O deputado estadual Altair Silva (PP) apresentou na tarde desta terça-feira (29) um requerimento solicitando para a Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) a realização de uma Audiência Pública para discutir as dificuldades do setor leiteiro brasileiro, em especial as importações de leite do Uruguai. Conforme o deputado, os elevados custos de produção e a baixa remuneração ao produtor, além dos volumes expressivos de importação de leite estão prejudicando o setor produtivo.
A atividade leiteira no Estado encontra dificuldades desde o semestre passado, principalmente pela queda do consumo e pelo crescimento de 114% nas importações de leite em pó para o Brasil. Com a entrada de produtos externos no mercado, o preço pago ao produtor sofreu queda da ordem de 30% desde junho. O deputado lembra que o inverno já é um período mais dificultoso na produção, devido as pastagens, mas as importações cresceram de uma forma nunca antes vista. “São produtores da agricultura familiar que se dedicam inteiramente a bovinocultura de leite. Eles têm realizado investimentos, demonstrado capacidade técnica na produção do leite e precisamos corrigir isso, pois as importações tem prejudicado muito o produtor”, frisa o parlamentar.
Na tentativa de frear as importações, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, propôs para a representação brasileira no Mercosul a exclusão do leite do acordo de livre comércio do bloco. A Argentina, diferentemente do Uruguai, tem um limite anual de exportação, cotado em 54 mil toneladas, limitando-se em 4,5 mil toneladas/mês. Por outro lado, os uruguaios, somente em julho, exportaram 9 mil toneladas de lácteos para o país, com picos que chegam a 15 mil toneladas em alguns meses. Segundo Altair, muitas empresas brasileiras importam e o produto entra em condições desfavoráveis. “Essas importações prejudicam o saldo da balança comercial e a economia brasileira”, lamenta Altair.
O deputado ressalta que a bovinocultura de leite é uma das principais fontes de renda para Santa Catarina. “Uma das maiores bacias leiteiras do mundo é a catarinense, com 75% da produção concentrada somente no Oeste”, comentou Silva. Ele completa, “os preços estão caindo a patamares que o produtor de leite começa a trabalhar no prejuízo, fazendo com que muitos se desestimulem e desistam da atividade”, ressalta Altair.
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