíduo no âmbito educacional. Ellen Guerra, psicóloga do Núcleo Psicológico e Pedagógico Institucional (NAPI) da Unochapecó, conta que as discussões para o desenvolvimento do projeto começaram no mês de abril, a pedido da comunidade acadêmica, e contam com a atuação de professores e técnicos de diversas áreas da Universidade, como Psicologia, Enfermagem, Direito, Serviço Social e Marketing, além de um representante discente.
"Coube a este grupo pensar os delineamentos desse projeto com um olhar técnico e cuidadoso. Nós escolhemos este evento para o lançamento do projeto, por entendermos a importância da data e das discussões que serão feitas aqui, e entendendo também, que os cursos presentes são muito importantes e os queremos próximos nessa caminhada".
Ellen também frisa que as primeiras ações colocadas em prática pelo projeto se deram na constituição de uma Comissão Institucional permanente de prevenção e a organização do fluxo de atendimento interno. Também fazem parte dos primeiros atos do Acolhe Uno a criação de um canal oficial de comunicação e denúncia com a Comissão, que já conta com email próprio, [email protected], e em breve contará com um número de WhatsApp.
"A intenção do canal de comunicação com a comissão é que tenha um tom que siga todos os princípios do projeto. A pessoa que entrar em contato conosco saberá que está sendo acolhida por uma equipe técnica qualificada para receber as informações e fazer os encaminhamentos necessários", finaliza.
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