Artigo | Jogou aonde? Jogou na Chapecoense...

Por Edertanio De Bastiani Perin*

Hoje faz um ano em que o dia amanheceu cinza em Chapecó. Um ano da maior tragédia do esporte brasileiro que ceifou a vida de atletas, dirigentes, jornalistas, funcionários e apoiadores de um clube que por muito foi considerado o melhor time da Chapecoense de todos os tempos. Mas o que eu quero falar hoje é sobre força, respeito e união.

Em outubro vivemos um episódio lamentável em que o jogador de futebol profissional Robinho soltou o verbo dizendo na cara de Moisés Ribeiro: “Jogou Aonde”?

Eu lhe digo onde jogou: jogou em um clube que deu exemplo nacional em ética e profissionalismo. Jogou no clube que mostrou como se faz futebol com humildade, pouco investimento e comprometimento. Jogou na Associação Chapecoense de Futebol, clube da pequena cidade de Chapecó no velho Oeste, onde time e cidade crescem juntos com a força de uma torcida apaixonada, disposta a deixar tudo de lado pela equipe. Jogou no clube que nem se quer solicitou imunidade de rebaixamento após a grande perda do seu plantel. Jogou no clube que no primeiro campeonato disputado (Catarinense 2017) se consagrou vitorioso com um elenco totalmente novo e com pouco tempo de grupo formado. Jogou em clube com um grupo unido que, em um ano, demonstrou força de vontade e comprometimento por aquilo que foi proposto, a permanência na Série A, e cumpriram.

Ficam as lembranças daqueles que se foram dando suas vidas pelo melhor momento do clube. Lembranças eternas de meninos alegres, diretores sérios, imprensa como nunca vista apoiando um time do interior e amigos que abraçaram o clube desde seu início, em 1973.

A vida segue, novas histórias são construídas, novos elencos serão formados, novos desafios serão propostos, mas os eternos guerreiros sempre estarão lá de cima apoiando na zaga, fechando o meio de campo e alçando a bola para o ataque.

Por fim, Moisés jogou no clube adotado pelo mundo inteiro e que vai ser lembrado eternamente, “JOGOU AONDE? ELE JOGOU NA CHAPECOENSE”.

*Leitor do LÊ, formado em Administração e torcedor fanático da Chapecoense