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Jovem de Chapecó que estuda em Chicago relata desafios e experiências nos EUA

Arquivo Pessoal Beatriz Blanda da Silva, de 19 anos, é graduanda de Engenharia Aeroespacial no Illinois Institute of Technology Beatriz Blanda da Silva, de 19 anos, é graduanda de Engenharia Aeroespacial no Illinois Institute of Technology

Por Vitória Schettini

Segundo um estudo realizado pela British Broadcasting Corporation (BBC), do Reino Unido, os Estados Unidos são um dos cinco países que mais investem em educação no planeta. Portanto, o país atrai estudantes do mundo todo, que sonham não apenas em viver no exterior ou aprender inglês, mas também em cursar uma graduação.

Foi isso que atraiu a chapecoense Beatriz Blanda da Silva, de 19 anos, a estudar no Illinois Institute of Technology, em Chicago e, em entrevista ao Lê NOTÍCIAS, a estudante relata como vem sendo essa experiência.

Beatriz nasceu em Chapecó, morou no litoral catarinense ainda criança e também em Goiás, no Centro-Oeste brasileiro. Aos 12, foi com a família para São Paulo, voltando a Chapecó com 14 anos e, aos 18, foi para os Estados Unidos quando conseguiu a aprovação em algumas universidades.

Vista externa da biblioteca do Illinois Institute of Technology (Foto: Arquivo Pessoal)

INTERESSE

Sendo graduanda de Engenharia Aeroespacial, Beatriz relata que a vontade de cursar a graduação surgiu quando teve oportunidade de participar do programa Escola de Verão de Física e Astronomia na Universidade do Porto, em Portugal.

“Eu me lembro que o meu fascínio por astronomia e espaço me levou a fazer esse curso, ainda no segundo ano do ensino médio. Acompanhei a pesquisa de uma doutoranda, com aulas de relatividade e astrofísica, além de conhecer uma pesquisa sobre geração de hidrogênio a partir de hematita”, relembra, salientando também que conheceu outros jovens com os mesmos interesses.

Com o objetivo de agregar mais conhecimento e conhecer lugares e pessoas que lhe proporcionassem aprendizados, a chapecoense iniciou a aplicação para as universidades nos Estados Unidos ao final do segundo ano do ensino médio.

Beatriz também aproveita para estudar na biblioteca do campus (Foto: Arquivo Pessoal)

PROCESSO SELETIVO

Beatriz conta que o processo seletivo para ingressar nas instituições de ensino superior americanas são muito exigentes, sendo conhecidos como Scholastic Aptitude Test (SAT) ou o American College Testing (ACT), os quais são como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no Brasil.

Por meio destes testes, os estudantes que se candidatam às universidades têm os conhecimentos de inglês e matemática avaliados, também levando em consideração os interesses, atividades extracurriculares, conquistas e desempenho acadêmico a partir do nono ano. Assim, normalmente, o processo começa um ano antes de começar as aulas universitárias, quando os interessados enviam para a faculdade, em uma plataforma on-line.

“São enviados as atividades que realizam fora da sala de aula, cartas de recomendações, notas das provas padronizadas (SAT ou ACT), notas do ensino médio e textos sobre tópicos definidos por cada universidade”, ressalta ao e adicionando que, no caso dos estudantes internacionais, as notas das provas de proficiência em inglês também são exigidas.

IDIOMAS ESTRANGEIROS

De acordo com a estudante, as aulas na faculdade em inglês são naturais para ela, envolvendo o projeto, construção e aplicação de qualquer objeto aéreo, como aviões, drones, foguetes e satélites. Além disso, que, inicialmente, a universidade proporciona algumas aulas de comunicação específicas para alunos estrangeiros.

“Como estou imersa na língua, isso logo se tornou natural. Também estudei espanhol desde criança, então tenho uma compreensão intermediária do idioma. Eu também iniciei meus estudos em francês há alguns anos, mas não me aprofundei. Esse é o próximo idioma o qual quero concentrar meus estudos”, afirma Beatriz.

A chapecoense destaca que 34% dos estudantes do Illinois Institute of Technology são de 30 diferentes nações. “Com esse intercâmbio cultural, eu aprendo muito sobre diversos países, suas culturas, línguas e culinárias. Compartilhar sobre o lugar de onde somos faz parte do nosso cotidiano, o que me permite experienciar muito de diversas culturas”, conta.

ESTUDOS NO CAMPUS

Em sua rotina diária de estudos, Beatriz aponta que tenta revisar o que aprendeu no mesmo dia, quando assiste às aulas do curso, assim como quando faz os trabalhos em casa, anotando dúvidas e fazendo anotações para as aulas seguintes. Assim, ela conseque fixar o que aprende, possibilitando um melhor aproveitamento e evitando o acúmulo de matérias.

“Assim, antes das provas apenas uma revisão é o suficiente. Durante o verão, gosto de estudar na biblioteca, pois é um local silencioso e posso contemplar a beleza das áreas verdes. Às vezes, quando estou estudando, sou surpreendida com esquilos passeando pelo campus. Já no inverno, gosto da área reservada para estudos do prédio onde moro, onde há um quadro branco que é sempre útil para resolver problemas matemáticos. Além disso, a vista dos prédios da cidade é maravilhosa”, expõe.

A chapecoense é graduanda em Engenharia Aeroespacial em Chicago (Foto: Arquivo Pessoal)

APOIO FAMILIAR

Após a decisão de aplicação às universidades dos Estados Unidos, Beatriz revela que os familiares ficaram neutros, e vendo que ela iria adiante com aquela escolha, a aconselharam a tentar o tradicional vestibular nas universidades brasileiras. “No entanto, apesar dos conselhos, sempre apoiaram a minha decisão, ajudavam com o processo de aplicação e iam comigo fazer as provas necessárias”, fala.

Quanto ao futuro, ela pretende adquirir mais experiência em negócios e liderança para atuar no gerenciamento de projetos e empresas do ramo aeroespacial. “Eu ainda não tenho definido um lugar, isso vai depender exclusivamente das oportunidades de trabalho. Contudo, voltar ao Brasil é uma opção, desde que seja para trabalhar em algo que esteja alinhado aos meus propósitos. Amo a comida, as pessoas e o clima do Brasil”, revela.

Hall de um dos prédios da universidade com as bandeiras de todos os países presentes no campus (Foto: Arquivo Pessoal)

INCENTIVO

Sendo o sonho de muitos estudantes estudar no exterior ou ainda nos Estados Unidos, a chapecoense deixa uma mensagem de incentivo. “Com planejamento e determinação é possível conquistar qualquer coisa. Defina seus valores, procure se envolver na comunidade contribuindo com trabalho voluntário, desenvolva atividades que se relacionem com seus interesses fora da sala de aula, além de manter boas notas. Seja verdadeiro consigo mesmo em relação ao que você quer, pois o que eles procuram quando estão avaliando uma aplicação, além de notas, é a paixão e o compromisso com o que você acredita e com o que você quer conquistar”, finaliza.


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