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Editorial | O Natal e a hipocrisia humana

Por: LÊ NOTÍCIAS
21/12/2017 11:23
Foto: Fernando Fiorentin Foto: Fernando Fiorentin

Desajustado, frio, insano e indiferente. São palavras que podem ser usadas para definir, sem ferir a fé das pessoas, o que é o NATAL. Mais tristeza, mais desconsolo do que alegria. Somente as crianças, por terem asas de anjos, e perto de Deus, são capazes de entender o que é a data e porque ela, neste tempo, engana tanto. O que, é verdade nas crianças, é mentira os adultos.

A moral é econômica e mentirosa e não iluminado como se deseja. Como pássaros acossados pela tempestade em perspectiva, assim é o homem que não sabe como será o dia de amanhã porque não é dele olhar as ocorrências do futuro. Por isso medo, tribulação e o desalento que, coisa de misterioso, estampa as fisionomias abatidas sem saber o que lhe espera o futuro. Qual futuro?
O homem se esgota no trabalho de sol a sol, sem a proteção que a outros é outorgada com o mínimo de atenção sem que isso, como se deveria, teria que ser dado a todos. Passa o Natal com a alma torturada pelo espectro da miséria que lhe faz presente e rondando o seu lar o ano inteiro.
Em qualquer lugar que se entre, hoje, ouve-se, num as queixas dos vencidos, em maioria, pela situação calamitosa em que se encontram, sem trabalho remunerado de acordo com as exigências do estômago e da felicidade, tendo, ainda, diante dos olhos espantados, a perspectiva de futuro mais desolador do que o presente.
As injustiças sociais, o abandono criminoso, a falta de equidade, a sonegação da terra, dos sonhos, a prepotência como arma para a implantação de ideologias liberticidas diga-se porque, sabe-se que elas, em sua maioria, é para matar e não dar vida. A mentira e o egoísmo prostituindo o conceito legítimo da democracia levaram o homem atual, a quem negam a solução dos seus problemas capitais, ao mundo das misérias de pensamento e de existências.
A vida para o homem pobre, esmagado por insignificante minoria poderosa, tomou-se um martírio comparável àqueles que não poderiam escapar à pena de morte. Isso mesmo. Nas capitais, nos subúrbios, nas cidades do interior, o espetáculo da miséria, em todas as direções, é apavorante. Esmolam muitos não por doença de ignorância, sem reconhecer seu verdadeiro papel.

É tudo errado. O vasto latifúndio, suserano absoluto e implacável, sufoca os pequenos e tira deles o sonho de continuarem na terra e vai para a cidade se iludir de moderno.
O governo, que dispõe das verbas para o fomento de uma felicidade alcançável, distancia-se e em suas preferências, destrói os sonhos da coletividade para saciar a fome de luxuria e infâmias de uma minoria suja que pensa somente em si e, aos domingos, como foi falado neste editorial do LÊ NOTÍCIAS, vai comungar e posar de cristão amante de Deus.
Cresce a chamada superpopulação urbana, inábil, o número de desocupados, de falsos mendigos, de ladrões primários e engrossam as fileiras do meretrício que é a consequência da fome de mãos dadas à vaidade estimulada pelos olhos vivos dos endinheirados. O Natal de é de tristezas e apreensões. O dinheiro foi escasso para a maioria. Muito lar não vai ver, se quer o chamado panetone.
Os pais humildes, tantos privando-se de um pão à mesa, levam os filhinhos, estes na inconsciência feliz das necessidades do lar onde mora hoje a melancolia, para um simples giro de carrossel no parque. Moças pobres, de fábricas e de escritórios, ainda mostram os últimos feitiços da beleza extenuada, exibindo lindos vestidos comprados a prestações, atraindo com a promessa de, pela facilidade, encontrar alguém que possa dar chão de certeza.

O Natal passa a mensagem de que tudo está certo, que amamos todos ao mesmo tempo e que nos preocupamos uns com os outros. Tudo isso é mentira. Ninguém se preocupa com ninguém. Há os migalheiros que, reunidos ali e lá, acumulam comidas e coisas usadas para dar a outro.

A sociedade é falsa com ela mesma. A tristeza, que se sonha erradicar e colocar a felicidade no rosto de todas as pessoas, não vai acontecer no ser humano. Ele é muito mentiroso para oferecer a si mesmo o sonho de viver bem.


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