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Artigo | Educação sem partido?

Por: LÊ NOTÍCIAS
17/08/2017 22:12 - Atualizado em 06/08/2020 11:11

*Por Hugo Paulo Gandolfi de Oliveira

Impressiona o nível - muitas vezes o baixo nível -, das discussões sobre a tal "Escola sem Partido". Com ou sem "partido" o ato de ensinar tem um certo elemento ideológico, que parte do mestre e pode, ou não, ser compreendido, ou aceito, pelos estudantes.

Muitas das discussões que ocorrem mostram a absoluta inutilidade de estabelecer "por lei" algo que depende, intrinsecamente, de cada um que estuda. Mostram, também, uma visão de que o estudante é incapaz de discernir - agora ou futuramente com o que aprende hoje -, como se fosse uma ameba em pensamento.

Chama a atenção, também, a qualificação - ou a desqualificação -, dos argumentos de muitos daqueles que discutem a tal de proposta. Alguns, pelo que expõem, ou pelo que se esquecem de expor, apresentam-se menos como "especialistas" no assunto e mais como analfabetos, funcionais ou ideológicos, além de, claramente, expressarem visões ideológicas de partidos. Se é que podemos ser condescendentes com as dezenas de partidos que temos no país hoje, uma verdadeira colcha de retalhos, pobres ideologicamente e pouco genuínos no que propõem.

Enquanto alguns “sábios” dedicam tempo para discutir uma escola que não tenha partido, chama a atenção o fato de que muitos partidos políticos estão retirando do nome exatamente a palavra “partido”. Será porque “partido” é o contrário de “unido” e significa dividido, fragmentado? Uma das respostas que se pode dar é que isso ocorre porque os partidos, literalmente, quebraram, em sua grande maioria, vítimas do fisiologismo, da falta de ideias e ideais.

Não seria o caso da escola fazer, também, o ensino qualificado sobre o que são as agremiações partidárias, como se comportam ideologicamente, o que pregam e o que representa a ciência política? É melhor fazer esse tipo de ensino às claras, sem rótulos pela velha balela de “esquerda” ou “direita”, do que adotar a política da avestruz, de tentar esconder, cheia de maniqueísmo, falsa, chinfrim.

Quando ouvimos os ditos entendidos na "escola sem partido", é preciso lamentar que não se preocupem com os mestres mal pagos, com os alunos subnutridos ou desnutridos, com as instalações precárias das escolas, com o ensino repetitivo, sem inovação, com a falta de uma política educacional perene. Enfim, é preciso lamentar que ninguém deles mostre preocupação com a “escola sem qualidade”.

*Jornalista e professor universitário


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