José Fritsch nasceu em seis de agosto de 1954 em Ipumirim. Filho de pequenos agricultores, atuou como professor e em 1994 foi eleito deputado federal, sendo que em 1996 foi eleito prefeito de Chapecó, onde em 2000 foi reeleito para o segundo mandato. “É uma honra ser prefeito de Chapecó. Eu nunca alimentava isso como possibilidade real, mas aconteceu devido a minha história, especialmente ligada à luta com os trabalhadores rurais, os agricultores, com o Movimento Sem-Terra e dos movimentos sociais daquela época. Sai candidato em uma situação muito particular, pois quando começou a campanha estava com 3% na pesquisa, mas acabei se elegendo”, contou Fritsch, que em abril de 2002 deixou o cargo para ser candidato ao Governo do Estado pelo Partido dos Trabalhadores, sem êxito, e em 2003 assumiu como ministro da Pesca no Governo Lula.
Segundo o petista, quando assumiu a prefeitura, o Executivo passava por vários problemas financeiros, inclusive nas áreas sociais, como Saúde, Educação e Assistência Social. “Essas áreas não tinham muitas atividades, então colocamos a casa em ordem. Criamos cerca de 8 policlínicas, inúmeros colégios, programas de creches comunitárias e desenvolvemos a formação de jovens e adultos do interior que não possuíam escolaridade. Depois focamos no programa ‘Gestão’ que valorizou o trabalho dos funcionários públicos e incluiu a participação da população. Era um orçamento participativo com as comunidades, através de grandes assembleias, com a participação de 7 mil pessoas durante o ano. Foi assim que começamos a inverter as propriedades”, afirmou, relatando as dificuldades do início de mandato.
O prefeito que governou Chapecó no final do milênio também falou da época de desemprego que enfrentou em seu primeiro mandato. “Depois das mexidas, veio outra demanda, que foi a luta contra o desemprego. Criamos vários programas, transformando o Parque da Efapi num grande centro de divulgação de eventos econômicos. Antes de nós assumirmos lá funcionava apenas a Efapi, a Mercoagro e eventos de CTGs de Chapecó. Então tomamos atitudes que trouxe a 2ª maior feira de imóveis do Sul do Brasil, a Merco Móveis. Trouxemos também a feira do leite e o Salão Brasileiro da Suinocultura, com apoio da Associação Brasileira e Catarinense de Suinocultura. Também sempre valorizando o frango e o peru, características fortes da nossa região”, explicou.
Fritsch, que sempre foi ligado aos trabalhos sociais, formou-se em Estudos Sociais pela Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), em Chapecó, e cursou Filosofia e Política Social na Alemanha. Participou da fundação da Comissão Pastoral da Terra (CPT), em meados dos anos 70, e ajudou a fundar a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Na década de 1980, trabalhou na organização dos trabalhadores sem-terra. Com toda essa bagagem, dedicou-se, em seu mandato, priorizar e fortalecer os trabalhadores e a agricultura familiar. “Criamos o Banco do Povo e mais de 19 feiras livres, através do Programa de Agroindustrialização da agricultura familiar, com 36 unidades de produção de produtos industrializados, que eram vendidos para Chapecó e região”, lembrou o ex-prefeito.
Ele também conta que incentivou o comércio e realizou dezenas de parcerias com entidades e classes patronais. “A prefeitura apoiou, criou e estimulou tudo em favor da nossa cidade. Como a ideia do Sábado D, existente até hoje, que na época tinha como objetivo trazer pessoas da região para comprar em Chapecó, além de dar oportunidade aos chapecoenses que queriam ir ao comércio no final de semana”, diz o petista, lembrando também da criação do Distrito Industrial, que trouxe novas empresas e fez de Chapecó uma referência econômica ainda mais pujante.
Fritsch deixou duas grandes marcas em sua administração, a primeira foi a solução do Lixão que se arrastava por mais de 30 anos, prejudicando toda a cidade, principalmente a Zona Sul. “Então criamos o aterro sanitário mais moderno do Sul do Brasil, na época”, diz contente, relembrando também a segunda marca, que foi a aquisição do novo prédio da prefeitura, que era da antiga Telesc e depois foi comprada por uma empresa italiana. “Adquirimos e pagamos em nosso governo. A sede da prefeitura se tornou uma referência estadual”, conta com orgulho.
O ex-prefeito também fez questão de frisar os trabalhos no Esporte, Cultura e Habitação que, para ele era essencial em seu mandato. “Criamos projetos de cinemas nos bairros e eventos culturais que valorizassem a nossa música, característica da nossa região. Resgatamos a história dos balseiros e reformulamos a praça central da cidade. Estimulamos os jovens na inclusão do esporte, inclusive amador. Fizemos um programa de habitação pioneiro em Santa Catarina, com resultado espetacular”, explica, afirmando que todas essas ações lhe deram aprovação de 70% ao deixar a prefeitura.
O líder petista, que é casado e tem quatro filhos, fez uma perspectiva de como será a Capital do Oeste no futuro. “Chapecó é polo, não podemos perder essa referência de desenvolvimento regional. Por isso acredito que nos próximos 20 ou 30 anos vamos ter mais de 300 mil habitantes, ou seja, teremos que ter muita infraestrutura, habitação, expansão imobiliária, indústria forte, e crescimento do comércio, com emprego garantido e comércio pujante. Seremos a maior referência do Sul do Brasil”, finalizou.
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