Opinião e desenvolvimento

Por Samir Lemos Reis

Gerente de Desenvolvimento Unicred SC/PR

A grande maioria das pessoas hoje em dia possui algum vínculo com uma instituição financeira. Cartão de crédito, conta corrente, aplicação e financiamento são parte do cotidiano, porém a experiência com esses produtos nem sempre é positiva. O problema está na relação com o cliente, que é pouco consultado sobre decisões importantes. Uma relação muito diferente de quem, por exemplo, faz parte de uma Instituição Financeira Cooperativa.

Uma pesquisa realizada recentemente mostrou que 57% dos brasileiros estão descontentes com os bancos tradicionais. As reclamações são variadas, mas tem a mesma origem: a insatisfação dos clientes, de modo geral, não é levada a diante como crítica construtiva para que sirva de base para mudanças reais. Tendo em vista esse panorama, não é estranho observar que o crescimento dos grandes bancos tenha sido de somente 16% ao ano e os médios 11%, sendo que, no mesmo período, as cooperativas de crédito atingiram 20%, tornando-se a sexta maior instituição financeira do país.

No Brasil as cooperativas já alcançam 7,8 milhões de pessoas e empresas e, diferente do que ocorre com os bancos, não visam lucro. Por conta disso, geralmente oferecem valores mais atraentes. Nesse modelo todos os cooperados são, ao mesmo tempo, donos e usuários, podendo desfrutar dos serviços financeiros oferecidos e também opinar sobre a gestão.

Nesse processo de migração dos bancos para alternativas mais atraentes, Santa Catarina tem papel de destaque. O Estado tem o maior número de cooperativas de crédito do país proporcionalmente aos habitantes. Constituída há pouco mais de 20 anos, a Unicred SC/PR hoje está presente em todas as regiões catarinenses e em Curitiba, movimentando mais de R$ 3 bilhões em recursos totais. Ao longo desse tempo a cooperativa cresceu, mas sem deixar de priorizar a opinião de quem faz parte da instituição.

Nesse sentido, o esforço mais recente é a contratação do Instituto Ibero-Brasileiro de Relacionamento com o Cliente (IBRC), de São Paulo, para a realização de um levantamento sobre a satisfação dos cooperados. Eles serão questionados, por exemplo, sobre a experiência com a Unicred SC/PR e o que esperam de uma gestão financeira cooperativista. Ver o cooperado não como um número, mas como alguém com potencial para crescer e contribuir, humanizando as relações é, não somente o que faz com que as cooperativas de crédito cresçam, trata-se do respeito fundamental às pessoas, valor que nunca pode ser subestimado.