A entrada de alho ensacado da Argentina no Brasil, de forma ilegal, deve diminuir drasticamente após o Ministério da Agricultura determinar que fossem intensificadas as fiscalizações na fronteira. A ação dos fiscais ganhou força e foi percebida nos últimos dias depois que o deputado federal Pezenti pediu uma solução e alertou o ministro Carlos Fávaro da possibilidade de manifestações de produtores indignados com o não cumprimento da Portaria nº 435/2022. A norma que define o padrão de qualidade e a classificação da hortaliça estava sendo ignorada, de acordo com o deputado.
“Finalmente o ministério da Agricultura foi sensível aos apelos que fizemos. Já diminuiu bastante a entrada de alho ilegal por aqui. O preço do nosso produto nacional ainda não melhorou, porque o mercado tá super abastecido, mas já aumentou a procura. Então, apesar do valor abaixo do ideal, pelo menos o produtor tem a quem vender. Agora vamos monitorar essas fiscalizações e não permitir que elas sejam interrompidas”, explicou o parlamentar.
Há registro de visitas de fiscais em galpões nos municípios de São Borja (RS), Porto Xavier (RS) e Dionísio Cerqueira (SC), principais portas das importações do alho ensacado.
Pioneiro na produção do alho roxo no Brasil nos anos 70, e atualmente o terceiro maior produtor nacional do produto, o Estado de Santa Catarina enfrenta dificuldades para manter o cultivo da hortaliça. Em 2022, a Argentina foi responsável por 73% do alho que chegou ao Brasil, o que equivale a 8,73 milhões de caixas de 10 kg – o maior valor registrado desde 1997 (9,24 milhões de caixas).
Por fazer parte do Mercosul, o alho vindo da Argentina não paga imposto de importação, mas precisa adequar-se às normas e padrões de classificação.
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