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TRECHOS DE UM INCONSCIENTE POÉTICO

Sociólogo chapecoense lança primeiro livro de poesia

Arquivo Pessoal Lothian Andrade, de 27 anos, lançou recentemente sua primeira obra, que é intitulada “Trechos de um Inconsciente Poético” Lothian Andrade, de 27 anos, lançou recentemente sua primeira obra, que é intitulada “Trechos de um Inconsciente Poético”

Por Vitória Schettini

Segundo sua definição, a poesia é uma composição em versos, podendo ser livres ou providos de rima, gerada a partir de associações harmoniosas de palavras, ritmos e imagens. Esse foi o estilo escolhido pelo escritor e sociólogo chapecoense Lothian Andrade, de 27 anos, para escrever a obra “Trechos de um Inconsciente Poético” e, em entrevista ao Lê NOTÍCIAS, o escritor conta acerca de sua inspiração e processo criativo ao longo da produção do livro.

ORIGENS

Lothian é natural de Foz do Iguaçu (PR), e morou na sua infância por um tempo em Olinda (PE), se estabelecendo com os pais em Chapecó, no Oeste catarinense, somente em 1999. “Venho de uma família humilde e muito trabalhadora. Meus pais trabalhavam o dia inteiro e, às vezes, viajavam a trabalho e, por isso, meus avós maternos tiveram um grande papel na minha criação e dos meus quatro primos”, lembra o escritor.

Segundo Lothian, sua infância e adolescência foram marcadas por ser alvo de bullying e pela dificuldade em se inserir nos grupos de alunos das escolas nas quais estudou. “Fui transferido de algumas escolas por ter alguns problemas, inclusive dificuldades de me enturmar e por apresentar carência. Eu sabia que eu era clássico padrão de uma criança com comportamento e cenário social, potencialidade problemática e sem manejo. Contudo, conforme fui crescendo, a vida real e a maturidade me fizeram hospedeiro e me obrigaram a mudar”, revela ao Lê NOTÍCIAS.

O INÍCIO COMO ESCRITOR

O sociólogo conta que iniciou na escrita aos 11 anos, após ler pela primeira vez uma obra em sua vida, ou seja, o livro Dom Casmurro, do escritor carioca Machado de Assis. “Imediatamente após concluir a leitura, comecei a idealizar histórias, colocar algumas no papel e percebi, fatalmente, que eu podia criar mundos e me despir de medos sem sair do lugar. Logo, criei um afeto inabalável com o ato da escrita. Fazendo diariamente parte integral do meu ser desde então. Tornou-se hobby, depois hábito, depois um vício e, então, puro amor”, relata.

Por meio de sua conta no Instagram (@lothianandrade), o chapecoense compartilha suas criações de poesias, contudo, ele afirma que não é o único estilo o qual explora em sua escrita. De acordo com ele, os outros elegia, classicismo, lírico, satírico, épico, imediatista e, até mesmo, o concretismo. “Minha escrita varia muito e, geralmente, acompanha meu estado de espírito. Como escrevo de maneira obsessiva, meus textos não seguem um padrão ou um gênero específico. Permito-me estar e ser diferente sempre que for conveniente. Atualmente, estou trabalhando em meu primeiro romance baseado em minhas experiências de vida. Pretendo lançá-lo em 2024”, expressa.

Segundo o escritor, ele pretende escrever por toda a vida, até suas mãos cansarem, conforme suas palavras. “Não gosto de escrever ou preencher as folhas com ladainhas, então, tomo meu tempo, sem pressa. Quero escrever algo relevante, diferente, profundo e sincero. Por isso, não me preocupo com datas. Levei cinco anos para terminar o Trechos, se eu precisar de mais cinco para terminar o romance, assim será. E, se for, pensarei sobre lançar um de meus outros quatro projetos que aguardam ansiosamente por sua libertação”, ressalta.

A OBRA

Sendo esse seu primeiro livro publicado até o momento, Lothian atualmente tem outras quatro obras finalizadas e prontas para futuras publicações. Para produzi-lo, o chapecoense conta que a experiência foi longa, árdua e emocionante, marcada por uma relação de amor e ódio com a obra. “Ao todo, foram cinco anos para escrevê-la, o que é incomum para livros do gênero poético, e justamente durante esse período, vivi a pior e mais dolorosa batalha contra a depressão”, afirma ao .

Lothian revela também que “Trechos de um Inconsciente Poético” é profundo, sincero e emotivo do início ao fim, tendo colocado toda sua energia na sua criação. “Eu fui várias versões de mim mesmo em cada página e texto, volátil e em constante mutação. Pus-me ali sem medo de ser julgado. Permiti-me morrer ao seu final. O Trechos representa o tão sonhado florescimento e renascimento do Ser. A morte do passado e o desejo pelo porvir. O Trechos é um abraço e um soco ao mesmo tempo. Ele te acompanha poeticamente entre oscilações abruptas de felicidade e tristeza, amor e ódio. Uma história poética cronológica que simplesmente aguarda por ser lida”, destaca.

Aos que desejam adquirir a obra, ou seja, sentem-se provocados pela escrita de Lothian, é possível encontrá-la principalmente no site da Editora Viseu, bem como na Amazon, Americanas e outras lojas com livrarias on-line.


FORMAÇÃO ACADÊMICA

Lothian Andrade é formado em Sociologia na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e acadêmico de Psicologia pela Uceff Faculdades. De acordo com ele, sua formação está intrinsecamente relacionada às suas produções literárias. “Tudo que escrevo, desde a gênesis, no que tange minha relação com a escrita, tem uma nascente teórica nos campos da Filosofia, Sociologia e Psicologia. Faço com muita frequência uma aliança de analogias e metáforas com a poesia. Quase nunca meus textos querem dizer em essência aquilo que diz a palavra. Contudo, em algumas ocasiões, simplifico o ato poético para que o outro possa se identificar e interpretar dentro de sua subjetividade, da maneira que quiser. Sem pressupor certo ou errado”, complementa.

MENSAGEM DE INCENTIVO

Às pessoas que sonham em escrever ou produzir um livro, o escritor deixa uma mensagem de incentivo. “Faça. Escreva. Se tens algo relevante a dizer, se tens uma dor a poetizar, se tua alma carrega em si o desejo de flutuar, de se mostrar despido e se esconder nas entrelinhas. Faça. Em simultâneo, estude, se dedique, seja obcecado. Talento não é suficiente. Na escrita, a obsessão é crucial. Busque não ser mais do mesmo. A verdade é que hoje em dia, todo mundo é poeta, mas nem todo mundo sabe fazer poesia. Todo mundo é escritor, mas nem todo mundo sabe ou tem o que escrever. Desenvolva-se. Tudo na vida é digno e passível de estudo. Ainda mais num país onde a cultura não é voltada à literatura e à leitura, busque ser o melhor que você puder”, finaliza.


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