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Duas crises em 10 anos agonizaram o comércio xaxinense

Por: LÊ NOTÍCIAS
11/09/2017 10:15
Em novembro de 2012, todo o comércio de Xaxim se reuniu na Praça Frei Bruno para uma solução com a Diplomata Em novembro de 2012, todo o comércio de Xaxim se reuniu na Praça Frei Bruno para uma solução com a Diplomata

Por Vitória Schettini e Axe Schettini

A falência dos frigoríficos Chapecó e Diplomata trouxe muitos prejuízos econômicos para Xaxim e como a economia do comércio dependia em grande parte da indústria avícola, sentiu o peso da instabilidade e dos momentos obscuros que se seguiram. João Miranda, ex-presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Xaxim, esteve no cargo entre 2003 e 2005, época em que a Chapecó Companhia Industrial de Alimentos faliu em Xaxim. Em entrevista concedida ao LE NOTÍCIAS, ele relata com detalhes a agonia que o comércio viveu naquele momento.

De acordo ele, o Frigorífico Chapecó gerou riquezas por muitos anos em toda a região Oeste, mas acabou quebrando, trazendo vários problemas de desordem econômica regional. “Veio o Grupo Macri e criou-se uma crise na Argentina, politicamente falando. O Grupo Macri saiu rápido da negociação, aí quem assumiu a unidade foi o Frigorífico Diplomata, que foi bom até certo período. Após a quebra da Chapecó, houve muita inadimplência por parte da população, que deviam dos postos de gasolina até os postos de lavagem”, contou.

Além disso, ele relata que a quantidade de caminhões parados na rua chamava muita atenção, por não haver transportes, nem ração. “Brotava milho em cima da carroceria dos caminhões porque as pessoas não tinham condições de lavá-los, já que havia muitas dívidas nos postos de lavagem. A crise da Chapecó ocasionou uma tristeza muito profunda no comércio, uma nuvem negra como costumávamos chamar. Foi um momento difícil para a economia de Xaxim, já que cidade dependia muito da empresa naquele período”, salientou ao .

Miranda ressalta que atualmente a situação já mudou bastante com a vinda de outras empresas e dessa maneira, o município não depende inteiramente de um frigorífico. “Para amenizar o cenário, o comércio adotou medidas em que não havia cobrança de juros, quando eram os funcionários identificados com o crachá da Chapecó Alimentos. Após, houve o parcelamento das dívidas e vendas extras para os inadimplentes. Tivemos essa compaixão, já que sabíamos as circunstâncias penosas que a cidade vivia. Hoje o frigorífico é responsável por grande parcela da economia municipal, mas as coisas mudaram e não é como antigamente. Naquela época foi difícil, a cidade parou”, narrou.

Ainda nas palavras do ex-presidente da CDL, havia pessoas vendendo bergamota nas ruas, limpando terrenos para tentar manter pelo menos as contas de luz e água. “Muitas pessoas saíram de Xaxim e não retornaram, perdendo assim a mão de obra qualificada dos frigoríficos. Foi um período obscuro que se arrastou por aproximadamente três anos”, finalizou Miranda.

Luiz Pensin, comerciante, também conta que para os estabelecimentos xaxinenses foi péssimo. “Para a cidade foi um prejuízo muito grande, perdeu-se cerca de 50% da própria economia do município. O povo ficou muito desanimado, porque sabia que era do frigorífico que vinham os empregos. Mais tarde, o Grupo Macri administrou por pouco tempo, mas logo a Diplomata assumiu e também foi uma desgraça para o município, tanto que até hoje tem os nossos agricultores e transportadores não receberam o pagamento”, lembra Pensin.

Ele acrescenta que para as pessoas que dependiam do emprego, foi uma situação muito difícil. “Não tinham condições de sobreviver, de adquirir o rancho, alimentação ou vestuário, porque quando terminou o dinheiro, foi muito difícil. Hoje, a Aurora administra a unidade e é uma empresa de confiança em que a população xaxinense confia 100%. Dessa maneira, voltou o ânimo no povo de investir na cidade, tanto que não se ouve mais as pessoas falando que vão embora daqui. Pelo contrário, ouve-se que outras pessoas vêm morar aqui”, finalizou.


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