Nesta terça-feira (15), o deputado federal catarinense Jorge Goetten (PL) coordenou uma audiência pública que debateu o impacto da taxa de juros e da inflação sobre as micro e pequenas empresas. A discussão aconteceu na Comissão de Indústria, Comércio e Serviços da Câmara Federal.
O deputado catarinense tem demonstrado preocupação com a trajetória da elevação da taxa de juros no País. “O Brasil é recordista e tem a maior taxa de juros reais do mundo. Isso desencoraja os investimentos e torna o crédito mais caro, tanto para as empresas quanto para o cidadão, para as nossas famílias. Por isso a importância e a urgência de debater e aprofundar o tema com entidades do setor”, justificou Goetten.
DIÁLOGO COM ENTIDADES DA ÁREA
O presidente da Fecomércio/SC, Hélio Dagnoni, apontou que o índice de dificuldade empresarial é diretamente afetado pelo ambiente econômico. “Os empresários sinalizam que a inflação e a perda de poder de compra dos consumidores são dois dos principais fatores que mais dificultam a atividade dos empresários de pequeno porte”.
O presidente da Confederação Nacional das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (COMICRO), José Tarcísio da Silva, alertou para a questão da renegociação de dívidas . “É importante que se faça uma espécie de ‘Desenrola’ para os pequenos empreendedores que se encontram em situação de inadimplência. A maioria não pagou porque não tinha condições. Teve que vender bens pra tentar quitar dívidas”.
Joaquim Donizete, diretor da Micro e Pequena Empresa do Ministério do Desenvolvimento, alertou que os pequenos negócios vão sofrer cada vez mais com a taxa de juros. “A gente entende que a solução tem que ser algo construído com o sistema financeiro”.
POSIÇÃO DO BACEN
O Banco Central, por sua vez, foi representado pelo Diretor de Relacionamento, Maurício Costa de Moura, que explicou que a entidade tem feito um “pouso suave” no combate à inflação e tem considerado a atividade das pequenas empresas neste movimento.
Para justificar, usou a pandemia como exemplo. “Naquela época, se não tivéssemos considerado a atividade dos pequenos negócios, com a inflação que se tinha, a taxa Selic teria facilmente batido os 20%”, explicou.
Dentre as entidades participantes da audiência, também estiveram a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Confederação das Micro e Pequenas Empresas e Empreendedores Individuais (Conampe), a Associação Brasileira de Instituições de Pagamentos (Abipag), Sebrae e BNDES.
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