Por Axe Schettini
Era para ser mais um dia na vida do haitiano Malko J. Joseph, mas não foi um dia qualquer. Então foi nesta terça-feira (05), quando Malko, conhecido como Kako, andava pela avenida Getúlio Vargas, quando, em frente a um supermercado, foi atacado por um homem que se aproximou em cima de uma bicicleta. “Seu filha de uma puta, preto sujo, aqui não é sua terra, preto fedido, macaco perdido, roubando emprego dos brasileiros”, disse o homem para Malko, que descreveu estas palavras em uma postagem no Facebook.
Não bastando as palavras humilhantes que foram utilizadas, o homem pegou uma corrente grossa, com um cadeado, e agrediu-o fisicamente. “Até agora eu não consegui entender o porquê disso”, publicou.
Malko ainda contou, em sua publicação, que foi agredido cinco vezes desde que está morando no Brasil, sendo duas vezes em Porto Alegre (RS) e três vezes em Chapecó, e de que nada adianta registrar um Boletim de Ocorrência, pois nada foi feito. “Já fui agredido em frente a praça por um indivíduo, eu fiz o BO, mas não adianta nada, pois nunca é feito algo”, lamentou via Facebook.
BASTA
Cansado de ser agredido e humilhado, o haitiano Malko fez um desabafo nas redes sociais, e alertou que não aguenta mais ver pessoas colocarem a mão na sua cara sem ter feito nada. “Aviso aos meus irmãos pretos, haitianos, africanos e brasileiros, eu não aguento mais, não aguento mais colocarem a mão na minha cara sem eu ter feito nada, não aguento mais me chamarem de macaco, não aguento mais me agredirem verbalmente e fisicamente sem eu ter feito nada, eu não aguento ver alguém falando que preto tem que morrer, eu não aguento mais”, suplicou em seu post.
CHEGA
Devido à omissão de toda a população, Malko foi severo e afirmou que não deixará mais colocarem a mão em sua cara. “Estou pronto para ir para cadeia. Estou pronto para morrer, porque a próxima agressão vai ser porrada. Jamais deixarei alguém botar a mão na minha cara sem ter feito nada. Chega!”, escreveu.
Veja a publicação de Malko no Facebook:
Rua São João, 72-D, Centro
AV. Plínio Arlindo de Nês, 1105, Sala, 202, Centro